Bem Me Quer Mal Me Quer

A Festa.

3 Semanas depois.

Domingo, 21 de Março

Noite.

P.O.V Ivan

O salão de festa da mansão do Sirilo está todo iluminado, com luzes de festa por todo lado, a música eletrônica tocada por um dos mais conceituados DJs de Saint Louis soava alta o suficiente para colocar qualquer um surdo, nada poderia ser mais perfeito do que isso. Os convidados não paravam de chegar, dentre eles, a maioria se tratava dos alunos da Collinwood, nossos prestigiosos colegas de classe, o pessoal do futebol, colegas de outras turmas, algumas celebridades da Internet e não só. Todos eles apareceram realmente em massa feito urubus atrás de carniça, todo mundo queria prestigiar o tão esperado aniversário de dezoito anos no nosso craque lendário, famoso garoto propaganda e fenômeno da Internet, o grande capitão Sirilo Avallon. Quem diria, o maldito já é maior de idade agora, que coisa.

A pista de dança já estava tomada por adolescentes extasiados pela euforia, dançando loucamente como se não houvesse amanhã. Isso até porque não há bebida alcoólica na festa, nem imagino se tivesse. Acho que não podia se servir nada alcoólico, não com o tio Nathan, o pai do Sirilo, o namorado dele e mais alguns amigos deles presentes na festa.

Sirilo havia convidado praticamente a escola inteira, inclusive o Oliver, porém ninguém tinha certeza de que o novato apareceria. Uma nova aposta chegou a rolar na escola por causa disso, todo mundo está expectante pra saber o que acontecerá nos capítulos que se seguem dessa história de amor não correspondido que já virou sensação, sendo especulada por vários outros criadores de conteúdo da Internet aqui de Ilha Dourada.

Olha só para esta imagem. O Pedrinho e o aniversariante dançando juntos na pista, eu confesso que nunca tinha visto o Pedrinho tão feliz e tão descontraído quanto hoje, olha que eu já os conheço faz três anos. Fartos de tanto dançarem, os dois saem da pista e se dirigem até ao bar das bebidas, onde alguns barmen misturavam coquetéis sem álcool para crianças idiotas. E é onde eu estava sentado, observando os dois amigos aproximarem-se, enquanto riam sei lá do quê.

— Olha só para ele... Está feliz não é, cabeção?! — elevei o tom para que pudesse ser ouvido, atacando o Pedro diretamente, assim que os dois se sentaram no balcão do bar, cada um de um lado me colocando no meio. — Está feliz com a festinha de crianças que você queria? O que foi? Cansou de andar no carrossel? O pequenino quer leitinho também pra dormir feliz, quer? — eu gesticulava imitando uma criança, e Sirilo olhou para mim erguendo uma sobrancelha, provavelmente a mente pervertida dele interpretou o que eu disse da forma errada.

— Antes um copo de leite do que aqueles teus sucos horríveis de maçã! Eca, Deus me livre. — ele atacou os meus sucos de maçã, achando mesmo que me afetaria, logo eu o debochado.

— Olha para os meus dedos e veja como eles se importam com a tua opinião. — mostrei os dois dedos do meio pra ele em resposta ao insulto fraquinho dele.

— Ah por favor né gente, vamos parar com isso. — interveio Sirilo se colocando em pé na nossa frente — Afinal de contas é o meu aniversário, então nada de brigas hoje.

— Poderia até ser um momento épico, essa festa tinha tudo para ser o acontecimento que ficaria pra história, mas não, o cabeção, moralista e linguarudo do teu amigo, tinha que dizer para o tio Nathan que havia bebidas alcoólicas nas festas passadas. — ataquei o cabeção do Pedrinho outra vez, eu estava tão puto com ele que queria bater nele, juro. — E agora o que ganhamos com isso? Uma festa infantil chata do caralho, com direito a presença do próprio tio Nathan, supervisionando nossa diversão como um falcão. Muito obrigado cabeção.