Capítulo 46 - Reunião de família

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Notas do Autor

Sobre ele: máquina de lavar roupa.

Boa leitura!
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- Eu tive uma ideia – Gizelly mesma continuou – Vamos jogar um jogo? As regras são a seguinte: a gente fala uma coisa e vocês dizem quem acham que é mais provável de fazer essa coisa. Eu começo – e bateu palminhas, animada.

- Que porra é essa, Gizelly? – Henrique proferiu.

- Eu vou chamar os seguranças – Fernando fez menção de pegar o telefone.

- A primeira coisa é: quem aqui é mais provável de criar uma empresa fantasma pra roubar o Cruzeiro e lavar dinheiro de corrupção?

Fernando estacou no movimento de discar o número no telefone. Natália riu, porque não sabia o que fazer e Henrique passou a mão pelo rosto, parecendo exausto.

- Ai, gente, que coisa mais sem graça. Ninguém vai responder? Tudo bem, eu vou tentar de outra forma – ela ajeitou a postura – Quem aqui é mais provável de trair a mulher? Eu respondo – Gizelly perguntou e em seguida levantou a mão – Na verdade... estou em dúvida entre o Henrique e o Marcos. Quem você acha, Mariana?

A despeito do tom despretensioso que usou, Gizelly constrangeu e ganhou olhares atônitos. Aquilo capturou a atenção de Fernando, ela percebeu.

- Que foi, ex-sogrinho? Não vai me dizer que você também traiu a mãe do seu filho. Porque se traiu, pelo visto seu gene ruim passou pro Henrique, hein?

- Gizelly, para com isso! – o advogado quase suplicou, ao que ela se manteve impassível.

Mas Gizelly... ela estava mesmo implacável.

- Bora, Mariana, sua vez. Quem você acha mais provável de trair a mulher? O Marcos ou o Henrique?

Mariana riu e relanceou Marcela.

- Resposta difícil, hein? E sabe o que é mais interessante, Gi? – ela jogaria no cinismo – A pessoa com quem eles traíram suas esposas é a mesma – e lançou um olhar colérico a Natália – Minha querida mamãezinha. Fala aí, Natália: como é ser o pivô da destruição das famílias alheias?

- Mariana, por favor! – Natália sibilou.

- Que foi? Não é segredo pra ninguém. Traiu, mentiu pra mim a vida inteira, me fez acreditar que o cara que me criou era meu pai, quando na verdade, eu era filha do diretor da minha escola e do pai da minha melhor amiga. Sua vida, Natália, continuou a mesma, a única diferença foi que o Marcos foi morar com a gente. Mas a minha? A minha, você transformou em um inferno. Tudo! Tudo que eu acreditava era mentira. Nada do que eu tinha vivido era real. Você não se envergonha disso não? De ter destruído a história da sua filha? – Mariana cuspi, e ante o silêncio de Natália... – RESPONDE!

- Calma, Mariana – Marcela pediu – Você não foi a única fodida da história não. Meu querido papaizinho me abandonou, largou eu e minha mãe pra viver com a amante de quinta, isso depois de ter escondido essa vida dupla por dezessete anos. Está mole ou quer mais? – ela mirou Marcos – Você e essa mulherzinha aqui foderam minha cabeça sem dó nem piedade, terapia era pouco pra aguentar o inferno que eu passei. Eu precisava de um milagre. E como se não bastasse meus problemas de família, ainda tinha esse vodu me azucrinando aonde eu ia. Não foi à toa que na primeira oportunidade que eu tive, eu fugi de vocês.

- Por que fugir é sua especialidade, não é, Marcela? – Natália debochou e Marcela quis realmente achar que estava alucinando com a audácia dela – Menina imatura, inconsequente, uma mimada que acha que o mundo gira ao seu redor. Não gira não, meu amor! Nunca girou! No dia que viu a majestade ameaçada pela minha filha, surtou pra chamar a atenção do pai. Uma maluca igual à mãe.

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