O Novo Jogo.

62 6 2
                                    

P.O.V Oliver

Tocou o sinal para o fim da última aula, arrumei minhas coisas na mochila e saímos juntos com a Aria de mãos dadas, acompanhados do Nick e da Jacque. Nos dirigimos ao estacionamento, comentei sobre o convite que me havia sido feito pela Netflix Ilha Dourada e eles surtaram, ficaram tão entusiasmado com a ideia de ter um amigo ator famoso que me convenceram a aceitar, eles estão até mais empolgados com o assunto do que eu. Nos despedimos e cada um entrou em seu carro com motorista. Eu fui até a vaga do Sirilo, mas ele não estava me esperando como de costume. Era estranho, a sala deles era bem mais próxima ao estacionamento do que a nossa, onde será que ele se meteu agora? Estou com fome, quero ir pra casa, para quê ter um namorado motorista se ele não fica disponível quando eu preciso?

Por segundos fiquei parado do lado do carro, olhando em volta, passando os dedos polegares nas alças da minha mochila com a estampa do escudo do Capitão América, observando os idiotas enxeridos que adoram apostar na vida alheia, como se problemas íntimos dos outros fosse entretenimento pra filhinhos de papai metidos, fui obrigado a ficar vendo eles a saírem das salas, invadindo o estacionamento, rindo atoa feito lesados da cabeça que são. Esperei por alguns minutos, até que vi chegarem o Carlos e o Ivan. Fui ter com eles de imediato.

—  Oi. Vocês viram o Sirilo? — perguntei ao me aproximar dos dois.

— Bom, da última vez que o vimos foi na quadra esportiva, depois da aula de Educação Física, não é? Ele não veio ainda? — respondeu Carlos meio surpreso, que estava de um short azul e uma camisa regata branca, todo suado, me encarando com seus olhos azuis claros.

— Estou aqui esperando por ele faz um tempo já.

— Ultimamente tem pessoas que o estão deixando um pouquinho irritado. E não, não se preocupe porque não me refiro a você, Oliver. É sobre um certo ser iluminado que de três meses pra cá passou de ama-seca protetora até do ar que Sirilo respirava para um irritante torcedor do contra, membro da oposição da opinião Sirilo. — argumentou Ivan e eu o encarei erguendo uma sobrancelha. Não entendi nada do que ele havia dito.

— Não liga pra ele. Deve ser algum defeito de fabricação ou algo assim. — Carlos disse se desculpa, mais ou menos.

— É, deixa que eu mesmo me entendo. Ah, e uma dica de um amigo para o namorado do amigo: sempre que o Sirilo fica assim, todo irritado, ele adora treinar futebol. Portanto, dê uma olhada no campo, talvez ele esteja lá. — informou-me Ivan de forma simpática, meio engraçado e estranho mas acredito que seja só o jeito dele.

— Valeu. — sorri agradecido.

— Disponha. Tudo pelo nosso cunhadinho vitorioso. — Ivan disse, me dando um leve soco no peito, se afastando logo em seguida.

A princípio eu não havia entendido o que ele quis dizer com aquilo, mas depois de processar melhor acabei entendendo. Ele devia estar se referindo ao fato de eu ter sido o único garoto da lista do amigo deles que conseguiu prender o coração do irresistível capitão. Sorri ao me dar conta disso e balancei a cabeça de forma negativa. Assim que recebi a dica do campo, voltei para escola e me dirigi para lá. Estava obviamente vazio, visto que não havia mais nenhuma atividade extracurricular, ao me aproximar das arquibancadas o vi à distância, do lado da baliza, de short como os amigos estavam, sem camisa, exibindo os músculos definidos, conversando com um colega que estava com os mesmos trajes esportivos, ele estava bem próximo do Sirilo.
Cruzei o campo e me aproximei dos dois pra ver de perto o que estava acontecendo aí. Ao chegar ao pé deles pigarrei para que notasse minha presença. Os dois olharam para mim.

— Estou atrapalhando? — os encarei bem sério, mas nem tanto, eu nunca fui de fazer cenas de ciúmes, obviamente não começaria agora. Mas no Sirilo eu não sei se confio nesse quesito.

Bem Me Quer Mal Me QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora