A passagem de vínculo

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Capítulo 6 – A passagem de vínculo

Dumbledore pediu que Harry esperasse um pouco na sala enquanto falava com Snape e se preparava para fazer a transição do vínculo de sangue para o professor. Harry se sentou no braço do sofá surrado e estendeu a mão para a janela que ficava ao lado. Ao afastar a cortina percebeu que daquele lado da casa a paisagem não era tão deprimente e fria. Chegando mais perto percebeu que havia um gramado verde e que tinha até mesmo uma ou duas flores crescendo ali. Era bonito e contrastava intensamente com o restante da rua. Abriu um pouco mais a cortina e viu que aquele gramado pertencia a uma casa bonita e grande.

Os olhos verdes atentaram-se mais quando de dentro da casa saiu uma mulher muito bonita com cabelos loiros cacheados até a cintura. Harry limpou um pouco o vidro da janela e viu que a pele da mulher era de um branco dourado, era um bronzeado muito bonito que a fazia parecer uma pérola. A mulher levou algumas roupas para estender em um varal no quintal de sua casa e enquanto esticava-se para arrumar o tecido, o vento balançou seu cabelo fazendo Harry ficar maravilhado com as ondas amarelas dos cachos.

- O nome dela é Vany.

Harry se assustou ao perceber Snape ao seu lado olhando pela janela a mulher deixar a cesta de roupas no chão e se abaixar para tocar em uma flor que estava nascendo.

- É parte veela, por isso o seu encanto.

- Ela não te encanta também?

Snape não respondeu a pergunta, apenas fechou a cortina e pediu que Harry o seguisse até a cozinha de novo. Os móveis haviam sido retirados e no meio da cozinha havia apenas um pano azul no chão com algumas escritas que Harry não sabia ler, devia ser runas antigas, Hermione saberia.

- Harry, quero que tire o sapato e venha até o meio junto com Severus.

Harry ficou descalço e viu a mão de Snape se estender em sua direção. Hesitou por um momento, mas logo estendeu sua mão trêmula e a colocou sobre a do homem sentindo os dedos longos fecharem-se e apertarem a sua com um calor agradável enquanto o professor o levava para o meio do pano azul.

- Talvez esse ritual doa um pouco, Harry, pois terei que retirar o vínculo de sangue de Lilian e passar para Severus. Para isso terei que usar sua força vital, mas é imprescindível que não desfaça o contato.

Harry apenas assentiu ficando um pouco assustado, não pensara que fosse um ritual e nem que acabaria doendo, achou que fosse apenas um feitiço e nada mais. Ainda sentindo-se nervoso estendeu a outra mão que Snape pediu, o professor as pegou e as colocou de palma para cima, por um momento Harry assustara-se ao ver a mancha vermelha em sua pele, mas depois percebeu que aquele sangue não era seu e sim de Snape.

- O que?...

- Harry? – Chamou Dumbledore aproximando-se com uma adaga de prata bonita e entalhada com desenhos estranhos. – Estique a mão, por favor.

Harry engoliu em seco e abriu a mão vendo Dumbledore encostar a ponta da adaga em sua palma e a puxar devagar cortando a epiderme, fazendo sair o sangue vermelho que manchava sua pele. O ancião repetiu o mesmo ato com a outra mão e Snape as virou novamente fazendo seus sangues misturarem-se. Harry agradeceu pelas doenças trouxas não afetarem o sistema dos bruxos devido suas magias, caso contrário estaria seriamente preocupado com esse ritual estranho.

Dumbledore deixou a adaga em cima da pia e se aproximou com sua varinha apontando para suas mãos. Tudo bem, agora Harry estava começando a ficar temeroso, sua mão doía e o sangue já pingava no pano deixando uma mancha horrível. Sua mente começava a se questionar se aquela idéia doida era realmente a melhor ou se estava ficando louco em aceitar algo assim, mas quando estava prestes a dar um passo atrás e fugir, sentiu os dedos longos apertarem os seus o trazendo mais perto. Novamente foi assolado pela sensação de segurança que vinha sentindo ao se aproximar do homem.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora