𝐋𝐒𝐃 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐑𝐃𝐉

_𝐜𝐡𝐞𝐟𝐞 𝐠𝐚𝐦𝐞𝐫 - 𝐑𝐃𝐉

|Realidade Alternativa|
S/n: Seu Nome
S/s: Seu Sobrenome

— Puta merda! — exclamo assim que ouço a voz do meu chefe na chamada virtual da partida.

Cacete! Agora não acredito que ele caiu no mesmo time que eu, e estamos em expediente, não sei quem está mais errado nessa história.

— S/n? — fecho meus olhos ouvindo a voz rouca me chamar, ele ouviu minha voz.

— Sim? — respondo com um olho aberto vendo a tela do meu computador.

Maldita hora que inventei de jogar no meio do home office, eu sabia que não era para fazer isso, mas mesmo assim esse meu vício em jogo novamente me faz entrar em saia justa.

— Eu não estou acreditando isso! — digo vendo na aba da webcam, ele está lá, me encarando.

— Olá, senhor! — sorri colocando meu headset no pescoço, o mesmo desviou o olhar e começou a movimentar o seu personagem.

Jamais imaginaria que ele curtisse jogos de tiro e matança.

— Se perdermos, você fica encrencada! — Ele fala e engoli seco com a partida começando.

— E se ganharmos?

Estamos em duo, então, está muito fácil de morrermos entre as outras dez equipes, não sou tão boa assim, mas vou tentar ser um profissional, sinto que meu emprego está em jogo.

— Se ganharmos, você ganha um aumento para ver se compra uma câmera melhor, aliás, não deveria ficar contra a luz, fica melhor ao lado ou na frente!

— Estamos falando do ângulo da minha webcam? — perguntando franzindo o cenho.

— Sobre o que mais eu estaria falando? É claro que estou falando da sua webcam, garota! — Ele responde olhando para a câmera brevemente — Você não deveria ficar contra a janela, isso ofusca seu rosto e quando tudo voltar ao normal, deveria prender mais o cabelo igual como está agora!

Arqueei as sobrancelhas ouvindo ele falar de forma indiferente como quem não quer nada, não acredito que ele está soltando essas coisas, devo estar louca.

— Por que eu deveria prender meu cabelo como agora? — pergunto matando uma equipe sozinha.

— Você fica bem assim, destaca mais seu rosto e olhos... — fala como quem não fala nada de mais, e eu sorri virando o rosto.

Não creio que ele me elogiou.
Ninguém nunca me elogia, muito menos ele, que quando me via ficava com raiva, mas também né, eu só chegava atrasada nos lugares.

— Sabe como usar essa bomba? — pergunto, pois faltam apenas nós e mais três equipes.

— Eu sei, S/n! — Ele responde olhando para a tela concentrado, achei até estranho admirar ele assim.

Eu não sei muita coisa sobre ele, apenas que se divorciou há uns dois ou três anos e que tem três filhos. Ele mora no lado nobre da cidade, é amigo de grandes influências, soube até que mora sozinho em uma casa que é mil vezes maior do que meu apartamento.

— We could have had it all... — canto baixo enquanto fico balançando de leve minha cabeça, nem parece que estou metendo bala na galera — We could have had it all...

— Não sabia que cantava, S/s! — tomo um susto ouvindo o mesmo rir baixo, esqueci que ele também me escutava.

— Que susto! — me remexo na cadeira — Eu não canto!

— Tem certeza? Não foi isso que eu ouvi! — ignoro e mato a última equipe que quase me mata, por um momento entrei em desespero.

— Ganhamo! Uhuh! — levantei meus braços sorrindo abertamente e por um segundo esquecendo que alguém podia me ver.

Voltei ao normal com vergonha, sentindo minhas bochechas esquentando, vejo o mesmo pôr a mão a frente nos lábios escondendo um sorriso. Vi e dei um sorriso tímido.

— Vou ganhar meu aumento, né? — pergunto levando nada a sério.

— Você merece! — arregalei meus olhos sentindo meu telefone vibrar, olho e vejo receber meu salário mensal só que com mais um dígito.

— Aí, meu deus! — falo sorrindo e me abandando — Jesus amado, obrigada, senhor!

— Amanhã, mesmo horário, não se atrase! — Ele fala sério antes de sair do jogo.

Saio da cadeira e me deito na minha cama, olhando para o teto, sentindo meu peito bater mais forte pela euforia, ganhei dinheiro jogando com meu chefe e ainda recebi elogio dele.
Se isso é um sonho, por favor, não me acorde.