Terça-feira, 11 de Maio
Colégio Collinwood
P.O.V Oliver— Espere, o quê? — Aria quase deu grito.
Estávamos na sala de aula, ela estava sentada por cima da carteira que ficava de frente a minha porém virada para mim, apoiando os braços sobre a mesa.
— Shush... Fale baixo. Quer que toda sala escute? — a repreendi olhando em volta.
— Foi mal. — ela baixou o tom, olhando para os lados, haviam muitas vozes falando ao mesmo tempo, fazendo barulho, então ninguém nos prestou atenção — Mas, por que lhe pedir algo assim? Não entendi. Não me diga que é por conta daquele mentiroso do Kelvin outa vez, ai, ai, senhor Oliver, seria o que faltava.
— É óbvio que não. Está louca? Eu fiquei magoado, ainda estou, mas não a esse ponto, Deus me livre. Não é nada disso. — passando a mão entre meus cachos eu respondi.
— Então por que motivos te privas a ti mesmo de experimentar algo que poderia vir a ser uma das coisas mais memoráveis e prazerosas da tua vida? — ela me encarou com aqueles olhos verdes brilhantes como se me repreendesse ou algo assim.
— Que exagero. Coisas memoráveis? Acredito que nem é pra tanto. Talvez ele nem seja tudo isso que as pessoas dizem.
— Isso é pra convencer a mim ou a você mesmo? Ah, Oliver, admite logo vai, eu sei que você também está mortinho por despedir cada peça cobrindo aquele tronco esculpido e saltar por dentro daquelas calças jeans apertadas. — ela fez uns gestos com as mãos exemplificando a ideia.
Tá, até certo ponto, até que ela tem razão. A quem eu quero enganar? Eu sempre me coloquei a margem do radar do famoso efeito furacão, porém hoje em dia, acabei por ser parte da maioria que deseja provar desse efeito. É lógico que eu morro de vontade de fazer sexo com o capitão do time, faz tempo que eu sonho com isso, o fato de ficar tanto tempo sem ter nada físico com ninguém também contribui bastante para isso. Só de imaginar como seria o capitão do jeito em que veio ao mundo na minha frente, quase subo as paredes, já fico todo daquele jeito. Se o pouco que experimentei naquela colina no outro dia já me deixou maluco, eu não imagino como ficaria no dia do ato em si? Agora preciso de um banho de água fria, legal, não me levantarei dessa carteira por nada no mundo.
— Para. — sentado na cadeira, com as mãos por cima da carteira, tentando esconder por baixo dela o resultado dos meus pensamentos nada inocentes, amassei um papel arrancado do caderno, joguei na cara dela.
— A verdade é dura, eu sei. — ela se ria de mim.
— Eu só quero testar um pouco o meu novo namorado, eu não vejo nenhum mal nisso.
— Ok, tá... Você quem perde no final das contas, porque segundo os relatos de quem já provou o produto ele é realmente tudo o que se diz e muito mais. Mas tudo bem, quem terá de resisti-lo toda vez que beijá-lo não serei eu. — ela ergueu as mãos dando de ombros.
— Para de me dizer essas besteiras, o que deu em você? De que lado você está afinal?
— Da felicidade, wé, mas em fim. O Sirilo, como reagiu a essa bomba?
Na Sala do 3°ano
P.O.V Sirilo— Como você queria que eu reagisse, me fala Carlos? O teu novo namorado, cujo status de relação você teve que ralar feito um condenado pra conseguir, achando que estava tudo ganho, aí chega ele na tua cara e fala com aqueles olhos castanhos incríveis e maravilhosos que ainda não está pronto pra ter relações sexuais com você e te pede um tempo pra isso, e sabe se lá Deus quanto tempo levará. E você me pergunta como eu reagi? É óbvio que surtei, estou surtando até agora, não está me vendo? Como o Oliver me pede uma coisa dessas? — desabafei após uma pergunta idiota do Carlos.
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Bem Me Quer Mal Me Quer
Teen FictionOliver Spencer é um adolescente estadunidense de dezesseis anos, abertamente gay, que muda-se com os pais para uma ilha fictícia na América do Sul chamada Ilha Dourada. Relutante, Oliver foi obrigado a deixar seus amigos, sua vida e principalmente s...