Tessália Flores
4 anos antes da aventura.
Senti meu corpo inteiro relaxar após a sensação de prazer que começou abaixo do meu ventre, e se espalhou por todo o resto como ondas de alívio. O lado bom de o uniforme da escola ser uma saia é que não precisei me despir, de forma que só me levantei, ajeitei a roupa íntima e encostei na parede.
— O que achou? – Raul perguntou enquanto subia o zíper da calça. Tinha um ar confiante em seu sorriso, como se estivesse certo de que transar com ele seria uma experiência fantástica para qualquer mulher.
— Foi ótimo para uma quarta-feira de manhã.
Raul – ou o quinto garoto mais gato do primeiro ano, como era conhecido – se levantou e encostou na parede oposta. Ambos ainda arfavam devido aos últimos vinte minutos dentro daquele banheiro.
— Sabe que meu sonho de consumo é transar com você. Mas tinha que escolher logo o banheiro das garotas? – questionou com a sobrancelha arqueada.
— Ei! A sua turma está na educação física, então o banheiro dos garotos não seria o lugar mais privado do mundo – expliquei enquanto tentava conter meu cabelo em um rabo-de-cavalo. – A minha turma está na aula de debates...
— Que é onde deveria estar – ele adivinhou, ajeitando a gravata em volta do colarinho. – Então vamos sair antes que a Irmã Francisca venha te procurar.
— A minha fã – debochei, já abrindo a porta da cabine. – Eu vou primeiro. Saia em cinco minutos.
A turma do nono ano sentava-se de frente para um palco. Na maioria dos dias, era o professor que subia ali e fazia apontamentos no quadro negro. Mas naquele dia em específico, dois palanques tinham sido montados para que os alunos escolhidos apresentassem seus argumentos.
Entrei na sala buscando chamar o mínimo de atenção e me esgueirei até onde minhas amigas estavam. Me sentei entre Rosa e Yolanda, que permaneceram imóveis para não atrair a atenção do professor com qualquer movimento.
— Qual o ponto? – perguntei.
— Uniforme escolar: organização ou opressão – Yolanda citou o tema do debate.
Rosa batia a mão sobre o joelho, como em um velho hábito.
— Aproveitou o tempo com Raul? – sussurrou.
— Óbvio – respondi.
— Qual era o tamanho do... – Yolanda pôs as mãos uma de frente para a outra. Entendi a referência.
— Não tem vinte e quatro centímetros – revelei.
Ela torceu o nariz e Rosa murmurou um "eu disse". Discretamente, Yo entregou uma nota de vinte pesos para a garota de luzes no cabelo. Sendo amiga delas desde a infância, não deveria ficar surpresa com as duas fazendo uma aposta sobre o tamanho do pênis de alguém. Mas fiquei.
— Vocês precisam ir para a Igreja – reprovei.
— Desculpa, quem estava transando dentro de uma escola de freiras? – Era impressionante como Yolanda sempre tinha uma resposta na ponta da língua.
O professor pediu silêncio e todos se calaram. As duas alunas na frente da sala continuavam debatendo sobre o uso dos uniformes, mas era nítido que mais ninguém estava prestando atenção além do Sr. Pérez.
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Decepção de verão
RomanceGreyson Hayes tinha tudo planejado: se formar no colégio, entrar para a faculdade, e pagar um aluguel razoavelmente barato no apartamento que dividiria com sua namorada. Porém, um câncer entrou no meio de seus planos. Um ano após a morte de Danielle...