_𝐦𝐨𝐭𝐨𝐫𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐔𝐛𝐞𝐫 - 𝐑𝐃𝐉

60 8 1
                                    

|Realidade Alternativa|
S/n: Seu Nome

Após esperar os benditos minutos para o motorista do Uber parar na minha frente, entro com minha bolsa, com cansaço por conta das longas reuniões cansativas do meu novo trabalho, isso pegou o meu dia inteiro.

— Boa noite! — digo fracamente ao sentar ao lado do motorista, que usa óculos de lentes arredondadas e vermelhas.

— Boa noite! — Ele responde educadamente e meu telefone vibra, então vejo que é uma mensagem do meu irmão.

Mas o ruim de se falar com ele é que a criança ainda tem treze anos e manda mensagens com várias abreviações nas quais não faço a mínima ideia sobre o que significa.

É o tipo de coisa na qual prefiro falar pessoalmente com a peça, e agora não há o que responder. Não tenho como pesquisar por conta da internet ruim, agora não se é emergência.

Deixo para respondê-lo, quando estiver em casa, desligo meu telefone olhando brevemente para o motorista e arregalo meus olhos. Que homem...

Puta que pariu, pela primeira vez pego um motorista que não seja um velho caindo aos pedaços. Desvio o olhar quando ele percebe que eu o olhava.

Viro a cabeça para a janela, observando a rua e tentando não ficar tão vermelha quanto sinto estar.

O carro para por conta do sinal vermelho, tento respirar, mas tenho dificuldade, fico vendo o temporal mudar e começar a chover.

O rádio quebra um pouco do gelo, pois a música que toca é uma antiga calma que quase todo mundo conhece, sempre toca na mesma rádio.

Resolvo ver o homem ao meu lado e quase tenho uma parada, vendo que o homem me olhava. Simplesmente travo e fico correspondendo ao olhar silencioso.

Até que o sinal abre e seu olhar desvia para a rua, meu olhar foi para ele inteiro, ele usa calça jeans preta com a blusa da mesma cor e um casaco também preto.

Seus óculos de lentes avermelhadas me fazem questionar sobre onde vende esse tipo de óculos. Realmente, gostei do estilo dele, fiquei com uma vontade de ter mais contato com ele.

— Então, o dia foi tranquilo? — pergunto casualmente após ter tomado coragem.

— Teve apenas uns três engarrafamentos, mas foi tranquilo! — Ele responde e me olha brevemente — E o seu dia?

— Também foi tranquilo, tirando as reuniões que tenho toda manhã! — digo e ele balança a cabeça concordando — Essa chuva não vai aumentar, não né? — pergunto agora olhando para frente onde a chuva cai.

— Pelo que eu estou vendo, acho que vai piorar um pouco! — Ele responde com os para-brisas limpando sua visão.

Balanço a cabeça e a viagem segue tranquilamente, tirando nossos olhares. Pode ser coisas da minha cabeça, mas sinto uma tensão crescer entre nós.
E seu olhar não ajuda com isso, e passo a desviar o olhar.

Até que chega à frente de minha casa e a corrida acaba, dando vinte no total. Abro minha carteira e vejo que só tenho uma nota de cinco, olho para o motorista sorrindo sem graça.

— Tudo bem! — Ele diz e franzi meu rosto — Eu posso dar baixa sem você precisar me pagar em dinheiro. — engulo em seco, que não seja coisa da minha cabeça.

— Se eu não vou pagar em dinheiro, como quer que eu te pague? — pergunto, muito ingênua. No mesmo instante, vejo o mesmo pôr a mão na sua própria coxa — Oh...

— Tudo bem para você? — Ele pergunta e olho para minha casa — Se não se sentir confortável, vou entender e você não precisa fazer nada.

Minha nossa senhora. O que estou fazendo da minha vida... Bem que ele é um bonitão, mas isso é uma loucura.

— Podemos seguir um pouco adiante, tem uma ruazinha abandonada onde não tem ninguém? — pergunto com vergonha de fazer isso na frente de casa — É que aqui é um bairro de fofoqueiros, sabe...

— Claro! — Ele assentiu, ligando o carro.

Indico o caminho para a rua, enquanto meu olhar foi para entre as pernas dele, e o mesmo percebe.

— Pode ficar tranquila! — Ele fala calmamente enquanto dirige, minha mão parece formigar e minhas bochechas queimarem.

O mesmo estaciona o carro na rua que realmente é deserta, ninguém mora ou passa por ela. Quando ele me olha, percebe que não sei por onde ir.

— Posso te beijar? — Ele pergunta, tirando os óculos de lentes vermelhas e me mostrando seus olhos castanhos.

Quando vi na foto antes dele chegar, não acreditei que ele fosse alguém muito bonito, achei que fosse o ângulo.
Nessas horas, não consigo lembrar do nome dele... Bem que antes de ir dormir falei que precisava de um homem, nem que fosse por um minuto.

— Pode. — ri levemente, achando a situação engraçada. Ele sorriu e tirou o cinto, aproximando-se do tronco e colando com cuidado nossos lábios.

Tiro meu cinto para conseguir me aproximar mais, estou surpresa por estar gostando do beijo dele, é algo quente e viciante com uma pitada envolvente de perigo.

A mão dele pousou na minha nuca, a minha desceu pelo pescoço dele e parou no cós da calça. Ele deixa rolar, minhas mãos tiram o cinto dele e desabotoam a calça do mesmo.

Sinto seus dedos passando pela minha pele, descendo, me deixando atordoada com a sensação quente e viciante.
O mesmo afasta seu rosto, me olhando e abrindo a boca como se fosse falar algo.

— A propósito, eu sou Robert! — O mesmo me olha nos olhos.

— Sou S/n! — falei sorrindo envergonhada.

Apertamos nossas mãos em cumprimento e rimos de leve pela situação, mas logo com o moreno aproximando seus lábios, trazendo mais um beijo que falta para tirar o fôlego que mal recuperei.

𝐋𝐒𝐃 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐑𝐃𝐉Onde histórias criam vida. Descubra agora