De Noite
P.O.V Oliver
Saímos do cinema com a Aria, após uma sessão do filme Judas e o Messias negro, eu queria tanto assistir o filme no dia em que estreou, que até já fazíamos planos eu e o Kelvin de irmos ver juntos, Kelvin é daqueles rapazes que prestam bastante atenção aos detalhes, principalmente durante uma conversa, tudo que eu dizia para ele sobre coisas que eu gostaria de assistir ou fazer, qualquer dia desses eu assustava e lá estava ele, lindo, fortão e maravilhoso, me surpreendendo com o que eu desejava. Ah, aquele garoto, como eu o amo, vocês não têm noção. Porém as circunstâncias nem sempre estão a nosso favor. Por conta disso, foi que a Aria me convidou hoje para vermos juntos o filme que eu ainda não tinha visto até então.
Com o braço entrelaçado no meu, ambos seguimos para o boliche, mas dessa vez não jogamos nas pistas, nos dirigimos a ala dos karaokês e nos divertimos cantando nossas músicas favoritas. Depois decidimos ir tomar sorvete, passamos na lanchonete e ficamos por lá, rindo da nossas próprias figuras tristes que fizemos no karaokê, coisa que foi simplesmente horrível de se ouvir, eu confesso que não levo jeito nenhum para cantar, nem um pouquinho se quer, definitivamente esse não é o nosso forte. Conversa vai, conversa vem, acabamos por perder a noção do tempo, quando nos demos conta já passavam das onze da noite a caminho da meia noite, o meu celular ficou sem bateria e o da Aria estava com apenas dez por cento.
Já era muito tarde, Aria não quis que os pais soubessem que ela chegaria após o horário combinado com eles. Eles confiavam muito nela por ser uma garota responsável, ela nunca deu motivos para eles ficarem inseguros ou preocupados, sabiam que ela estaria em casa na hora combinada mesmo se eles já estivessem dormindo. Então, para não ter que ligar ao motorista deles e os pais ficarem sabendo, ela decidiu chamar um táxi com a pouca carga que restava, onde subiríamos os dois e ela pagaria pela corrida, já que a minha casa ficava na rota mais próxima.
Porém, antes o motorista foi para zona onde a Aria morava, apesar de minha rota ficar mais próxima. Na verdade eu quem insisti nisso, eu não queria arriscar a segurança dela ao deixá-la a essa hora da noite retornando sozinha dentro de um táxi, com um homem dirigindo ainda por cima, nem pensar, pode até me sair caro no bolso depois, porque eu é quem acabaria por pagar a corrida final, porém nada pagaria minha consciência tranquila por saber que minha amiga chegou segura em casa dela.
Ao chegar na área onde Aria mora, notei a diferença gigantesca que existia com o meu novo bairro logo de cara, pelo alto padrão de vida que a zona ostentava. Ela morava em uma área com vários condomínios extremamente luxuosos, onde haviam mansões enormes, que tinham uma vista privilegiada para o mar, com direito a uma área para iates de luxo. Nossa, aquilo me lembrou um pouco as mansões de Miami na Flórida, lá nos Estados Unidos. Eu fiquei simplesmente de boca aberta de tão impressionado olhando para tudo aquilo.
Chegamos na entrada do condomínio dela, passamos pela segurança e atravessamos até na frente da mansão dela. Ela abriu a porta e desceu do táxi, eu baixei o vidro do lado onde ela saiu e coloquei o rosto para fora.
— Você está entregue. Agora vou poder ficar mais tranquilo. — falei visivelmente aliviado por ela estar em casa. Ela simplesmente ficou me observando e não pude deixar de me sentir sem jeito.
— O Kelvin é um garoto de muita sorte por ter você como namorado, sabia? Você é um anjo. — ela disse segurando meu rosto com as duas mãos e delicadamente me beijou a testa. — Obrigada, de coração. Te amo, sabia? — ela disse sussurrando de forma pura e sincera, enquanto fixava os olhos dela bem no fundo dos meus olhos castanhos claros, como os da minha mãe.
Eu sorri em resposta de forma espontânea.
— Claro que sabia. Advinha só? Também te amo. — passei o dedo indicador na ponta do nariz dela sorrindo — Amo como nunca pensei amar alguém na minha vida em tão pouco tempo. — respondi o mais sincero possível, retribuindo o olhar fixo nos olhos verdes dela, segurei as mãos dela e beijei delicadamente.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...