𝐝𝐢𝐞 𝐲𝐨𝐮𝐧𝐠 🔞 - 𝐍𝐚𝐭𝐡𝐚𝐧 𝐆𝐚𝐫𝐝𝐧𝐞𝐫

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Charlie Burtlett.

— Acorda e vai logo para escola, sua vagabunda! — sinto meu corpo cair da cama e com o susto, acordo.

Levanto minha cabeça com a visão embasada e vejo a silhueta monstruosa do meu padrasto, ou diria do diabo em pessoa. Reencarnação do mal seria um apelido mais carinhoso.

Me levanto sem olhar para o mesmo que está apenas de cueca, já imaginando o que ele fazia, pois sinto minhas pernas meladas. Respiro fundo enquanto caminho ao banheiro, quando entro tranco a porta e seguro a respiração para tirar a minha roupa, sinto nojo de mim.

De tudo na minha vida para ser exata, nada me agrada, há anos desisti de querer agradar os outros, apenas desejo que a vida me leve enquanto durmo.

Tomo um banho, tento tirar a sensação de gozo do meu padrasto em mim.
Quando saio do banheiro suspiro aliviada ao escutar o som da porta bater, é sinal que ele já foi trabalhar.

Mais um pouco relaxada, fecho a porta do meu quarto e me visto, o mesmo de sempre, calça jeans, blusa branca e camisa xadrez do meu pai.
Calço meu tênis e pego minha mochila, quando estou saindo percebo que tem dinheiro na mesa, com uma caligrafia feia.

"Para o seu almoço, putinha"

Fecho meu maxilar e deixo o dinheiro no lugar, saio de casa sentindo raiva, se eu pudesse, matava esse cara.
Na verdade, mataria todo mundo, todos homens principalmente, eles são os piores seres vivos na face do planeta e deveriam ser extintos.

— Kat! — Susan me cumprimenta quando me vê entrando no colégio, diria até que ela é uma breve exceção na minha vida.

— Susan! — comprimento a menina dos olhos azuis que segue do meu lado.

Vimos que todos os estudantes estão caminhando em direção do auditório, isso me cheira a uma ou duas aulas do primeiro período indo para o espaço, algo de bom pelo menos.

— O que está rolando, Susan? — pergunto a ela, pois sei que ela é filha do diretor.

— Acho que querem dar uma notícia ou anúncio sobre algo, também não sei! — Susan deu de ombro e seguiu enquanto meus passos diminuem.

A possibilidade de ser aquelas mini aulas da polícia sobre drogas ou sexo, me fez sentir tédio e por isso, desvio o caminho e fico vendo todos indo enquanto fico em um lugar estratégico.

Quando a última pessoa entra e fecha a porta, fico tranquila e pego meu maço de cigarro e meu isqueiro, acendo e fico caminhando por perto, vejo nenhuma viatura e muito menos algum automóvel diferente. Realmente poderia ser somente alguma notícia, menos ruim então, deve ser nada de importante.

Quando estou no meu quinto cigarro, percebo que o sinal de incêndio foi acionado, alguma brincadeira.
E todos saem do auditório com cara de quem não gostou da notícia.

— Kat Kat! — Matt, o babaca me olha sorrindo, jogo o cigarro no chão logo em seguida piso em cima.

Desvio o olhar e sigo para um lado, o mesmo me segue, engulo seco e vejo em seus olhos azuis o que ele queria, isso fez meu estômago se revirar de nojo, mas Matt é mais forte e maior do que eu.

— Pode ser depois da aula? — pergunto tentando arranjar tempo.

— Pode, sim, Kat Kat! — Ele sorri e sai da minha frente.

Quando ele me deixa, fecho meus olhos e quando abro vejo Susan caminhar até mim com uma cara de decepção, com certeza não é comigo já que não fiz nada.

𝐋𝐒𝐃 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐑𝐃𝐉Onde histórias criam vida. Descubra agora