Capítulo 31 - Família

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Notas do Autor

 
 Capítulo de hoje e sobre ele: laços.

Boa leitura!
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Gizelly acordou cedo no dia seguinte. O cansaço de seu corpo denunciava o quanto a noite havia sido movimentada e gostosa. Pra lá de gostosa. Riu involuntariamente quando se virou na cama e esbarrou em uma Marcela dormindo toda estirada no colchão, o lençol largado sobre o corpo deixando suas costas nuas. Os cabelos espalhados pelo travesseiro, a expressão serena de quem vivia o melhor dos sonhos em seu inconsciente. Se aconchegou a ela, suspirando e ainda custando em acreditar que finalmente pudera tê-la em seus braços de novo. E não poderia ter sido mais perfeito.

Um detalhe que chamou atenção de Gizelly e que ela não tinha notado na noite anterior era aquela tatuagem que Marcela tinha na parte superior das costas: uma mandala, ela sabia bem. A tinta preta contrastava e realçava com o branco de sua pele e a empresária anotou mentalmente o lembrete de perguntar depois a Marcela o que aquele desenho significava para ela. Não sabia que Heloísa tinha tatuagem e esperava sinceramente que ela não tivesse feito aquela em um impulso de momento. Se bem que para ser uma arte tão bem feita e em um local escondido, tecnicamente ela deveria ter pensado bem antes de dar a pele à tinta.

Gizelly apoiou a cabeça no braço e ficou ali, contornando as reentrâncias do desenho na pele dela com a ponta dos dedos, delicadamente. Sentiu Marcela arrepiar, ela suspirou, se remexeu um pouco, mas mesmo assim não acordou. Sorrindo de leve e deixando um beijo casto nas costas dela, Gizelly se levantou, vestiu a camisa quadriculada que sua... que Marcela usava na noite anterior, escovou rapidamente os dentes, passou uma água no rosto e saiu para preparar um café.

Na cozinha, enquanto juntava as coisas em uma bandeja, ligou para a mãe. Ouviu a vozinha da filha ao fundo e pediu para falar com ela. Prometeu estar lá o mais rápido possível para pegá-la, mas Luisa parecia mais interessada em comer que falar ao celular. Definitivamente era filha dela mesmo.

Retornou para o quarto equilibrando uma bandeja farta e a colocou no aparador de frente à cama. Marcela ainda ressonava na mesma posição em que ela havia lhe deixado. Rindo, Gizelly se pôs a acordá-la, ou não sairiam dali tão cedo. Deitou-se ao lado dela e deixou uma trilha de beijos pelas costas, subindo lentamente até chegar à nuca. Inspirou profundamente ali o que ainda restava do perfume francês que ela usava e fez um carinho nos fios loiros dela.

- Ei, dorminhoca – brincou, falando ao ouvido dela. Sentiu Marcela gemer baixinho e se remexer, mas sem despertar. Deus do céu, teria que chamar os bombeiros para acordá-la? – Acorda, ow corpo morto.

- Eu adoro sua delicadeza matinal – Marcela resmungou. Ela já tinha acordado, aquela filha duma mãe!

- É isso ou levar um banho de água fria – Gizelly brincou e se apoio nos braços para que ela virasse. A carinha amassada de sono era a coisinha mais linda daquele mundo – Oi.

- Oi, Gigi – Marcela coçou os olhos, meio que ainda tentando se situar de onde estava. Não era seu quarto nem sua cama. Era o quarto de Gizelly e a cama dela. Não foi um sonho, afinal. Era real. Muito real – Bom dia.

- Bom dia – Gizelly se inclinou para beijá-la, mas Marcela pediu um minuto, desviou e se levantou, tratando de escovar os dentes. Nunca teve tanta pressa na vida. Retornou para a cama e sem nem dizer nada, se deixou ser envolvida de novo.

Gizelly capturou os lábios dela em um beijo lento e profundo, mas... bom... dizem que é pela manhã que o apetite sexual se manifesta com mais intensidade e as duas ali... O “bom dia” delas acabou virando um “ótimo dia”. Marcela intensificou o contato e se ajeitou na cama de modo que Gizelly se sentou sobre o quadril dela. Não usava nada por baixo, Marcela constatou na hora. Amém.

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