Capítulo 10 - Superioridade

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Notas do Autor

Capítulo de hoje: Gizelly Bicalho.

Boa leitura!

- Você estava com a Marcela, Gizelly? - Henrique tinha acabado de entrar na sala.

Gizelly se deixou escorregar do braço do sofá até a assento, feito uma jaca mole, clamando que seja lá quem fosse que estivesse com seu boneco de vodu, que fizesse um carinho nele e parasse se espetá-lo. Não sabia se aguentaria mais. Não sabia.

- Eu não vou repetir a mesma história, Henrique, já chega! - Gizelly só queria dar aquele assunto por encerrado, mas o marido parecia ter problemas para entende-la. Meu Deus, quando foi que conversar com ele se tornou tão... insuportável?

- Você disse que ia encontrar com a Mari, Gizelly! - o homem insistiu - Custava ter me dito que iria ver a Marcela também?

Ai, ciúmes, ciúmes, ciúmes! Aquela neura de Henrique com Marcela já tinha passado dos limites e chateava Gizelly de um jeito absurdo. Ele tinha noção que só conseguia afastá-la agindo daquele jeito?

- Esquece a Marcela, caralho! - Gizelly praticamente berrou. Esqueceu-se completamente de Luisa em casa, lá no quarto - Tira essa paranoia da cabeça e foca no que está acontecendo! Eu fui deixar a Luisa na casa da Mari pra brincar com o Toni e a Marcela estava lá, qual o problema disso? - perguntou pela milésima vez. Mais uma e ela não sabia nem o que seria capaz de fazer.

- O problema de sempre, Gizelly! Essa mulher sempre dá um jeito de te encontrar de alguma forma! - Henrique também subiu o tom - E como seu marido, não gosto disso.

Que sandice era aquela?

- Como meu marido, você não tem que que gostar nem desgostar de nada, pra começar - Gizelly manteve a voz uma oitava acima do habitual - Segundo, que eu e a Marcela temos o mesmo círculo de amigos, o que você quer? Que eu me afaste das pessoas que eu gosto só porque ela voltou, hum? Quer que eu deixe de viver a minha vida porque você tem ciúmes? Ah, vai pro inferno, Henrique! - soltou com raiva e se virou.

- Eu tenho ciúmes porque fico puto da vida de você não enxergar o óbvio! - ele rebateu como pôde - Que essa mulher ainda te quer e fica de joguinho pra cima de você.

Ah, não, era demais até para ela.

- E daí se a Marcela me quer? - quase gritou - Eu que tenho que querer e é em mim que você tem que confiar! Alguma vez, Henrique, me diz, alguma vez eu te dei motivo pra desconfiar de mim, hein? - o peito de Gizelly subia e descia do quão alterada ela se encontrava - Para de dar ataque por merda e age como um homem, caralho! Me respeita!

- Eu sempre te respeitei, Gizelly!

- Não está respeitando agora! A partir do momento que desconfia de mim, que fica dando ataque por ciúme besta e infundado, isso pra mim é falta de confiança e uma falta de respeito comigo e com a minha palavra!

- É você que não me respeita como marido e fica por aí deixando que aquela mulher te cerque.

Ah, não...

- Você está se ouvindo, hein? Está conseguindo escutar o absurdo que você tá dizendo? - Gizelly falou ainda mais alto - Se tem alguém aqui que não está respeitando alguém, esse alguém é você! - e apontou o dedo para ele - Me fala, Henrique, onde diabos você estava ontem a tarde inteira que sumiu do nada, hum? Que reunião de trabalho era essa que sua secretária não sabia, que você não avisou...

- Do que você tá falando? - ele pareceu ligeiramente nervoso.

- Estou falando de você ter mentido pra mim dizendo que ficou o resto do dia no escritório, sendo que eu liguei lá e olha só - ironizou - Você não estava! Saiu de lá, inclusive, avisando que não voltaria. Onde era que você estava, hein? Deu pra me esconder as coisas agora?

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