Pessoal, quero me desculpar pela demora em postar novos capítulos.... Estava tratando de alguns assuntos pessoais que me tomaram muito tempo, mas agora estou de volta... 😄 Espero que não tenham desistido dos meninos 🤭😄... Ok.... Vou deixar vocês com o capítulo.... Apreciem...
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P.O.V Sirilo
O clima estava cinzento, dava para perceber através dos vidros do quarto que dava vista para o jardim, não havia sinal de sol faziam dias, um frio de quase 10 graus, e uma humidade que para os países do norte poderia parecer brincadeira de crianças mas para nós do trópico sul era a própria Antártida, e acrescentando ao fato de não poder respirar em condições por conta do nariz quebrado, a dor, tanto na face quanto no coração, a culpa por tudo que estava acontecendo, principalmente o desprezo do meu pai que me cortava a alma, o ódio do Oliver, tudo isso me deixava muito mal disposto, ao ponto de não querer mais sair da cama.
Eu estava deitado na cama, surpreendentemente Lucas ainda estava comigo. Apesar de tudo que ele sabia do que eu havia feito ele ainda assim não saiu do meu lado desde que voltei pra casa, nem tão pouco me crucificou, ou me julgou como todo mundo, ele apenas ficou cuidando de mim, mesmo sem merecer, e aquela atitude dele me fez sentir ainda pior.
— Você não vai falar nada? — perguntei ao Lucas enquanto estava com a cabeça deitada no colo dele, envolto com uma manta.
— Sobre o quê?
— Sobre o vídeo. Sobre como pude ser tão desprezível ao ponto de ter enganado não somente a vocês como também ao Oliver e a família dele. Sobre como eu pude ser capaz de magoar alguém como o meu próprio pai que já sofreu tanto com a minha depressão no passado, mentindo sobre outra depressão somente para poder ganhar uma estúpida aposta.
— Ah, você refere a isso? Não, eu não tenho muito a dizer sobre o assunto. — ele foi direto, enquanto fazia carinho na minha cabeça.
— Porquê? Eu me comportei de forma horrível com vocês! Eu menti pra todo mundo! O mínimo que eu merecia agora era uma bronca ou algum castigo.
— Talvez seja isso mesmo que você mereça. Mas, acredito que você já tenha escutado sermão o suficiente por hoje. A prova clara disso está bem estampado no teu rosto. — ele tentou fazer graça se referindo ao meu nariz quebrado para deixar o ambiente menos tenso — Sem falar que a tua própria consciência já esteja fazendo isso por mim, certo? Então não vejo necessidade. — ele explicou claramente e automaticamente lágrimas escorreram dos meus olhos.
Aquilo me quebrou de um jeito que eu não pude explicar. Senti um remorso enorme. Ficou um silêncio por alguns minutos.
— Lucas? — quebrei o silêncio chamando-o.
— Sim.
— Você acha que algum dia o meu pai irá me perdoar?
— Mas é claro que sim.
— Achas mesmo?
— Acho sim. Apesar de tudo você não deixou de ser a luz dos olhos dele. Ele te ama muito, garoto. Só lhe dá um pouco de tempo. Daqui a pouco as coisas se resolvem.
— Eu juro pra você, Lucas, que nunca foi minha intenção querer magoar vocês propositadamente, entende? O problema é que... eu estava tão obcecado em querer ganhar uma simples aposta e querer provar pra todo mundo que nenhum garoto fica imune ao meu irresistível efeito de garanhão dessa cidade e acabei perdendo completamente a noção. Quando dei por mim, a situação já estava totalmente fora de controle. — tentei me explicar.
— Eu acredito em você.
Ele dizendo isso me deixou muito feliz de certa forma, por saber que pelo menos alguém ainda estava do meu lado.
— Obrigado por não me julgar como os outros. E por me ouvir.
— Não precisa me agradecer. Eu não aprovo o que você fez de modo algum, mas também entendo que você tem um problema, talvez o maior deles que se criou por conta do outro que era foco principal. Você não tem noção do que significa a palavra limite. Talvez por conta dos problemas que enfrentaste no passado ou simplesmente pelo fato das coisas serem sempre fáceis pra você pela posição de influência que o teu pai exerce no mundo, eu não faço ideia. Mas o que eu sei é que nada está perdido, não é tarde demais para você aprender a reeducar o teu espírito, você ainda está a tempo de mudar as coisas.
O nunca palavras tão simples porém sinceras saírem da boca de alguém antes. Foi como um choque de realidade.
— Como faço isso, Lucas? Como eu posso reverter isso? — me sentei para poder encarar ele nos olhos.
— Veja, não tem como reverter as coisas agora. O que está feito, está feito. O que você pode e deve fazer, é limpar sua imagem.
— Como?
— Você pode começar assumindo seus erros e arcar com as consequências disso. Olha, vou te ser bem sincero. Eu não sei se algum dia o Oliver poderá te perdoar depois do que você fez, mas, o conselho que eu posso te dar agora é esse: comece por levar mais à sério, principalmente as sessões de terapia com a doutora Stella. Você precisa seriamente de cuidados psicológicos para poder curar o seu interior. Então se você realmente ama o teu pai, o Oliver e queres que eles realmente te dêem uma nova chance, esse é o caminho.
Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, processando o que ele havia dito, quando alguém bateu na porta do meu quarto e entrou, por momentos achei que fosse o meu pai, meu coração bateu acelerado, porém era o Pedro.
— Bem... — Lucas levantou-se — agora que você tem companhia, vou deixar vocês. Pense no que te falei, ok Sirilo?
— Eu irei. — respondi encarando Pedro, que me encarava de volta com um olhar culpado. E eu já podia imaginar o porquê.
Lucas segurou os ombros de Pedro, sorriu e retirou-se logo em seguida.
— Soube que quebraram o teu nariz e.... Quis passar pra ver como você estava. — ele começou dizendo, enquanto olhava para os dedos das mãos.
— Como você pode ver, eu estou na merda. Mas acredito que esse não seja o real motivo da tua visita, pois não Pedro?
— Você tem razão...
— Facilitarias minha vida se fosses direto ao ponto, cara.
Ele ficou calado por alguns segundos, ainda olhando para os dedos das mãos, como se fosse difícil pra ele dizer o que tinha a dizer.
— Então? Vai ficar aí calado olhando para as mãos? — insisti, já imaginando o que ele tinha a dizer.
— Tudo bem. Eu quero confessar que... — ele parou por alguns segundos e me encarou finalmente — Eu fui o responsável pela publicação do vídeo.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...