Capítulo 5

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Uma semana se passa rápido, e o tão esperando final de semana se aproxima, fico extasiada pelas festas as quais Simone fala que frequenta, Elle faz bico durante toda a aula de conhecimentos específicos, por não poder ir em nenhuma delas, Miguel tenta animar a amiga contando como ele fica feliz no seu quarto lendo livros todo final de semana, Simone revira os olhos.
— Hadassa, essa rotina deles é muiiiitoooo chata, vamos pra balada hoje, é sexta feira, amanhã podemos dormir até tarde.
— Só se ela for idiota de perder o nosso piquenique não é mesmo Miguel? — Miguel leva um susto ao ser beliscado por Emanuelle.
— Uou sim, vamos fazer um piquenique na floresta amanhã.
— Ai que chato, Hadassa vamos comigo para a balada? — Olho Miguel e Emanuelle me encarando, a carinha de Elle me faz querer apertar ela, olho para Simone, ela está firme na idéia de me levar para a Balada, respiro fundo.
— Eu...
— Bom dia pessoal, ansiosos por mais um dia de Matemática financeira? — O professor entra na sala antes que eu responda, Miguel se ajeita na cadeira meio contrariado, Elle faz bico novamente, fazendo com que o professor faça uma careta para ela, e continue a aula.

Elle escreve algo em um papel, ela me entrega sem olhar para mim, ainda de olho no professor que inicia sua aula, rabiscando diversos números no quadro.
— " Podemos fazer o piquenique a tarde? Assim ainda da tempo de você sair com a sua amiga... Se você não se importa de ir é claro, eu e o Miguel só queríamos passar mais tempo com você, mas se não der tudo bem."
Leio e quando olho pra ela, Elle me olha de canto e faz um pequeno bico, sorrio, viro o verso da folha e escrevo para ela.
— "Elle, não te preocupa não vou à balada com ela, irei ao piquenique e à noite vamos ver filmes na minha casa, topa?" — Devolvo o papel para ela que ler e da um leve sorrisinho, sua expressão é de vencedora, algo notável, ela fez questão de sorrir para a Simone.

    Fico impressionada de finalmente a Elle deixar transparecer um sentimento, a sua expressão é sempre indecifrável, balanço a cabeça tentando conter alguns pensamentos, talvez o tempo fez com que ela aprendesse a esconder tais sentimentos.

     Temos duas aulas seguidas de Matemática financeira, algo esperado e nada cansativo, amamos o professor, algumas alunas faz bico quando ele se despede, Elle me puxa para irmos ao banheiro, antes que Joseph ultrapasse a porta passamos por ele.
— Porque a pressa meninas?
— Banheiro... — Ela fala com um biquinho fofo, fazendo ele sorrir e tocar na pontinha de seu nariz, os olhos dele brilham.

    A pequena devolve o sorriso à ele e me puxa, olho para trás seu olhar continua fixo em nós, ele sorrir para mim, porém um sorriso indecente, o que não fez para Elle.
— Qual a sua relação com o diretor?
— É meu pai. — Fala e bate levemente em meu braço.
— Eu não liguei as coisas.
— Burra, devia ter percebido à dias.
— Você não me falou nada.
— Você tá me perguntando hoje, vamos que estou apertada.
— Mas eu quero saber mais sobre isso.
— Mais uma querendo dar a buceta para meu pai. — Me olha zangada, solta meu braço e entra no banheiro batendo a porta.
— Elle, eu não quero dar a buceta pro seu pai, é porque eu não sabia que ele era seu pai... — Falo encostada na porta.
— Vai me dizer que você não sabia que ele era Norton e eu também sou?
— Eu não assimilei os sobrenomes, ele é tão... - Me calo para não piorar a minha situação.
— Bonito, gostoso, fala logo.
— Para de ser infantil menina, se teu pai quiser comer qualquer buceta o problema é dele, você não tem nada com isso, quando você dá a sua ele não diz nada... — Me altero com ela, vivo à séculos tentando ter uma vida normal e já começo discutindo com minha melhor amiga.

    Me assusto quando a porta se abre e ela me olha, sua tromba enorme e seus olhos marotos me fazem sorrir, levo um tapa no braço, e um empurrão, continuo sorrindo do ciúmes dela, percebo que ela é apegada à ele, ao ponto de ser possessiva.
— Dassa, sei que todas as meninas querem o meu pai, mas pra alguém ter algo com ele, tem que ser ao menos melhor que a minha mãe, ele idolatra ela, depois dela nunca soube dele com ninguém.
— O que houve com a sua mãe?
— Ela morreu eu era um bebezinho, desde então meu pai me criou sozinho, ele nunca permitiu que ninguém cuidasse de mim, nem por um segundo, hoje eu sofro com a possessão dele, meu pai é muito ciumento e controlador.
— Olha meu pai também é muito controlador, e minha madrasta é viciada no cigarro, algo que eu odeio, e ela tem um irmão que me odeia, então não temos que nos lamentar por isso, temos que mostrar a eles que somos capazes de viver sem eles.
— Vamos, o sino bateu novamente. — Elle engole uma lágrima e vamos para a sala, abraço ela no caminho que encosta sua cabeça em meu ombro.

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