A Tempestade.

116 15 7
                                    

P.O.V Oliver

O carro do Sirilo estacionou na vaga reservada especialmente a ele dentro do estacionamento da escola. A movimentação já era grande entre os alunos que chegavam de carro, e todos eles ao se aperceberem do retorno do capitão do time, ficam eufóricos. E o espanto maior foi quando todos eles me viram descer do carro dele. Na verdade foi um choque, e aquilo bastou pra alimentar a fanfic doida que os desocupados criaram sobre nós, os rumores, cochichos e boatos se espalharam como pólvora por toda rede social e pela escola. Naquela hora, acredito que até já tinha fotos nossas tiradas do momento, circulando na Internet. Era a primeira vez que o Sirilo voltava a escola depois do que aconteceu na festa e ele aprece justamente com o mesmo cara que o humilhou, no mesmo carro?

Como sempre, eu não dei a mínima, ignorei todo mundo, peguei minha mochila do carro e pus nas costas, passando os polegares nas alças e saí caminhando na direção da entrada.

— Eu posso esperar por você na hora da saída? — Sirilo saiu do carro e ergueu a voz, perguntando. Eu não olhei pra trás, simplesmente afirmei erguendo a mão fazendo um joinha, enquanto todos os colegas olhavam a cena e cochichavam entre eles.

Passei meu cartão no leitor digital, destravando minha passagem. Dentro da escola, pude ver a Aria me esperando no corredor principal da entrada, caminhamos juntos até a sala de aula, encontrando o Nick e a Jacque pelo caminho. As aulas decorreram normalmente, estávamos as vésperas do final do primeiro trimestre, teríamos testes no final do mês de Abril e depois duas semanas lindas de férias. Eu não vejo a hora. A gente precisava fazer um trabalho de física em grupo e o professor escolheu os grupos para não haver favoritismos nem exclusões, eu acabei ficando com uns colegas com quem eu não tinha afinidade nenhuma.

Devido ao mau tempo que se formava e o aviso da meteorologia, o diretor Collinwood suspendeu o restante das aulas do dia, parece que uma tempestade se aproximava, o aviso era que todos devessem ficar em casa ou se abrigar em algum lugar seguro para evitar as fortes ventanias e os trovões que se avizinhavam. Eu estava no estacionamento, me despedindo da Aria e depois fui ter com Sirilo que já me esperava ao pé do carro dele. Como combinado, ele me levou de volta à casa.

Ainda era difícil para mim encarar Sirilo como um amigo e tratá-lo como tal, e isso era bem nítido nas minhas respostas curtas, secas e ríspidas as vezes, eu juro que não fazia de propósito, sério que não, mas, eu não conseguia evitar. Isso só provava o quão precipitado foi a decisão que tomei, eu não estou pronto para esse tipo de relacionamento com alguém que até bem pouco tempo atrás era o garoto que eu mais desprezava, tanto eu quanto ele precisávamos de tempo afastados um do outro pra curar tudo isso. Mas, apesar de eu dizer pra todo mundo e pra mim mesmo que não teve, a proposta do senhor Jonathan ontem teve muita influência na minha decisão final.

Para nosso infortúnio, a tempestade nos pegou no meio do caminho, o bom é que já estávamos próximos de casa, dona Stephanie ligava a cada segundo, preocupada para saber onde e como estávamos. O carro dele parou bem de frente a porta da minha casa. Não tinha como ele retornar a casa debaixo daquela tempestade, então, não teve outro jeito a não ser deixá-lo ficar conosco.

Descemos rapidamente do carro e corremos para dentro de casa, contra as correntes de ventos fortes e da forte chuva que se abatia sobre a terra.

— Ursinho na toca! — gritei para minha mãe saber que já estava finalmente em casa assim que entramos.

— Graças a Deus. Amor, eles chegaram! — gritou a voz do meu pai, se aproximando da gente.

— Senhor Benjamin? Não esperava te encontrar em casa. — todo encharcado e tremendo de frio, comentei, surpreso por vê-lo em casa.

Bem Me Quer Mal Me QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora