P.O.V Sirilo
Eu havia me atrasado um pouco por conta do despertador que não havia tocado na hora exata porque havia esquecido de carregar o celular durante a noite, porém, cheguei a tempo para despachar a chatice que seria a última prova do segundo trimestre. Eu estava mesmo é ansioso por ver o Oliver hoje, porque já havia passado 1 semana desde que conversamos na quadra de esportes, estava louco pra saber a resposta dele com relação ao nosso futuro. Estacionei meu Porsche na minha vaga exclusiva, havia colocado o celular pra carregar e me esqueci de ligá-lo, não havia nada importante pra ver então deixe-o carregando no carro. Desci todo sorridente, com o coração aos pulos só de imaginar que falaria com o meu cachinhos de Anjo outra vez.
Após passar o meu cartão eletrônico entrei pelo portão principal e caminhei pelos corredores até chegar ao pátio que estava cheio de alunos barulhentos e agitados, era o último dia que veriam a escola então acredito que estavam um pouquinho mais empolgados do que o normal, porém a medida em que caminhava, os olhares de todos os colegas estavam fixos sobre mim. Tá, eu sei que estava especialmente mais bonito do que normalmente já sou, mas não seria caso para tanto. Meu entusiasmo por querer falar com o Oliver era tanto que ignorei completamente todos esses bando de traidores vira-casacas. Desde que aconteceu a separação e a exposição do tal Evandro nas redes sociais todo mundo está contra mim, falando mal de mim, bando de desocupados, e ficam me olhando dessa forma o tempo todo nas ruas, como se realmente eu me importasse com a opinião deles, eu estou pouco me fodendo, por mim todo mundo podia explodir agora que não daria a mínima, meu foco agora era conseguir recuperar o meu namoro com o Oliver e calar a boca desses invejosos.
Com uma bela rosa vermelha na mão, que comprei no caminho para cá, parei e busquei com o olhar por todo pátio. E eis que vi o garoto mais lindo da face do planeta, o motivo da minha alegria matinal, minha razão para viver, o garoto com rosto de anjo cuja atitude não corresponde nem um pouco, mas que eu amava mais do que qualquer coisa na minha vida. Senti como se borboletas invadissem meu estômago, não que eu esteja me tornando genérico e clichê, mas era uma sensação boa demais para ser ignorada, por isso sorri alegremente. Ele estava sentado, abraçado a Aria e todo mundo pareceu ter ficado apreensivo de repente ao notarem minha presença, não sei porquê, tanto que alguns começaram a murmurar e cochichar. Resolvi esconder a rosa por detrás das costas, ajeitei as sobrancelhas, chequei meu hálito e estava tudo ok. Oliver finalmente me notou, e pude ver todo mundo preparar os celulares como se estivessem prevendo que aconteceria algo mágico que valeria a pena deixar registrado.
Eu caminhei em direção a ele, até ficar bem próximo, foi quando eu vi o Carlos e o Ivan chegarem correndo até ao pátio que quase caíram. Os dois me faziam um tipo de sinal com as mãos ou algo assim, não entendia muito bem o que queriam dizer, o Ivan segurava o celular e apontava para ele, eu simplesmente ignorei eles também, eu estava decidido a receber o perdão do amor da minha vida de qualquer jeito hoje, nem que eu tivesse que armar uma cena cafona de livros de ficção adolescente clichê na frente da escola inteira, para ter meu cachinhos de volta, eu seria capaz de fazer qualquer coisa. Assim que parei na frente dele, abri o melhor sorriso que eu pude. Ele levantou-se, retirou o capuz vermelho, expondo seus cachinhos bagunçados lindos e me encarou fixamente.
Percebi que seus olhos estavam marejados e com extrema fúria, eu não entendi muito bem o que estava acontecendo. Minhas sobrancelhas se elevaram de forma interrogativa. Preparava-me para entregar-lhe a rosa que estava escondendo por detrás das costas, mas pelo que via do estado em que ele estava não sei se era boa ideia.
— Oi, Oliver. Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — perguntei um pouco preocupado.
Ele me encarou fixamente por alguns segundos, olhando em volta pude notar a expectativa nos rostos de todo o mundo com os celulares nas mãos. Vi a mão dele se fechar com força ao ponto de começar a tremer, ele parecia realmente bastante furioso com alguma coisa. Sem ter nem tempo de cogitar, senti um soco pesado acertando em cheio o meu nariz em cheio, me fazendo recuar, segurando o nariz, e a dor que senti foi insuportável.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...