— Em nome de toda a família Atama e do resort Terra Dourada, gostaria de dizer que é uma honra receber os senhores na nossa festa! – declarou Hau com toda a alegria e espontaneidade de um empreendedor.
A mulher de pele negra como café – e hijab escondendo os cabelos cacheados – abriu um sorriso educado.
— Nós que agradecemos o convite – disse Melissa. Seu inglês possuía um forte sotaque africano.
— De fato, está tudo maravilhoso – elogiou meu pai, após experimentar uma garfada de sua refeição. – E claro, foi uma boa oportunidade para conhecer o lugar em que nossos filhos trabalham!
Após o convite de Hau para o jantar, todos os parentes acreditavam na mesma coisa: que havíamos encontrado empregos de verão, o que diminuiu suas desconfianças e receios. Afinal, adultos acham legal jovens que trabalham ao invés de se divertir.
— Sobre isso – disse Maria, mãe de Tessa –, que tipo de serviços os colocam para exercer? Sabem que Tessália tem direitos devido a sua deficiência, não sabem?
— Mãe! – reprovou a artista, sentada ao seu lado.
Maria parecia o tipo de mulher que gostava de ter tudo sob seu controle. Era baixinha e gorducha, com olhos negros flamejantes e postura decidida. Só a conhecia a cinco minutos, mas já podia reparar que sua personalidade era tão brava quanto a de um pinscher.
Perséfone se inclinou sobre a mesa, para poder vê-las melhor.
— Deficiência? – perguntou.
— Eu tenho Epilepsia, não deficiência! – destacou Tessa, encarando a mãe como em uma alfinetada.
— De qualquer forma, muito arriscado – decidiu Maria.
— Bom, posso assegurar que não oferecemos trabalhos complexos aos nossos funcionários recém-chegados. – Perséfone tinha um tom sério e calmo. Com ele, poderia convencer qualquer um de que pular de paraquedas sem o paraquedas, era uma boa ideia.
Hector, sem interromper sua refeição, despejou veneno na conversa:
— Que bom. Paige não consegue realizar tarefas que exijam muito do cérebro.
A ruiva soltou os talheres.
— Eu sou disléxica e não burra, seu brutamontes! – irritou-se.
Aquele cara era um babaca. Que tipo de pessoa arrumava problemas com Paige Cloud? Era quase como se diminuir ela o divertisse.
Como resposta de seu jeito inconveniente, recebeu um olhar mortal de Éric. O nerd parecia se controlar para não quebrar um prato na cabeça de Hector (e acho que ninguém iria tentar impedir).
— Paige aprendeu todas as falas de uma peça em 24 horas. E a apresentou de forma magistral – ele a defendeu.
— Magis o que? – O irmão postiço entortou a cara.
— Seu cérebro de ervilha não conhece essa palavra! – declarou Paige, fazendo até o garçom, que servia suco em nossa mesa, prender uma risada.
— Jovens, acalmem os ânimos – disse Homai, erguendo uma garrafa verde-escura na mão, como um troféu. – Discussões só depois do vinho!
— O vinho sempre é melhor depois da briga. Experiência própria – opinou Dominic.
Os garçons perambulavam pelo jardim servindo os hóspedes, que conversavam e riam alto. O humor estava ótimo àquela noite. Alice estava na mesma mesa que o casal idoso – Ernest e Margaret – conversando e gargalhando de algo que só eles sabiam. Não avistei Giles em lugar algum.
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Decepção de verão
Roman d'amourGreyson Hayes tinha tudo planejado: se formar no colégio, entrar para a faculdade, e pagar um aluguel razoavelmente barato no apartamento que dividiria com sua namorada. Porém, um câncer entrou no meio de seus planos. Um ano após a morte de Danielle...