P.O.V Sirilo
A música de fundo que vinha do meu carro era de um famoso cantor brasileiro chamado Luan Santana com o título A. O beijo entre mim e o Oliver foi ficando cada vez mais intenso à medida em que o desejo aflorava à pele. Pela primeira vez em 2 meses de convivência finalmente nos beijamos, um beijo de verdade, na boca gente, isso parecia alucinante. Elevei-o fazendo suas pernas envolverem minha cintura e nos beijamos por alguns segundos, coloquei-o deitado por cima do capô do carro, abracei-o fortemente, apertando-o contra o meu corpo, aquilo parecia um sonho, eu não estava realmente acreditando que estava acontecendo, tudo que eu queria era fazê-lo sentir o quanto o queria, o quanto eu o desejava, quanta paixão queimava dentro do meu peito.
Cheirei o seu pescoço dele e senti o cheiro do perfume dele invadir meu olfato, me deixando completamente excitado. Na verdade, esse garoto estava me deixando completamente louco. Meu desejo era poder mergulhar e me afogar naquele corpo, grudar naquela pele branca e macia que me deixava cada vez mais excitado e poder senti-lo nos meus braços, pudendo amá-lo a tarde inteira. Suas mãos se afundavam em meu cabelo crespo enquanto eu beijava sua boca, desci a mão em sua coxa exposta por conta da bermuda leve que ele usava, deslizei até segurar sua bunda e aperta-la com força, beijei seu pescoço outra vez e pude sentir seus braços apertar meu corpo contra o dele e suas pernas envolverem minha cintura, a medida em que soltava pequenos gemidos ofegantes bem próximo ao meu ouvido.
Enquanto o beijava o pescoço, tentei colocar a mão no volume mais duro que a rocha em estávamos que eu sentia pulsar, porém senti a mão dele me impedir. Achei que fosse uma forma de apimentar as coisas então não insisti.
— Acho... Acho melhor a gente parar... — sussurrou ele bem baixinho no meu ouvido entre gemidos e respiração ofegante.
— Parar? Tem certeza? Logo agora? — perguntei sussurrando igualmente enquanto continuava beijando o pescoço dele, deitado sobre o corpo dele em cima do capô do meu carro.
— Sim, melhor parar. Por favor, pare. — ele insistiu.
Eu estava excitado demais, ele me levou a um nível de tesão que tive que fazer um esforço enorme, quase sobre-humano pra poder parar naquele momento. Saí de cima dele apesar de ainda estar extremamente excitado, visivelmente ele também estava, e me afastei, dando alguns passos para acalmar os hormônios em ebulição.
— Desculpa, de verdade, mas eu não posso. Sinto muito. — ele lamentou, ajeitando o cabelo bagunçado, sentando-se por cima do capô do carro, tentando esconder o volume entre as pernas sem muito sucesso.
— Tudo bem. — assenti, parando para poder encará-lo, colocando a mão esquerda no bolso da calça e com a outra passando na cabeça, ainda no mesmo estado de excitação que acabou sendo frustrado.
— Não é nada com você, tá? Você até que me atrai, e muito. De uma forma que eu jamais imaginaria — ele colocou os braços entre as pernas após ter dito aquilo, provavelmente pra provar o ponto de vista e confesso que fiquei muito feliz — ... eu não vou negar...
— Mas... Acredito que vem um mas, estou certo?
Ele respirou fundo olhando para baixo.
— ... o problema sou eu. Entende? — ele confessou passando a mão nos cachinhos de anjo, ainda sentado por cima do capô do carro com o olhar cabisbaixo. Ele só conseguiu ficar ainda mais bonito todo frustrado, me deixando ainda mais louco — Eu me deixei levar pela raiva que senti pelo Kelvin, eu estava tão irritado que tudo o que queria era poder atingi-lo de alguma forma que o pudesse magoar, entende? Sei lá, fazê-lo provar um pouco da dor que ele está me causando, fazê-lo achar que segui em frente, e achei que transando com você seria a forma perfeita.
Eu o observei por alguns instantes sem poder dizer absolutamente nada, me aproximei e sentei do lado dele, apenas ouvindo atentamente a tudo o que ele dizia, enquanto a música do Luan Santana continuava tocando no carro. Juro que senti um enorme desejo de abraçá-lo e protegê-lo naquele momento.
— Mas aí eu percebi que não adiantaria de nada, ele nunca saberia, e o único que sofreria as consequências disso seria eu, sem contar que não seria justo usar você dessa forma. — ele me olhou nos olhos visivelmente afetado com tudo isso, e uma dor apertou minha alma de forma devastadora.
Me doía saber que eu era o causador de toda aquela dor nos olhos dele.
— Você tem sido tão legal comigo e tens me feito sentir tão bem que não seria justo me entregar a você enquanto meu pensamento está em outro cara. Eu não quero brincar com os teus sentimentos dessa forma.
— Você não precisa me dar explicações, eu te entendo perfeitamente. — me levantei e me posicionei na frente dele, segurando suas mãos.
Ele olhou para as nossas mãos e me encarou logo em seguida. Respirei fundo antes de continuar a falar.
— Oliver Spencer, você sabe que eu te amo. Te amo como nunca sonhei poder amar nenhum garoto em toda a minha vida. E ultimamente eu tenho tentado a todo custo demonstrar o quanto isso é verdade. Eu não vou negar que no princípio você sempre teve razão, quando eu te conheci meu objetivo era somente conseguir transar com você e te colocar numa lista estúpida que eu tinha. Eu até fiz uma aposta com os meus amigos garantindo que eu conseguiria assim que você me rejeitou.
Ele pareceu um pouco surpreso por eu ter confessado aquilo, deu pra ver nos olhos arregalados. Creio que apesar dele ter suspeitado disso esse tempo todo, ouvir uma confirmação do assunto é algo que ele não esperava.
— Sim, eu assumo que fiz isso e muito mais coisas. Eu só pensava nisso. Transar com o maior número de garotos bonitos e jogar futebol eram as únicas metas que me importavam na vida, isso até eu conhecer quem realmente era o novato estadunidense por detrás da imagem de garoto bonito e passar com ele os meus melhores dias desse ano... Te amar tem me ensinado a me tornar numa pessoa melhor, me tornar na melhor versão de mim mesmo para poder ser merecedor do teu coração.
Olhei fixamente nos olhos dele e ele continuava me encarando com o olhar surpreso.
— Olha Oliver, eu sei que a última coisa que você quer ouvir falar nesse momento é de uma nova relação amorosa ou de namoro, mas, nesse momento tudo o que meu coração anseia mais do que tudo é poder ter ao menos uma chance com você. Apenas uma, para poder te demonstrar todo esse amor que me corrói aqui dentro do peito. Uma chance de te mostra o quanto você é especial e importante para mim. — segurei ternamente o rosto dele com uma das mãos, fixando o olhar no fundo dos olhos dele — Me dê a chance de poder te provar que posso ser um bom namorado? Não o perfeito, muito menos o ideal, mas sim aquele que se esforçará para ser o melhor a cada dia.
— Sirilo... — ele tentou responder porém o interrompi.
— Você não precisa me responder agora. Tire um tempo para pensar no assunto. O tempo que você precisar, mas eu quero que você analise bem, com bastante calma, sem pressa, e depois você me responde, pode ser? — segurei o rosto dele com as duas mãos.
Ele ficou me encarando por alguns segundos me deixando com o olhar expectante.
— Tá, eu prometo que vou pensar no assunto. — respondeu ele finalmente, abrindo o sorriso mais lindo e luminoso desse mundo.
— Pense com carinho, tá?
— Tá, eu irei.
— Obrigado. — beijei sua testa ternamente e ele fechou os olhos — Você é um lindo, sabia? — passei o dedo indicador na ponta do nariz dele e ele sorriu todo envergonhado, o deixando ainda mais lindo e fofo. Ah esse garoto, esse garoto.
— E se a gente fosse logo pra casa? O sol já se pôs e eu estou começando a ficar com um pouco de frio aqui. — disfarçou ele pra fugir do elogio que eu fiz. Ele era muito fofo mesmo.
— Claro.
Eu sorri e assenti. Passando a mão no rosto dele ternamente. Entramos no carro e o deixei na porta da casa dele.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Novela JuvenilOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...