Horas depois...
P.O.V Oliver
O sinal tocou para a saída, e todo mundo na sala estava doido pra ir embora, mas eu estava doido pra me ver livre do perseguidor maníaco chamado Sirilo. Nem morto eu iria retornar à casa junto com aquele stalker, de maneira nenhuma.
Eu queria pegar carona com a Aria, ela até concordou e tudo, mas no intervalo chegou o tal Carlos, amigo dela, ele sentou-se na nossa mesa e pediu para que ela o acompanhasse até ao shopping, ele diz que queria comprar um presente para mãe dele logo após as aulas, o garoto implorou tanto, fez aqueles olhos azuis parecerem um cachorro abandonado que Aria se viu obrigada a aceitar e desmarcar a carona comigo. Eu não a culpo por isso, no fundo eu sei que ela tem uma queda enorme por aquele idiota, mas tudo aquilo, com certeza tinha dedo de uma anémona que joga futebol, só para que eu não tivesse opção a não ser retornar a casa no carro dele. Tudo bem playboy, você se acha muito esperto não é? Acha que sabe jogar? Pois advinha só, eu sou muito melhor.
Eu fiquei escondido na quadra de esportes por um tempo, só esperando o tempo de Sirilo se fartar de me procurar e ir embora. Conhecendo aquele perseguidor do jeito que eu estou conhecendo, não me espantaria nada se ele viesse me pegar na minha sala, por isso antes que ele o fizesse eu fugi dele. Quando percebi que já não tinha uma alma viva na escola decidi sair.
Área livre de otários, finalmente fora da escola, respirei profundamente de tão aliviado que fiquei. Nossa, como era bom poder ter minha liberdade de volta. Pode até estar fazendo uns mil graus nesse inferno, mas eu prefiro sentir gente estranha e suada se esfregando em mim dentro de um ônibus lotado do que dar trela para um desequilibrado feito o Sirilo. Deus me livre.
Após colocar o meu boné, caminhei tranquilamente até ao ponto de ônibus, para finalmente poder retornar à casa, segurando às alças da minha mochila. Era uma distância considerável de uns trezentos ou quatrocentos metros da escola até lá. Em poucos minutos eu estava lá, porém meus passos foram afrouxando à medida em que me aproximava do ponto. Eu não poderia crer no que meus olhos estavam vendo. Para meu azar, karma ou sei lá que tipo de praga, o imbecil do Sirilo bosta de cavalo arroba Avallon estava lá, apoiado ao seu carro luxuoso de cor amarelo, de braços cruzados, esperando por mim com aquele sorriso dele irritante. Isso não está acontecendo comigo.
— Até que em fim você apareceu. Achei que você ficaria na quadra de esportes o resto da vida. — em tom provocativo ele disse, demonstrando saber onde eu estava escondido esse tempo todo, com aquele sorriso de vitória que me tirava do sério.
Ele parou bem de frente a mim e ficou me encarando nos olhos, admirando-os de certa forma.
— Olha... — ele tirou a mão do bolso e tentou segurar minha mão não sei porquê, porém eu cruzei os braços — Eu juro pra você que se não fosse pela tua mãe eu não te incomodaria mais. Mas você viu, a tua mãe praticamente confiou a tua segurança a mim, portanto, te peço por favor, só entra no carro, por favor? — ele pediu, quase me implorando, com um olhar feito cachorro sem dono.
É lógico que toda essa pose não passava de um belo teatrinho, ele estava achando que eu era idiota ao ponto de cair nessa farsa. Mas tudo bem, minha mãe realmente se preocupa demais com essas coisas e ficaria toda paranoica se eu não retornasse com o idiota. Então decidi não fazer caso e entrar no carro com ele. Durante o trajeto todo, o playboy não abriu a boca, não ficou me encarando a todo momento, nem mesmo se insinuou pra mim como sempre fazia.
— Você está entregue. — ele disse assim que parou o carro na frente da minha casa e olhou para mim se apoiando no assento com as mãos no volante.
Eu não respondi, simplesmente abri a porta e desci do carro.
— Me diz o que eu posso fazer para que você ao menos me considere teu amigo? — ele saiu do carro e gritou perguntando para mim, enquanto eu caminhava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...