Capítulo 24 - Ação conjunta

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Notas do Autor

 sobre o capítulo de hoje, só tenho uma coisa a dizer: balde de água fria.
PS. Flashbacks em negrito.

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- Não... – murmurou baixinho – N-Natalia?

(...)

Paulinho piscou uma, duas, três vezes para ter certeza do que havia visto. Não, não era possível. Pelo que ele sabia, Natália, ex-diretora do Colégio Cruzeiro, havia sumido no mundo depois que os escândalos de corrupção na escola explodiram. Depois que Marcos foi preso, ela fugiu. Lembrava-se bem da polícia indo bater em todos os endereços dela ou relacionados a ela. Lembrava-se como se fosse ontem de Mariana, Marcela, Jossi, Lucas... todo mundo prestando depoimento e a resposta era sempre a mesma: ninguém sabia onde Natália tinha se enfiado. Evaporou como se fosse fumaça.

Interessante porque foi justamente esse episódio que fez Paulinho se interessar pelo ofício que desempenharia alguns anos depois. Viu a situação em que ficou os Mc Gowan, viu a situação em que aquela dupla de bandidos que era Marcos e Natália deixou a escola que tanto e tão bem lhe acolheu. Viu o preconceito estampado no olhar dos dois, sobretudo quando dizia respeito a ele, Marcela e Gizelly. Tornara-se advogado para poder lutar contra isso. Contra gente que fazia mal pra gente e impedir que pessoas como Natália e Marcos saíssem impunes.

Seguiu os passos da mãe, que era juíza. Acabou montando o próprio escritório, tinha um time de advogados muito bem preparados para lidar justamente com casos de violação dos direitos humanos. Enquanto amigo, acabou assumindo a parte jurídica das empresas de Gizelly, com quem criou um laço de amizade lindo. Se tornou uma espécie de conselho e seu representante legal e a parceria não poderia ter dado mais certo.

Não foi à toa que ela o chamou para cuidar da parte burocrática do seu divórcio. E que bom que ela lhe escolheu. Ali, parado naquele carro diante do escritório de Henrique, ele acabou encontrando o que não esperava. Mirou em um alvo e acabou acertando em dois.

Não, definitivamente não estava ficando louco. Agora o que diabos Natália, sendo ela mesma (e ele juraria de pés juntos que era, se fosse preciso) fazia entrando no escritório do ex-marido de Gizelly?

Sem nem titubear, Paulinho pegou o celular.

- Mari, sou eu de novo. Me faz um favor, liga pra Marcela e pede pra ela ir pro salão. Eu estou indo pra aí.

- Que graça é essa, Paulinho? Que tanto assunto é esse que você tem com a Marcela?

- Só faz o que eu te pedi, Mari, liga pra ela! – e desligou, dando a partida.

(...)

- Eu prefiro aqueles romances bem água com açúcar mesmo. A típica história de amor que do começo você já sabe como vai ser o final.

- Mas não é previsível demais? Chega a ser chato.

- Eu não acho. Se a gente sabe a conclusão de algo antes dela chegar, olhamos com mais detalhes o desenrolar da história, porque a expectativa pelo desfecho some. O foco é justamente o que vai acontecer para que aquele fim previsível aconteça.

Gizelly e Renata estavam sentadas em um café naquele final de tarde. Foi ideia da própria empresária chama-la para dar uma volta para matar o tempo enquanto esperava a aula de balé de Luisa acabar. Depois de fazerem quase uma limpa nas prateleiras de uma livraria, estavam ali apreciando a companhia uma da outra regada ao um bom cappuccino. E o assunto, ele nunca faltava. O do momento eram “clichês”.

- Nos filmes é lindo, mas na vida real... – Gizelly pontuou – E eu ainda estou tentando entender qual a vantagem de assistir um filme que a gente já sabe como termina.

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