Capítulo 7

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O sol entra pela janela de meu quarto, sinto algo me empurrar, pulo da cama rapidamente.
— Porra Elle.
— O que foi? — Ela tenta me olhar, mas o sono a impede.
— Vamos acorda Elle, ainda tem o trabalho pra fazer, assim a gente passa o final de semana livre.
— Hummm.
— Acordaaa... — Grito e começo a pular na cama, ela resmunga e acaba caindo da cama.
— Deus, você é uma péssima anfitriã.
— E você uma péssima visita, onde se viu visita dormir até tarde na casa dos outros.
— Cara, olha a hora, ainda são 7 da manhã.
— Aqui todos acordamos cedo.
— Mentira, você é uma patricinha podre de rica.
— Quem disse?
— Olha suas roupas, sua casa, olha tudo o que há nela, apesar de ser antiga é um patrimônio avaliado em bilhões de dólares ou mais, o carro do seu pai também é avaliado em bilhões, o que mais quer que eu cite?
— Abusada, a gente não observa a vida alheia não.
— Eu observo.

Jogo o travesseiro em seu rosto, pego um shortinho jeans curto, visto por baixo da camiseta, escovo os dentes e me preparo para tomar o café da manhã.
— E a boneca não toma banho?
— Depois que eu comer, estou faminta. — A sede de sangue está me consumindo, devido ao fato de estar com Elle em casa não pude sair para caçar.
— Meninas posso entrar?
— Sim. — Dandara entra no quarto, seu vestido azul bebê contorna cada curva de seu lindo corpo, seu batom vermelho deixa seus lábios ainda mais carnudos, seus olhos azuis brilham ao entrar em contato com o Sol.
— Hadassa querida, temos que ir, Emanuelle você fique a vontade para sua higienização pessoal, resolveremos rapidamente e voltaremos.
— Obrigada senhora.
— Querida, Dandara.
— Desculpa... — Elle sorrir sem jeito, enquanto Dandara me puxa para fora depressa.
— Tenho certeza que está faminta.
— Nem me fale, eu tô quase enlouquecendo de tanta fome.
— Imaginei, estava muito preocupada com a Emanuelle, coitada, você também Hadassa, não pode está tão perto de humanos, e passou a noite com uma.
— Dandara eu quero uma vida normal e isso impõe conviver com humanos. — Entramos na adega, ela pega uma bolsa de sangue e me entrega.
— Anda querida beba logo.
— Obrigada... — A adega fica perto da cela do maldito William, ouço o barulho dele gemendo, termino de tomar a bolsa se sangue e vou em direção da sua cela.
— Querida não vai.
— Eu preciso ver ele.
— Tem certeza?
— Sim Dandara, eu estou bem, confia em mim, ontem a noite eu não fui lá, você sabe que eu preciso.
— Mas você se lembra que não pode estar tendo contato com ele? E o Sol já nasceu.
— Dandara, eu estou bem. — Me aproximo de sua cela, ouço sua risada falha, seu corpo caído, seu pé amarrado com uma corrente de ferro, olho para ele no chão, que encontra força para se levantar e vir até as grades.
— Olha se não é a putinha gostosa.
— Hadassa não vale a pena.
— Vadia cale a boca, deixa a putinha falar, eu já estava com saudades querida, tantos dias sem vim me ver, encontrou alguém que queira te comer?
— Não que te interessa, eu só deixei de te dar importância, não preciso te ver nessas condições para perceber que eu venci, te ver aí me faz perceber que até o pior dos seus medos podem ser controlados.
— Sua vadia... — Ele tenta me pegar, me afasto da cela e saio, antes de sumir viro para ele e lhe mostro o dedo do meio com um sorriso enorme nos lábios.

Pela primeira vez, sinto que estou deixando meus demônios no passado, depois de séculos consigo me sentir bem comigo mesma, agora eu estou me tornando mais forte e mais decidida. Feliz com o meu progresso ando pelos corredores da grande casa cantarolando uma canção que mamãe cantava para mim.
— Que música é essa?
— A madame já está pronta para irmos tomar nosso café da manhã?
— Meu banho não é demorado, ao contrário do seu que nem existe.
— Eu vou tomar banho sim.
— Tá, mas que canção é essa?
— Minha mãe que cantava para mim, toda vez que eu tinha algum pesadelo ela vinha até meu quarto, colocava minha cabeça em seu colo e cantava até eu dormir.
— Meu pai falava que minha mãe gostava dessa canção, ele cantava pra mim já que ela morreu quando eu era apenas um bebê.
— Ei anime-se, tudo aconteceu por um propósito, olha onde estamos, vamos lanchar?
— Vamos. — Elle me abraça e descemos juntas feito duas crianças, todos já estão na mesa nos aguardando, Domenino fecha mais a expressão ao nos ver chegar.
— Bom dia.
— Bom dia, Hadassa, a Dandara me contou o que houve.
— Pai eu sei que me pediu para não ir, mas eu precisava, fazia dias que eu não ia.
— Devia ter continuado como estava. — A expressão da Emanuelle é de confusão, porém permanece em silêncio comendo a sua torrada. — Mas você está bem? — Domenico balança a cabeça em negação e se levanta da mesa. — Domenico, me espera, temos que resolver umas pendências. — Os dois se retiram antes que eu responda como me sinto.
— Pai, estou bem... — Romuel sorrir e me lança um beijo, Domenico sorrir de canto, e passa a mão levemente em seu queixo.

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