A Jogada.

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— Mas o que raios você está fazendo na porta da minha casa?! —  interroguei-o, completamente irritado, em um tom mediano para não ter que assustar os vizinhos, porque por dentro eu estava possesso.

Eu saí da porta para fora.

— Bom dia pra você também, luz dos meus olhos. — disse ele sorrindo, ainda parado bem na minha frente, todo cheiroso.

— Bom dia mas é o caralho! Como raios você descobriu o endereço da minha casa? — continuei interrogando, eu estava a ponto de arrancar aquele sorriso irritante a socos.

— Simples. Eu segui você. — ele respondeu tranquilamente, com a cara de pau mais deslavada do universo, exibindo aquele sorriso pretencioso irritante e me encarando fixamente com o olhar safado, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Sério, minha vontade era mesmo dar vários socos naquele rostinho bonito e fresquinho que ele exibia feito troféu.

— Você o quê?! .

— Foi mal. Após eu ter deixado você naquela esquina ontem, lembra? Pois é, eu fingi ter ido embora só pra você achar que tinha realmente me enganado, mas na verdade só dei a volta pelo quarteirão mesmo e fiquei atrás de você bem de longe. Assim eu segui você até a tua verdadeira casa. — explicou ele sorrindo como se fosse a coisa mais simples e natural do mundo, como se as pessoas normais fizessem isso todos os dias.

— Você é um louco que está ultrapassando completamente todos os limites!

— Culpa desses cachinhos e dessa tua carinha que mais parece um anjo. Que eu posso fazer? Estou apaixonado. — argumentou ele aproximando-se alguns passos com as mãos nos bolsos da calça de ganga preta, exibindo um sorriso sedutor.

— O que você pretende ao vir até a minha casa a essa hora?

— Como assim?! Eu sou o teu futuro namorado. — ele disse aproximando-se mais ainda — E como um bom futuro namorado, vim te dar uma carona, a gente irá junto pra escola hoje.

Esse garoto está precisando de sérios tratamentos psiquiátricos, tipo com urgência, porque, sinceramente não é possível. Ele continuou se aproximando, todo cheio de charme pra cima de mim, ele deve ter colocado o melhor perfume da família Avallon, porque o aroma era inebriante, porém eu não movi nem um músculo se quer. Naquele exato momento os meus pais abrem a porta e saem de casa também.

— Opa... Bom dia. — cumprimentou o senhor Benjamin com um certo ar de desconfiança, observando Sirilo atentamente enquanto saiam abraçados com a dona Stephanie.

Afinal, era um garoto estranho conversando com o ursinho dele na porta de casa.

— Bom dia Sr. Spencer. — respondeu Sirilo educadamente, recuando alguns metros de mim bem ligeiramente, sempre com as mãos nos bolsos da calça.

— Então, filho, quem é o rapaz bonito? — perguntou dona Stephanie, toda sorridente, provavelmente criando um milhão de ideias naquela mente suja dela.

— Não é ninguém. O rapaz bonito já estava de saída! — disse lançando um olhar sugestivo para Sirilo, queria vê-lo a milhas, bem longe da minha casa e da minha vida.

— Permita-me que me apresente. — o desgraçado se adiantou de forma bastante cortês, se dirigindo a minha mãe que se derreteu toda. — Chamo-me Sirilo. Sirilo Avallon. Sou colega de escola do filho de vocês.

Droga, a essa altura, pelo olhar que os meus pais trocaram entre si, eles devem ter se dado conta que o garoto na qual eu havia mencionado que queria somente me levar pra cama, na verdade era um Avallon.

Bem Me Quer Mal Me QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora