A Bebedeira.

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P.O.V Pedro

Sirilo e Carlos retornaram a mansão, eu e o Ivan estávamos esperando no quarto dele. Evandro já havia ido embora. Pelo menos dessa vez o excelentíssimo senhor Oliver teve a decência e o bom senso de não dar um show na frente de todo mundo, mantendo o assunto apenas entre os amigos chegados do “casal”. Sirilo estava visivelmente mal, em toda minha vida eu nunca o tinha visto chorar por um garoto antes. Eu olhava para ele naquele estado e não conseguia entrar na minha cabeça que era real, não fazia muito tempo que estávamos nesse mesmo espaço, na noite do aniversário dele, onde ele enganou todo mundo, e deixou claro que algo assim nunca aconteceria com ele.

Não era possível que agora, o Sirilo irresistível Avallon, o efeito furacão mais devastador que essa ilha já viu, o rei de todos eles, estivesse realmente acabado, destruído, chorando feito um condenado por amor àquele estadunidense. Como ele pode amar alguém que só desperta o pior dele? Por causa desse novato Sirilo se tornou num obcecado, tanto que nem se importou em arriscar a relação de confiança que tem com seu próprio pai. Ele se tornou num manipulador e mentiroso. Não, eu não poderia continuar ver meu melhor amigo se afundando nas próprias cagadas sem fazer nada.

Eu sei que ele está sofrendo agora, mas, mais pra frente quando ele olhar pro passado, verá que foi tudo para o bem dele. O Oliver é tóxico demais pra vida dele. Nada disso estaria acontecendo se esse idiota tivesse facilitado as coisas e se rendesse logo ao efeito furacão. Então não, eu não me arrependo de tê-los separado. Eu salvei o meu melhor amigo de uma enrascada. E apesar de me doer a alma vendo-o sofrer dessa forma, eu fiz o correto. É só questão de tempo agora, ele perdeu a aposta, então terá um ano inteiro para se desintoxicar daquele estrangeiro e de qualquer outro garoto, apenas se dedicará ao futebol que é sua paixão e também a nossa amizade, como sempre deveria ter sido desde o início. Nenhum garoto deveria estar acima da nossa amizade, e o novato não será a exceção.

Ficamos consolando ele até pegarmos todos no sono. Despertei abruptamente, olhei para o relógio e já eram 2 da manhã. Esfreguei os olhos ainda sonolentos, espreguicei meus ossos e cobri um bocejo com as mãos, olhei para cama, e apenas vi o Ivan abraçado de conchinha ao Carlos.

— Cadê o Sirilo? — questionei a mim mesmo baixinho, procurando-o.

Me dirigi logo ao banheiro, abrindo a porta, mas não tinha ninguém. Desci rapidamente, talvez ele estivesse na cozinha ou tivesse em algum lugar da casa sozinho, porém, procurei em todos os cantos e nenhum sinal dele.

— Onde você se meteu Sirilo? — questionei-me novamente. Corri de volta ao quarto — Rapazes! Rapazes, acordem.

— O que foi, Pedrinho? Nos deixe em paz, queremos dormir. — resmungou Ivan se virando do outro da cama, dando as costas pro Carlos.

— O Sirilo sumiu! — avisei preocupado.

— Quanto exagero, Pedro. — resmungou Ivan de olhos fechados.

— Eu estou falando sério! Acordem logo, temos que procurá-lo!

— Relaxa, cara. Talvez ele esteja apenas querendo ficar sozinho um pouco, dá um tempo pro cara. Deixe o cara respirar um pouco. — Carlos argumentou se virando, envolvendo seus braços em Ivan, ficando de conchinha com ele.

— Eu já procurei por todos os cantos da mansão, em todos os quartos, cômodos e nada dele. Ele saiu de casa e não faço ideia onde poderá ter ido!

— Pelos vistos é sério mesmo. Se a babá está desesperada a esse ponto. — Ivan comentou ainda de olhos fechados, se aconchegando nos braços de Carlos que o envolviam. Eu revirei os olhos, ignorando o que ele havia dito.

— Ai, que droga. Mais essa agora. — praguejou Carlos, que parecia confortável naquela posição. Os dois não tiveram opção a não ser se levantar — Melhor então sairmos pra procurá-lo. Ah, Sirilo. Vamos lá.

Bem Me Quer Mal Me QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora