Capítulo 15 - Gizelly Bicalho

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Notas do Autor


O capítulo de hoje tem alguns flashbacks que finalmente vão responder alguns questionamento cruciais da fic. Esses flashbacks vão estar em itálico ao longo do texto.
Sem mais delongas, sobre o capítulo de hoje: de mãe pra filha.

Boa leitura!


- Fica onde está, Marcela – a Bicalho ordenou.

- Quem vai sair sou eu. Tchau, Gi. Tchau, Lu – Mariana disse e saiu chispando.

Marcela, no entanto, se viu encurralada ali sob o olhar atento e completamente inocente de Luisa e diante de uma Gizelly Bicalho lhe fuzilando com os olhos. Literalmente jogada aos leões. Ou melhor, a uma leoa.

- Criança, né? – Marcela tentou amenizar a situação, rindo amarelo – Tem cada pergunta...

- Por que será que a Luisa perguntou isso, não é? – Gizelly foi irônica – O que diabos você e suas amigas ficaram falando na frente dela?

- Ei, a culpa não foi minha. A Clara que começou. E você ouviu também – Marcela  se defendeu como pôde.

Foram interrompidas por Mariana que retornou até onde elas e pegou Luisa.

- Lu, vamos dar uma voltinha com a madrinha? Vem – e já foi logo colocando a menina nos braços de novo.

- De novo? Mas eu já dei várias voltinhas, tia Mariana – Luisa colocou um bico na cara.

- Vai com a Mariana, Luisa – Gizelly foi meio dura.

- Mas você não me respondeu, mamãe – ai, Luisa...

- Luisa, depois a gente conversa e eu prometo que explico. Agora, por favor, deixa a mamãe conversar com a Marcela, hum? É importante.

- Tá bom – a menininha assentiu, mesmo sem entender nada e se deixou levar por Mariana.

- Vem – só deu tempo de Marcela sentir o puxão em seu braço e quando deu por si, Gizelly a arrastava para um canto mais afastado do burburinho.

- Ai, Gizelly! – reclamou – Vem cá, eu posso saber por quê esse desespero? Não é como se fosse o fim do mundo a Luisa saber que nós namoramos – a Mc Gowan protestou.

- E você já parou pra pensar que eu não queria que ela soubesse assim? Que eu queria conversar com ela direito, com calma? A Luisa tem só cinco anos, Marcela e esse é o tipo de coisa que eu queria ter dito a ela diretamente.

Marcela viu seriedade e uma ponta de preocupação nos olhos de Gizelly. E então algo até então impensado lhe ocorreu: e se Luisa deixasse de gostar dela pelo simples fato de saber que ela andou beijando sua mãe um dia? Meu Deus, e se Luisa soubesse que foi ela, Marcela, a causa do choro e do sofrimento e de Gizelly? Nunca que lhe perdoaria, sendo Gizelly a mãe dela. Começou a entender o lado da empresária. Não era o tipo de coisa que se soltasse no meio de uma rodinha e esperasse que uma criança de cinco anos entendesse.

- Me desculpa – foi tudo que Marcela conseguiu verbalizar – Olha... me desculpa, Gizelly, eu não pensei na hora. Quer dizer, a Clara, ela falou sem querer, você sabe como ela é e eu acabei entrando na conversa... – viu a cara que Gizelly fez e emendou – Mas também, não era nenhuma mentira. Você foi sim a namorada mais linda que eu já tive e a mais decente também.

- Ah, não... – Gizelly passou a mão pelos cabelos em um claro gesto de impaciência. Marcela prosseguiu com seu monólogo.

- É verdade. Foi você a melhor. Eu até te levei lá em casa. Minha mãe gostava de você.

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