MIL ACASOS

Capítulo 48 - Colégio Cruzeiro

Notas do Autor

Capitulo de  hoje: Uma feira é uma feira

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Marcela acordou com o cheiro de café lhe invadindo os sentidos. Tateando o colchão, encontrou Luisa ainda toda estirada ali do lado, mas ela sabia bem que a casa voltou a ser povoada por mais alguém além delas. Suspirando, saiu da cama silenciosamente, escovou os dentes e seguiu para a cozinha, agora com o aroma do pão quentinho tomando conta do ambiente. Se recostou à soleira da porta com os braços cruzados e um sorriso do tamanho do mundo. Era pura felicidade por dentro e por fora.

Gizelly terminava de coar o café de costas para ela. O corpo envolto por uma camiseta e um shortinho curto, as pernas à mostra, os cabelos de cachos revoltos presos em um coque frouxo. Perfeição definia bem. Sem se aguentar, e sabendo que se não se mexesse ela nunca notaria sua presença ali, Marcela se aproximou em três passos e a envolveu por trás, enterrando o nariz no pescoço dela.

- Ai, que susto, Marcela! – sua noiva ralhou, mas amoleceu toda com seu toque. Gizelly suspirou e fechou os olhos – Oh saudade que eu estava disso.

Marcela a apertou mais contra si deixando alguns beijinhos pela nuca, as mãos firmes na cintura por baixo da camisa do pijama.

- Meu Deus, Gigi – Marcela meio choramingou, meio se deleitou – Não viaja mais assim não. Eu estava pra enlouquecer de sentir sua falta.

- Então vem cá pra gente resolver isso, vem – Gizelly girou nos braços dela, envolvendo-a pelo pescoço – Oi – e riu travessa.

- Oi – Marcela devolveu o gesto antes de mergulhar os lábios nos dela. E havia muita, mas muita saudade acumulada mesmo. Apertou Gizelly contra si, colou o corpo todo ao dela que não havia um ponto sequer em que eles não se tocassem. Com a língua, explorou a boca, mordiscou, aprofundou o gesto, gemeu baixinho e foi para o pescoço em busca de ar – Saudades de você, Gigi. Do seu cheiro, do seu toque... do seu corpo – voltou pela mandíbula até a boca.

Aquilo fez um estrago na empresária. Gizelly teve que refrear um gemido ou cederia bem ali e elas estavam no meio da cozinha com uma criança em casa. Criança  em casa  que podia a qualquer momento irromper pela porta da cozinha.

- Eu também estava morrendo de saudades, meu amor, mas é melhor a gente... Marcela! – se assustou quando sentiu a mão dela querendo entrar pelo cós de seu short – A Luisa, sua louca!

- Quê que tem a Luisa? – Marcela estava mais interessada em beijar seu colo agora. E se deixasse, ela iria mais para baixo.

- Mamãe? – a vozinha fininha veio lá da sala.

- Meu Deus, a Luisa! – Marcela deu um pulo.

- Eu falei! – Gizelly devolveu, ajeitando a roupa – Aquieta esse fogo que eu apago ele depois. Oi, filha!

Pronto. Sabem encontro de almas? Foi bem isso. Luisa chegou à porta da cozinha anda meio sonolenta, mas foi só ver a mãe ali a alguns passos com um sorrisão do tamanho do mundo, que ela acordou na mesma hora.

- Mamãe! – e correu até Gizelly, que se agachou para recebe-la – Você chegou! Você chegou!

- Ai que saudades, meu pingo de gente! – e apertou a filha tanto contra si que parecia querer coloca-la para dentro de novo! Luisa riu, gargalhou e se enganchou nela pelo pescoço – Que vontade que eu estava de te ver, de te abraçar....

- Eu também estava com saudade de você, mamãe – Luisa se derreteu toda – A gente sentiu sua falta, não foi, tia Marcela?

- O tempo todo – Marcela respondeu sorrindo e checando o café. Terminou de colocar a mesa – Casa cheia de novo, Lu.