Capítulo 61

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Após o episódio com Gustav, o casamento de Dandara e Romuel balançara um pouco mais, apesar do vampiro amar minha irmã mais que qualquer coisa ou pessoa no mundo, não há nada mais destruidor que a mentira, o ciúmes, a traição, tudo isso acalentou para que os dois se afastassem mais e mais.

Estou cansado dos segredos da minha irmã e agora os de Romuel. Tudo está se encaminhando para uma separação da família, Dandara está destruindo o pouco que resta de união nesta casa, e Romuel, está se encaminhando no mesmo destino. Hadassa está preocupada e não é para menos e minha cabeça anda mais quente que o normal, a preocupação com os caçadores, o Drácula, a Elle e seu filho, e agora uma desavença entre os meus, tudo isso tem ajudado a me desestabilizar ao ponto de me afastar de minha esposa.
Uma semana se passara desde que Gustav fora embora, então me mudei definitivamente para a biblioteca, deixando Hadassa pousar sozinha em nosso leito, percebo seu incômodo todas as vezes que vem até mim, porém percebo que está fazendo um grande esforço para compreender minhas atitudes.

Romuel inventou uma desculpa para o fora dito pelo jovem Beta, e Dandara nem se importou em se justificar; minha irmã sempre foi muito atenta em relação à tudo, inclusive aos homens, me admirei quando decidiu manter um casamento com Romuel, ela sempre fora uma mulher destemida, certa do que quer, e sua mudança repentina tem me deixado sempre alerta, algo maior está por trás disso tudo.

♧♧♧

Folheio os livros de minha mãe, a Elle me deu alguns dos grimórios de Angèle, que seu pai guardava, desde então tenho procurado uma falha na profecia do Drácula, não posso simplesmente deixar a Elle viver com o Drácula, ou a Hadassa morrer tentando mata-lo, fico tão distraído que não a percebo parada na porta, ae observar, sorrio com a sua presença.
— Há quanto tempo está aí? — Pergunto, enquanto a mesma caminha até mim, sentando-se na poltrona à minha frente.
— Briana está aí...
— Sozinha?
— Com o Gustav, Romuel está pocesso, depois de uma semana, Gustav, volta para afronta-lo, sei que ele sente algo por Dandara, há faíscas entre eles, prontas para pegar fogo.
— Hadassa, não seja maldosa... É só uma impressão.
— Não, as faíscas que se apagaram entre nós, se acenderam entre o lobo e a vampira. — Seu semblante é triste, me levanto, indo até ela, abaixando ao seu lado, que seca algumas lágrimas em seu rosto, suspirando, para despersar aquela tristeza engasgada em sua garganta, toco em seu rosto, que me abraça.
— Eu sempre vou amar você Hadassa, foram séculos mantendo esse amor vivo, ele não vai se acabar em uma semana.
— E porque está distante?
— Tenho que encontrar uma brecha para salvar vocês.
— E encontrou algo? Ou simplesmente terei que lutar contra aquele demônio? Afinal de contas, o mundo conspirou para que eu fizesse isso. — A puxo para meus braços novamente, já que havia me soltado, ainda abaixado, a faço descer da cadeira, sentando-se no chão, comigo, suspiro tentando encontrar uma maneira de acalentar seu sofrimento, mas seria inútil dizer que uma delas irá se salvar, até então um dhampir terá que morrer para salvar toda uma raça, o mal que nos ronda só será derrotado por um meio sangue, e só temos ela, a Elle não transformou o coração daquele lorde das trevas, ele é orgulhoso demais para amar alguém.
— Ou deixarmos a Elle nas mãos dele... O que seria suicídio. — Falo e só de pensar um ódio me consome.
— Não, prefiro morrer que deixá-la nas mãos dele Domenico! — Diz com ódio.
— Eu sei, e eu também não quero isso Dassa! — Sinto seus lábios tocarem os meus, retribuo seu beijo apaixonado, como se fosse o último.
— Vamos ver o que seus amigos lobos querem com a gente.
— És tão bipolar Hadassa, as vezes não te entendo.
— Só aceite o meu amor, já que vou morrer, não posso ficar chorando aqui no chão de sua biblioteca. — Nos levantamos, a puxo para meus braço, que sorrir, então seguimos comentando sobre nossos planos para um futuro inexistente, até nos depararmos com as caras de poucos amigos dos vampiros que estão na sala, juntamente aos dois lobos.
— Briana, Gustav... — Falo ao me aproximar.
— Domenico, Connor nos mandou vir, temos que leva-los até a bruxa, tudo indica que ela não esperará até a próxima lua para dar a luz.
— Tão rápido? Faltam poucos dias para a mudança da lua... — Diz Dassa preocupada. Meus olhos se arregalam com o que escuto. Minha preocupação aumenta com Emanuelle.
— Tem certeza? Sua barriga não estava tão grande quando saiu daqui Briana! Ela não pode ter simplesmente crescido. — Falo ainda com dúvida.
— Não tenho motivos para mentir, se a verem agora, terão certeza de que sua gestação está nos últimos dias, a criatura cresce rápido em seu ventre, assim como está consumindo suas energias! — Diz e não vejo quando minha mão rodeia seu pescoço, assim que vejo um maldito sorriso em seus lábios.
— Domenico!
— Não ouse rir da minha menina! —Falo apertando meus dedos, suas mãos procuram liberar seu pescoço. — Se ousar zombar dela, eu te mato e arranco seu coração e o como!
— Domenico! — Romuel me chama, todos se colocam ao nosso lado.
— Vá se foder Romuel, ninguém zomba da minha menina assim, ainda mais com a sua vida e com o seu filho, ela o ama!
— Nã... Não estou a zombar de sua querida... — Fala com dificuldade. — Eu estou me fodendo para o que vai acontecer com eles, ela está definhando aos poucos, e a culpa é de todos vocês, não descontem em mim suas frustrações. — Suas palavras me fazem apertar mais seu pescoço.
— Domenico, o Connor deve saber o que essa meretriz anda falando! Mas não acho que é o momento para violência, por mais que me incomode o que vou dizer, temos que nos unir, pela minha irmã. — Escuto a voz da minha mulher.
Me contenho para não quebrar o pescoço da loba. Gustav se aproxima e coloca sua mão sobre meu ombro assim que percebe que os olhos de Briana estão virando.
— Domenico, deixe ela nas mãos do nosso alfa, ele tomara conta disso, eu mesmo o direi! — Diz e sorri.
— Não, eu mesmo farei questão de falar a ele! Briana tem que aprender que tudo o que fazemos tem consequências. — Falo e solto a loba, que vai tossindo a procura de ar.
— Diz como se a criatura fosse sua ou dele, vê o que seu amado faz só de mencionar a doce bruxa, Hadassa? É certo que ele a ama. — Estreito os olhos para Briana, tentando entender como um dia pude amar uma criatura tão insensível, ou talvez a dor que lhe causei a tornara assim, mas nada justifica querer o mal dos seus.
— Briana não tente me separar de minha mulher, eu sempre vou amar a Hadassa, Emanuelle é uma pessoa querida, uma irmã caçula.
— Deixa ela abrir as pernas na sua frente, pra ver se não enlouquece, tenha santa paciência Domenico, está estampado nos seus olhos o amor pela bruxa, Hadassa é melhor ir procurando uma forma de esquece-lo, talvez outros homens, bebidas, festas, uma hora ou outra consegue esquecer-se dele.
— Já chega Briana. — Abraço Hadassa, que aperta os punhos, trêmula, Gustav encara Briana, envergonhado, a intenção não era causar danos, e sim nos alertar do estado da Elle.
— Se sente inveja do amor e carinho que tenho pela Emanuelle, problema seu, não me importo! — Falo me contendo para não arrancar a cabeça da cadela, que me encara. — Ela é tanto para mim quanto para minha esposa, mais que uma irmã, ela é nossa bruxa, nossa menina e nossa filha! Fale mais um a sua vadia, e eu te mato sem piedade, talvez assim você deixe de ser mal amada ou melhor Briana se não suporta a minha felicidade, se mata!
A loba segura a respiração, seus olhos se enche de lágrimas, sempre a ameacei mata-la, mas nunca a mandei que tirasse sua própria vida, pois não me importo, se Briana morrer, alguns porcentos dos meus problemas irão se resolver.
— Domenico...
— Já chega, vá morrer em uma vala podre onde só os vermes irão te encontrar. — Falo e me viro para Gustav. — Vamos logo, temos que chegar a Emanuelle o mais rápido possível, Hadassa e eu temos que está com ela no momento em que a criança for nascer!

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