𝐋𝐒𝐃 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐑𝐃𝐉

_𝐚𝐟𝐭𝐞𝐫𝐧𝐨𝐨𝐧 - 𝐑𝐃𝐉

|Realidade Alternativa|
S/n: Seu Nome
S/s: Seu Sobrenome

Não sei, por onde devo começar, mas acho mais coerente ir pelo começo, okay, vamos lá.

Um amigo meu, é ator igual a mim e ele começou a fazer curtas, a fim de ganhar experiência e conseguir com que suas ideias ganhassem vida.

Até aí, tudo bem.
Em um bendito dia, ele me mandou uma mensagem perguntando se eu queria um papel no qual tinha uma personagem que seria perfeito para mim.
Aceitei na hora, pois como ele, éramos pau para toda obra, também estávamos em ascensão em nossa vida e escolhas.

Os dias de gravações era em dias diferentes e aleatórios, tive dois dias, e já tinha feito toda minha aparição.
Mas o meu amigo, Pedro, acabou tendo problemas com o elenco, pois tinha umas pessoas sumindo e não respondendo mais, o que atrasava mais ainda o projeto.

Com mudanças no roteiro, ele conseguiu fazer com que eu tivesse uma participação a mais, no que me resultou em mais um dia de gravação.

Deveria ser um domingo de julho, fui para o endereço da casa velha do Pedro, com o figurino da minha personagem, short perto e blusa branca com tênis nos pés.

Mas diferente dos dias, estava usando óculos, pois o astigmatismo me atrapalha com bastante frequência.
Tinha chegado no horário certinho e sendo a primeira, fiquei falando com o Pedro que ajeitava as coisas, microfone e tripe, etc.

Já tinha passado uma hora e meia que estava lá, mexendo no telefone quando um amigo do Pedro que estava ajudando abriu o portão para um homem.
Não dei muita bola, apenas dei boa tarde para o desconhecido no qual nem ao menos olhei.

Se for para pensar sobre, acho que só olhei para ele quando um vizinho colocou para tocar Barões Da Pisadinha, foi quando levantei minha cabeça, vi a cara do homem e olhei para o mesmo que me olhou na mesma hora.

Ele estava tirando seus óculos escuros, revelando os olhos castanhos, até que bonitos. Sua barba rala, misturada com o cabelo mal penteado para cima, lhe dava um certo charme. Resolvi ignorar para não olhar muito.

Ri da música e mandei mensagem para meus amigos falando sobre a música.
Mal percebi quando realmente comecei a falar com aquele homem de olhos castanhos e cabelos da mesma cor.

— Minha blusa é guerreira, tô usando a pobre, eu mal usava e agora vivo lavando ela! — O homem falou comigo.

— Sério? — perguntei tentando ser mais comunicativa.

— É...

Pedro contou sobre o sumiço de uma das antagonistas da obra, fiquei surpresa, pois sempre achei ela super amiga dele, nunca pensei que isso aconteceria.

O homem desconhecido foi conversando e aconselhando Pedro sobre ter feito um contrato ou até mesmo para confirmar a presença fizesse cada ator mandar um áudio autorizando a sua imagem para depois não dar problema.

Ele até deu uma ideia maluca de ter prendido todo mundo numa casa e fazer as gravações em uma semana direto.

— É interessante a ideia, mas o ruim é que boa parte do elenco são menores de idade! — digo com Pedro concordando comigo.

— Aí complica, mas eu já estive em uma produção que colocaram os atores tudo em um lugar só para gravar direto, literalmente mandaram a gente se virar!

Foi aí que a fixa caiu, ele era um ator profissional, era um dos primeiros que estava conhecendo de verdade.

— Eu não acredito! — na verdade, nem sabia que isso era possível.