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Terça-feira, 30 de Março
P. O. V. Oliver
O dia hoje amanheceu frio, o vento soprava forte, o céu estava nublado e acinzentado, meio escuro, parecia como se ainda fosse de madrugada. Como se avizinhava o mês de abril, conhecido aqui na ilha como o mês mais chuvoso, até slogan tinha: abril, chuvas mil.
Sentado na porta da minha casa, usando um casaco moletom com capuz amarelo, com os fones no ouvido, eu estava ouvindo música enquanto mexia nas redes sociais, quando vi estacionar um Porsche amarelo em frente a minha casa. Ergui meu rosto, com o olhar atento, vejo os vidros rolarem para baixo e lá estava ele, Sirilo, capitão do time Avallon, de frente a porta da minha casa novamente depois de dias ausente, todo fresquinho, usando um casaco vermelho e mangas brancas com um logotipo do time estampado na frente, exibindo um sorriso radiante.
Assim que levantei mais cedo, pedi para Aria via WhatsApp, para me conseguir o número do capitão do time. Obviamente, ela ficou surpresa e quis saber o que estava acontecendo, fez um monte de perguntas, enfim. No final ela acabou conseguindo o número, coisa que não foi nem um pouco difícil, visto que o amigo dela Carlos é um dos melhores amigos do dito cujo, então, como eu disse, fácil. Após conseguir o número, enviei para o capitão um áudio, pedindo que viesse até minha casa me pegar, para irmos juntos a escola. Eu sei, eu sei que talvez eu vá me arrepender dessa decisão mais tarde, talvez eu tenha me precipitado um pouco, amolecido um pouco cedo demais, mas, já está feito. Agora é só esperar que o cabeça de vento não estrague tudo sendo o mesmo grande babaca de sempre. Quem perde não sou eu.
Retirei os fones, me levantei e caminhei devagar em direção ao carro dele, sob olhar atento do mesmo, que mordeu os lábios involuntariamente, já imaginando o porquê, mas não quero saber.
— Oi. — cumprimentou ele, todo sorridente, olhando para mim atentamente assim que entrei, provavelmente um pouco confuso também.
— Oi. — respondi, encarando igualmente os olhos dele, sem esboçar nenhum tipo de reação.
— Não sei se posso dizer isso, mas, você está lindo de amarelo, parece um anjinho, até combinou com o carro. — com certo receio da minha reação ele falou assim mesmo, enquanto me encarava fixamente.
Provavelmente naquele momento ele fantasiava coisas impuras naquela mente poluída dele. Relevei o que ele disse, apenas forcei um sorriso tentando demonstrar tranquilidade.
— Devo confessar que eu quase tive um colapso quando vi a tua mensagem no meu celular.
— Pois, acerca disso... — apoiei minhas costas no assento, retirando o capuz da cabeça, enquanto ele continuou me encarando fixamente — Precisamos conversar.
— Tudo bem.
— Eu pensei muito sobre tudo que aconteceu ontem, sabe? Sobre você, sobre mim, sobre todo esse rolo desgastante e uma possível amizade entre nós...
— E o que você decidiu? — com um olhar expectante ele me interrompeu.
— Se você me deixar terminar de falar talvez eu responda!
— Me perdoe, eu não quis...
— Eu não vejo problema nenhum da gente tentar ser amigo. — falei interrompendo-o também.
— ... parecer desesperado nem nada, só... Espera, o quê? — ele finalmente se deu conta do que eu havia dito.
— Não me obrigue a repetir, porque eu não vou. — apoiei a cabeça no banco e olhei para frente.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...