Capítulo 23 - Amizade do pop

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Notas do Autor

Capitulo de hoje:  pegação 
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Atolada de coisa para fazer era pouco. Mariana estava às voltas com a organização da Feira Cultural do Cruzeiro. Era o principal evento do calendário escolar do colégio, envolvia desde as turmas do infantil até os pré-vestibulandos do terceiro ano. E tinha muito do que dar conta: reuniões com os professores para discutir os projetos, passar de sala em sala para ouvir dos alunos o que eles vinham planejando, cuidar da contratação dos serviços de áudio e vídeo do evento (e tinha ainda a banda de uma turma do nono ano que queria se apresentar e claro que ela não diria “não”), montar a divulgação entre os pais... Coisa demais para Mariana de menos.

E Marcela nem ali estava para lhe dar uma mãozinha. Ela que ficou de fazer as artes do evento. Na verdade, ela estava colocando em prática uma ideia brilhante: abriu um mini concurso para escolher a melhor arte do evento produzida pelos alunos. Tinha que estar ali para poder escolher a vencedora e trabalhar no restante do material de divulgação. Mas até aquela data, nunca chegou. Já se aproximava do horário do intervalo.

O celular de Mariana tocou em algum canto ali na mesa e ela jura que teria deixado passar se não tivesse visto o nome de Jossi no visor. Família. E nunca se recusa uma ligação de família, por mais ressalvas que você tenha com ela.

- Oi, mãe – atendeu e continuou mexendo em uns documentos no computador. Mas parou na mesma hora quando ouviu as palavras da madrasta – Eu vou pra aí agora. Não, nem pensar! Estou indo pra aí! – Mariana desligou apressada, recolheu suas coisas rapidamente e abriu a porta com tudo, quase atropelando uma criaturinha de meio metro que se colocou à frente dela. Luisa tinha a mãozinha levantada, pronta para bater à porta.

- Oi, tia Mariana – cumprimentou educadíssima como sempre.

- Oi, Lu. Hã.... O que você está fazendo aqui? Precisa de alguma coisa? – Mariana tinha pressa. Ouvir que Marcela não iria à escola naquele dia porque estava toda arrebentada em casa após quase ter sido atropelada já era mais que suficiente para fazê-la largar o que quer que estivesse fazendo.

- A tia Marcela está aqui? Ela não está comendo no recreio. Eu queria contar pra ela sobre os cavalinhos que eu brinquei – Luisa explicou. Acabou faltando a escola na segunda-feira por decisão de Gizelly que quis passar mais um dia descansando no rancho de Renata. No dia anterior, Marcela não foi para o Cruzeiro porque ainda estava convalescendo da gripe que a derrubou. E hoje....

- Não, Lu, a Marcela não está aqui. Ela não vem hoje – Mariana fechou a porta atrás de si.

- Por quê? Ela está com dor de barriga? – Mariana nem queria, mas riu. Por que ela associava “não ir para escola” com dor de barriga? Foi Gizelly que ensinou aquilo?

- Não, Luisa, não é dor de barriga. A Marcela estava dodói, com gripe, por isso não veio ontem.

- Ela ainda está dodói? – Luisa se interessou e se preocupou.

- Bom... um pouco – como que explicaria aquilo a Luisa? – Ela estava melhorando, mas hoje ela... humm... ela caiu. Não sei bem como foi, mas ela caiu feio no meio da rua e se machucou um pouquinho – esperava que fosse só um pouquinho mesmo.

- Eu posso ir ver a tia Marcela? – já havia um quê de súplica no olhar da menina.

- Lu, você tem aula. E a Marcela está bem, parece, só um pouquinho machucada, eu acho. Vai brincar com seus coleguinhas, aproveitar seu recreio que assim que eu voltar, te dou notícias dela.

- Mas eu quero ver a tia Marcela, tia Mariana – Luisa choramingou. Mariana odiava aquilo, mas teria que usar sua autoridade de diretora ali.

- Luisa, não. Você tem aula daqui a pouco e precisa voltar pra sala. Não vou te tirar da escola, ainda mais sem sua mãe saber.

MIL ACASOSOnde histórias criam vida. Descubra agora