Capítulo 45 - Articulação

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Notas do Autor


 capítulo de hoje: ação conjunta.

Boa leitura!
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- Pergunta errada, Marcela. O correto é “o que vai acontecer?” – a delegada explicou e fez sinal para ela se sentar – Podemos?

Sem entender nada, Marcela tomou seu lugar, enquanto Giovanna dava a volta na mesa – Bom, eu os chamei aqui, porque vou precisar da ajuda de cada um de vocês. Sei que você já fez muito com a escuta, Marcos, mas...

- Escuta? – Marcela e Mariana exclamaram ao mesmo tempo. Gizelly e Paulinho, por outro, fizeram cara de paisagem.

- Sim, hã... – Giovanna massageou as têmporas – o Marcos plantou uma escuta no apartamento da Natália a pedido meu. Mas fiquem tranquilas, que foi tudo feito com mandado judicial. Eu tinha autorização pra grampear a sala dela.

- Quando foi isso? – Mariana quis saber.

- No dia em que a Marcela foi baleada – ela explicou – Eu conversei com a Gizelly e o Paulinho e nós chegamos a esse acordo.

- E vocês não me falaram nada? – Mariana se revoltou – Isso é loucura! A Natália tentou matar a Marcela e logo depois, vocês colocam o Marcos na frente dela?

- O Marcos era nossa única forma de conseguir entrar naquele apartamento sem sermos notados, Mariana, me desculpe. Qualquer um de vocês levantaria suspeitas. Foi o único jeito.

- E deu tudo certo, filha – o Mc Gowan se explicou – Foi por causa dessa escuta que a polícia soube que a Natália ia fugir.

- Pena que não chegamos a tempo – Giovanna se lamentou – Mas a escuta ainda está ativa e ontem à noite nós ouvimos movimentação no apartamento. Uma voz masculina falando ao telefone. Jogamos no nosso identificador e o decodificador apontou como sendo essa voz aqui.

E deu play em alguma coisa. A voz que soou era grave, firme e decidida. E dizia claramente um “Não tem nada aqui. Aquela filha duma mãe levou tudo!”.

- O Henrique? – Gizelly proferiu – Essa voz é dele.

- Com certeza é – a delegada anuiu e abriu algo na tela do computador. Imagens de uma câmera de segurança – Ele entrou pelo estacionamento e subiu sem que ninguém visse. Ninguém exceto nós. Estamos com acesso às câmeras do prédio por força de mandado e conseguimos ver claramente ele saindo do elevador e entrando no apartamento.

- O que ele foi fazer lá? – Marcos quis saber – A Natália não está mais lá, certo?

- Certo. Eu acredito que o Henrique possa ter deixado algo para trás, algo que a Natália levou, porque ele claramente está bem frustrado aqui e naquele apartamento não ficou nada de mais, exceto a mobília. Nós mesmos checamos – ela adiantou alguma coisa.

- Você estava sabendo disso? – Marcela cochichou ao ouvido de Gizelly.

- Espera, Marcela – foi o que teve de resposta. Gizelly prestou atenção na tela onde a delegada mostrava algo. E para Marcela, um chute teria doído menos. Já não bastava sua noiva ter lhe escondido detalhes de uma investigação que dizia respeito a ela também, ainda lhe pedia para calar a boca quando tinha perguntas a fazer? Era o cúmulo. Não era Gizelly mesma que vivia lhe dizendo para não guardar as coisas para si e se abrir? Confiar e se abrir? Faziam semanas que ela, Marcela, havia deixado o hospital, só o que sua noiva teve foi oportunidade de lhe dizer “olha, a polícia tem um plano e eu estava sabendo dele”.

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