1 semana depois
Sexta-feira, 16 de Julho
Colégio Collinwood
P.O.V OliverDepois da minha conversa com o Sirilo na semana passada na quadra de esportes eu não sabia mais o que fazer. Até certo ponto ele tinha razão, mas eu estava tão cansado de ser enganado e de sofrer decepções de garotos babacas que minha mente ficou confusa, eu não sabia o que pensar mais, se dava uma chance a ele ou esquecia ele de uma vez? Eu não gosto dessa sensação que sinto quando ele chega perto de mim, como se estivesse perdendo o controle de mim mesmo, como se meus valores deixassem de ter significado, se tem coisa que eu odeio é sentir que estou perdendo o controle da situação.
Porquê só atraio garotos complicados e babacas? Primeiro foi o Levine Shepard, aquele idiota filho da mãe que quase acabou com minha vida. O desgraçado foi o meu primeiro crush quando tinha 14 anos, na altura já me entendia completamente como um garoto gay e estava muito bem com isso, porém eu nunca me atrevia a dizer para as pessoas, para não ser rejeitado nem tão pouco excluído. O idiota era quase uma copia exata do Sirilo, sabem? Convencido, presunçoso, narcisista e bem manipulador, só que esse daí era na versão hétero, imaginou a furada já né? Pois é, pelo menos isso ele demonstrava ser.
Ele era meu novo vizinho e mais tarde amigo quando meus pais o pediram que me desse aulas de piano. Ele já tinha 16, era negro e extremamente lindo, olhos cor de mel, lábios rosados, ele fazia covers de músicas no YouTube, tinha na altura uma média de 5 milhões de inscritos no canal dele, era como uma celebridade, extremamente popular na escola, tinha um carro do ano e uma fila enorme de garotas querendo baixar as calças dele.
Eu era fissurado nele em segredo, a voz dele tanto falada quanto cantada era tão vibrante que fazia derreter qualquer garota e a mim inclusive, claro. Tinha vezes que ele me chamava na casa dele para me mostrar as músicas que ele compunha. Ele tinha a mania de ficar andando pelado ou somente de cueca pelo quarto quando eu estava lá, naquela altura eu não entendia se era uma mensagem ou somente coisa de hétero top mesmo, e como um pré-adolescentes em meio a explosão da puberdade eu me derretia com a imagem e vocês já podem imaginar onde minhas mãos terminavam quase todas as noites antes de dormir. Até que certo dia ele me chamou para me mostrar uma nova canção que havia composto e queria minha opinião sincera, ele a cantou para mim, era tão bonita a canção e soava tão pessoal a letra que me apaixonei ainda mais, ele me contou que havia escrito para alguém bastante especial que ele estava gostando muito, porém não sabia como dizer a ela, e que essa pessoa era eu.
Vocês tinham que ver o cinismo daquele ser humano, sério, ele tinha uma frieza do capeta que convencia, e eu tão otário, tão idiota, me derreti todo por dentro. Lógico que para continuar bancando o hétero resisti a primeira, eu andava com a turma deles e era aceite por eles, eu não queria perder o que eu achava que tinha. Eu decidi me afastar dele depois daquilo, porém, ele começou a me perseguir em todo lugar, inclusive invadia meu quarto na calada da noite, escalando e entrando pela janela, implorava que eu o perdoasse e que voltássemos a ser amigos como antes. Eu aceitei.
Na mesma semana, ele deu uma festa na casa de um dos amigos dele e convidaram um monte de garotas, e ele me desafiou a ficar com uma delas. Eu me fiz de ofendido e me neguei a fazer o que me pediam e saí da festa. Ele foi atrás de mim e me confrontou com a verdade, me jogou literalmente contra parede e me disse que eu era gay e que eu era louco por ele, ele queria que eu admitisse isso, então o fiz beijando-o ali mesmo. A partir daquele dia aquilo passou a ser o nosso segredo, a gente ficava junto na casa dele e saíamos como um casal fingindo ser bons amigos se divertindo
Até que numa noite chuvosa após uma sessão de cinema, ficamos nos beijando dentro do carro quando ele insistiu com tamanha persuasão para que fizesse sexo oral nele, até então eu nunca havia tido nenhuma experiência relacionada a sexo. Me vi obrigado a fazê-lo e ele se empolgou de tal forma que queria transar comigo ali mesmo, apaixonado e iludido me entreguei a ele, dentro do carro dele acabei tendo minha primeira experiência sexual com um garoto. Foi a pior experiência da minha vida pra falar a verdade, na minha mente eu pensava: se fazer sexo é essa merda sem nenhum tipo de demonstração de afeto então eu não quero fazê-lo nunca mais.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...