Capítulo 19 - Em briga de marido e mulher

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Notas do Autor


capítulo de hoje. Sobre ele: senhor Bicalho Mondego.

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- Você está me seguindo?

- Não muda de assunto, Gizelly – a voz dele era quase um sibilo, como se estivesse se segurando para não cometer uma loucura bem ali. Mas se pensou que intimidaria Gizelly, ah, não intimidaria mesmo – Que porra é essa?

- Que porra é essa digo eu! Como diabos você conseguiu essas fotos? Por acaso você colocou alguém na minha cola, é isso?

- Não interessa, Gizelly! O que interessa aqui é isso, essas imagens, você e a Marcela! Vocês estavam juntas, porra! Vocês estavam juntas!

Ele quase gritou, havia um certo descontrole no tom de voz que Henrique usou. Mas Gizelly não titubeou nem deu para trás. Se manteve firme em sua postura.

- Fala baixo, vai acordar a Luisa!

Mas Henrique pareceu nem ouvi-la. Estava possesso demais para isso.

- Eu acordo a porra desse prédio inteiro se for preciso! Mas eu exijo saber o que era isso aqui? O que você estava fazendo a essa hora com a Marcela? – escrutinou o rosto de Gizelly – O que você está me escondendo, Gizelly?

- Ironia você falar que eu estou escondendo algo quando claramente é você quem faz isso o tempo todo – ela jogou na cara sem nem medir as palavras – Eu posso responder o que eu fazia com a Marcela se você me disser onde diabos se enfia toda noite que nunca chega em casa na hora e some do nada.

Bem na ferida. Henrique calou. Gizelly aproveitou a deixa.

- É isso, não é? Eu tenho que te dar respostas, eu tenho que te dar satisfações, mas você, porra nenhuma! – a raiva lhe subiu – Quer saber? Eu estava com a Marcela sim, nós só conversamos. Sua vez.

Mentira. Mas não era a única a dizer inverdades ali. Se Henrique podia, ela também podia. Não deixaria a situação pior do que já estava. E pelo visto aquilo ali, eles dois, nem tinha mais jeito mesmo. Uma pá de cal a menos ou mais talvez nem fizesse tanta diferença.

Henrique se virou dando tudo de si para não dizer um impropério e chutou a cama, fazendo-a chacoalhar. Respirava curto como um cão raivoso no ponto de atacar. E atacaria.

- Eu sabia... eu devia saber – virou-se abruptamente para Gizelly, a expressão colérica – Desde que aquela mulher apareceu de novo, tudo tem dado errado, tudo! – Henrique parecia alucinado e Gizelly teve a leve impressão de que não era exatamente a ela que ele estava se referindo – Aquela filha da puta sempre se mete onde não deve e você, Gizelly, é a culpada!

- Eu? – ela repetiu incrédula. Sério que ele faria aquilo? – Claro que a culpa é minha... sou eu que ando escondendo as coisas e agindo com hipocrisia por aí – ironizou – Se você deixasse de ser paranoico, a gente nem estaria aqui agora.

- E me fala, como eu não vou ficar paranoico se você me dá motivos, hum? É Marcela pra cá, Marcela pra lá... só Marcela, Marcela, Marcela! Até a nossa filha aquela maluca quer roubar.

- Henrique, você está se ouvindo? Ninguém quer roubar ninguém aqui e para de se referir e a mim e à Luisa como se a gente fosse um prêmio que você ganhou numa disputa! Eu sou sua mulher e ela é sua filha e o mínimo que a gente merece é respeito!

- Minha mulher, mas fica se esfregando com qualquer uma! – ah, não. Ele não disse aquilo – Me fala, Gizelly... desde quando você virou essa vagab....

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