Capítulo 39

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Vlad me joga no chão como um saco de batatas, pelo visto nada atinge a pedra que ele chama de coração.
— Não sou uma das suas Vlad. — Falo irritada.
— Ah! Sinto muito, pensei que era uma bruxa, não uma boneca de porcelana.
— Não fode Vlad, porque me trouxe aqui? — Pergunto encarando o Vampiro, massageio o local ao qual bati quando ele me soltou, o encaro irritada e com dor. Os olhos de Vlad se desviam dos meus por alguns segundos e por fim ele se aproxima do meu corpo, nos deixando colados. — Já percebeu que você sempre dá um jeito de grudar em mim? — Pergunto e sinto sua mão em meu traseiro, o massageando, resmungo dolorida.
— Tão frágil... Mas deliciosa! — Diz e estreito meus olhos. " Esse é o jeito dele de pedir desculpas? " Penso e reviro os olhos. — Te trouxe aqui para que pare de se remoer e se culpar pelo o que aconteceu, detesto ver esse rosto triste, prefiro quando está irritada...

Não consigo conter o sorriso que começa a se formar em meus lábios. Sem pensar o abraço e respiro fundo sentindo seu perfume. Vlad me aperta em seus braços, e deixa um beijo em meu pescoço.
— Vai me ajudar a salvar a Dassa?
— Vou te mostrar um meio para isso, mas...
— Mas o que? — Pergunto arqueando a sobrancelha.
— Mas terá que ser mais que uma criança mimada, tem que ser a bruxa que nasceu para ser.
— Eu... — Começo a falar, preocupada com os caçadores em casa e como meu pai pode reagir. Mas minha melhor amiga precisa de mim, então aceno em concordância. Vlad parece ler minha mente, seus dedos tocam levemente em meu rosto.
— Não se preocupe muito, nem o diabo teria coragem de ferir o que me pertence!
— Vlad, clãs de caçadores estão em minha casa, meu pai...
— Bla bla bla... seu pai é um Hellsing, disso eu já sei, mas nem o próprio Van Hellsing foi capaz de me matar, pobre coitado, foi mordido por um lobo antes de me alcançar.
— Eu...
— Não precisa fingir que não sabe, oh! Nosso romance corre perigo... — Fala debochado, reviro os olhos e dou um passo para trás. — Vamos entrar antes que eu perca a minha paciência, prepare-se para muitas emoções, fontes seguras me informaram sobre lobos vindo em direção a sua amada cidadela, cachorros sarnentos, não sabem nem se comportar. — Vlad revira os olhos com tais palavras, franzo o cenho.
— Mas você tem um lobo de estimação.
— Ele não é um lobo de estimação, ele só não acha que precise de alcatéia, inclusive agora deve estar na floresta observando os malditos Tonnel's ultrapassarem os limites da cidade.
— Vlad isso não pode acontecer. — Falo perplexa.
— Já aconteceu minha pequenina, agora vamos, não temos tempo para isso, vou fazer uma boa ação.
— Não seja dramático. — Falo gargalhando, enquanto ele me puxa para dentro da mansão.

Levamos alguns minutos para entrarmos no quarto onde a Karmin se encontra, devido ao Vlad querer me agarrar pelos corredores, encontramos Amélia sentada ao seu lado quase que sem forças, mal consegue mexer os olhos, e Karmin respira freneticamente, já acordada.
— É, a Bruxa conseguiu. — Vlad se aproxima de Amélia a pegando nos braços e saindo do quarto, uma pontada de ciúmes toma conta de mim.
— Não seja boba mestiça, a história deles aconteceu há séculos, não restou nada entre eles, e contenha-se, Vlad teve muitas mulheres, mas nenhuma foi tão importante quanto você me parece ser para ele.
— Tô vendo que já se sente muito bem, já está até falando bobeiras.
— Bobeiras, um dia você vai me falar se era bobeira mesmo.
— Não quero falar sobre isso, vim aqui para saber como ajudar a Dassa.
— Aquela dhampir quase me matou, é por causa dela que estou nessas condições. — As palavras de Karmin transmitem raiva e mágoa, mesmo sabendo que quem quase a matou fui eu, ela culpa Hadassa.
— A Hadassa não teve culpa, quem quase matou você fui eu.
— É, mas foi por causa dela que isso aconteceu, não sei, mas não consigo culpar você, ou ter mágoa de você, talvez seja pelo apreço que o mestre tem por você, e me sinto na obrigação de protegê-la.
— Karmin, o Vlad não tem apreço por minha pessoa, ele gosta é de me foder.
— Não é bem assim.
— A bruxinha voltou? — Zella adentra o quarto, sem ao menos respeitar o estado da Karmin. — Pensei que o grande Dracula tinha se livrado da bruxa má do oeste de uma vez por todas.
— Se livrado? — Pergunto confusa.
— Sim, nossos filhos vão eclodir a poucos dias, e ele me prometeu que você não pisaria mais aqui.
— Seus filhos? — Engulo seco.
— Sim, venha vou te mostrar. — Ela ergue sua mão para que eu a pegue, não faço nem questão disso, me levanto da cadeira, mas antes que eu saia, Karmin agarra meu braço.
— Não caia na conversa dela, seja forte, explode todos os ovos. — Sussurra para que Zella não à ouça, dando uma piscadela e um sorriso debochado para a mesma, sorrio com tamanha coragem da vampira, sabe que Zella poderia mata-la facilmente devido ao estado à qual se encontra.

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