Capítulo 39 - Prova de resistência

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Notas do Autor

 capítulo de hoje: medidas extremas.

Boa leitura!
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- Agora você é que vai dançar conforme a minha música. E se reclamar, vai ser pior.

Ah, mas era só o que faltava! Nem bem o dia tinha começado e era o quê? Obrigado a ouvir desaforos e chiliques por parte de Gizelly? Mas nem a pau! Aliás, como diabos ela foi parar ali? Como descobrira o endereço dele? O endereço do apartamento de Natália? Deus do céu, só queria que a mulher não aparecesse na sala naquele momento ou aí sim teria sérias explicações a dar.

- Caso você não se lembre, a Luisa é minha filha também! Eu tenho tanto direito sobre ela quanto você.

- Acontece que é comigo que ela vive e é sob minha responsabilidade que ela está! E em momento nenhum alguém pode fazer qualquer coisa que seja com a minha sem que eu saiba. Nem mesmo o pai dela! Você, como bom advogado que é, devia saber disso, né? Se você queria ver a Luisa, era só ter me avisado! Eu nunca impediria vocês dois de se encontrarem.

- Eu não preciso da sua permissão pra conviver com a minha filha!

- Precisa sim! – Gizelly alteou a voz – Precisa sim, porque eu sou a mãe dela! Você passou meses sem nem ligar pra menina, aí do nada resolve levar ela pra almoçar? Foi pra quê? Pra encher a cabecinha dela de coisa? Inventar historinha pra boi dormir e colocar a Luisa contra mim e contra a Marcela? Você pretendia o quê com isso, Henrique? Fazer nossa filha achar que a culpa de tudo de ruim que aconteceu na nossa vida é minha e da minha namorada? Se colocar de vítima, quando a gente sabe muito bem que foi você que destruiu tudo?

- Eu não sei do que você está falando – Henrique soltou e foi o suficiente para Gizelly partir pra cima dele com tudo que tinha. Aquele cinismo a fez perder completamente a compostura.

- Você tentou fazer a cabeça da minha filha contra mim, seu filho da mãe! – desferiu socos contra o peito dele. Henrique tentou desviar como pôde, mas sem muito sucesso. Gritou um “para, Gizelly!”, mas em vão – Você não tem vergonha não? De usar uma criança nesse seu joguinho sórdido? De usar a nossa filha nas suas merdas? Seu canalha – tapa – Filho da puta – tapa – Imbecil!

- Chega, Gizelly, para! – Henrique seguro os pulsos dela com força – A Luisa tem o direito de saber da verdade.

- Verdade? Que verdade, seu idiota? – ela se livrou dele com um safanão – A verdade é que você me traiu! Foi você que me tratou feito lixo! Foi você que destruiu nosso casamento! Você queria o quê? Que eu te perdoasse por ter fodido com outra mulher enquanto dizia que me amava e me procurava toda noite? Te colocar pra fora de casa foi o mínimo! É o mínimo! Você não tem ideia do que eu sou capaz de fazer, principalmente se você meter a Luisa nessa história.

- É ameaça agora?

- Entenda como quiser – ela deixou no ar – Qual é a sua, hein? É pra me atingir? Porque se for, parabéns, está funcionando! – ela quase gritou – Só que se eu perder o controle, Henrique, eu passo por cima de todo mundo. De você, da sua amantezinha de quinta, de quem for. Passo por cima e ainda dou ré pra pisotear de novo se você meter a Luisa nisso. Comigo, eu até aceito sua frustração, sua estupidez e sua covardia, mas com a minha filha não. Deu pra entender? – e diante do silêncio dele – Deu pra entender, ou eu vou ter que desenhar? – alteou a voz de novo.

- Você está completamente fora de si – ele cuspiu e foi atender a porta. Era o porteiro acompanhado de um segurança para saber se estava tudo bem, porque uma senhora entrou sem autorização e procurando por ele. Em duas palavras, ele se livrou dos dois e disse que estava tudo sob controle. Natália continuava acuada no corredor ouvindo cada palavra do que Gizelly dizia. E aquele maldito porta-retratos dela no passador ao alcance de um relancear de vista.

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