Notas do Autor
Capitulo de hoje: Marcela com Marcela
- É o lance da lavagem de dinheiro, não é? – Isa pegou na hora. Gizelly a encarou com uma expressão séria, seríssima. Algo que ela nunca tinha visto antes. Talvez a Gizelly empresária dona de metade de São Paulo. Aquela que se fazia respeitar ao mínimo gesto.
- A Marcela vai aprender a me respeitar. Por bem ou por mal.
Quando Gizelly desceu do carro na entrada do MP3 naquele sábado, se deparou com um movimento atípico lá dentro. Gritinhos animados vinham da quadra, barulho de vozes alteradas, bater de palmas, dizeres de incentivo... Ela já entrou com o olhar procurando o que havia de diferente ali e não demorou praticamente nada a encontrar.
- Gol! Gooool! – marcela vibrou, animada, correndo pela quadra com os braços erguidos até fazer um high-five com um rapaz que havia ali. Um apito soou, num claro pedido de ordem – Cara, a gente podia competir na liga europeia – brincou e voltou a se concentrar no jogo.
- Gente, o que está acontecendo aqui? – Gizelly indagou, aproximando-se de Clara, Isa, Bia e Mari paradas ali perto, observando aquela cena.
- A Marcela aconteceu. Olha lá
- Ela não devia estar dando aula não? – Gizelly já foi logo soltando.
- Ah, deixa eles se divertirem um pouco, Gi – Bia pediu – O jogo tá páreo a páreo. O time da Marcela está ganhando.
Gizelly quis revirar os olhos, mas não conseguiu. Pelo contrário, a única coisa que fez quando voltou a observar aquela cena foi sorrir. Estranhamente, sorriu. E seu gesto não passou despercebido por Isa, que deu uma cutucada em Bia e apontou com a cabeça para ela, sugestiva.
Marcela corria de lá para cá, dava ordens, vibrava a cada jogada bem sucedida... Só parou, porque, de repente, uma pessoinha de meio metro entrou com tudo na quadra, correndo atrás da bola e gritando um “tia Marcela, joga pra mim”.
- Luisa, sai daí! – Gizelly bem que gritou, preocupada com a filha daquele tamainho perdida no meio daquele monte de pernas longas e apressadas. Ela havia deixado a filha lá mais cedo naquele dia e precisou sair para comprar umas coisas que o pessoal da cozinha da ONG havia pedido.
Mas Luisa mesma pareceu nem ouvir a ordem da mãe. O que Gizelly viu em seguida foi Marcela correndo até ela, como que para protege-la. Falando um “espera, espera, espera” nervoso, ela parou o jogo.
- E agora atenção para a maior craque que o futebol brasileiro já viu – o resto dos jogadores parou para olhá-la. Marcela ergueu Luisa, a levou até a bola e se posicionou perto do gol, piscando para a aluna que fazia as vezes de goleira. E então para a minibicalho – Bora lá, LB-10. Tô pronta.
Luisa chutou a bola para Marcela em um toque um tanto quanto desajeitado, em seguida correu em direção ao gol feito um mini foguete. Marcela só tocou na bola e a devolveu para ela, que entrou com tudo no gol, marcando o seu.
A quadra inteira, o MP3 inteiro, quem assistia àquilo vibrou. Luisa ergueu os bracinhos e saiu correndo em direção a Marcela gritando um “eu fiz gol, tia Marcela!”, foi recebida por ela que a ergueu feliz da vida, como quem erguia um troféu.
- É gooooool! E é dela! É dela! É dela! – Luisa vibrava nos braços de Marcela – Luisa Bicalho é o nome dela!!!
Foram palmas, gritinhos animados, Marcela pôs Luisa sobre seus ombros e a menina saiu fazendo um high-five em todo mundo dos dois times até chegar em sua mãe. Sem saber muito o que fazer, Gizelly teve que se abaixar um pouco quando Luisa fez menção de se jogar nos braços da Bicalho que a recebia de braços abertos.
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MIL ACASOS
FanfictionSinopse: O que acontece quando o tempo passa? Alguns aproveitam cada segundo, outros repensam o que viveram até ali e há os que simplesmente se arrependem de seus feitos e tentam reverter o ponteiro do relógio e recuperar tudo que lhe foi perdido. S...