Capítulo 26

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Do topo de uma árvore observo o pequeno monstro, a qual fora criado pela família Greco, ela anda pela mansão e logo saí, acompanhada por mais um humano, a raça impura, ainda não entendo o porque de nos misturarmos com eles, ambos só servem para nos alimentar.

Pulo da árvore e os sigo, maldito seja meu marido que insistiu em vir com a humana, em vez de mim, era para termos entrado juntos na mansão, porém fui deixada para trás, como se todos esses séculos ao meu lado não fossem absolutamente nada para ele, tenho vontade de massacrar os Grecos, assim como fiz com tantos outros clãs insignificantes.

Nenhum ser é páreo para a primeira cria de Drácula, infelizmente ele é o único que pode de fato me matar.
Mas enquanto não posso fazer minhas vontades, nada que uma pequena e divertida caçada vai me assasear, por enquanto. Ainda mais quando minha presa parece ser tão importante para o rato que meu marido se encantou e para os Grecos, tão importante ao ponto da dhampir se arriscar para leva-lo embora.

Os sigo até a cidade, sinto que a dhampir está ciente de minha presença, porém não me importo, ela não será louca o suficiente para me afrontar.
— Miguel, você tem que se cuidar. — À ouço falar enquanto olha para os lados.
— Estou preocupado com a Elle... O padrinho sabe que ela está com aquele cara? E por que eles foram até sua casa? Hadassa você sabe oque está acontecendo? — Pergunta o humano, parecendo não dá ouvidos para a outra.
— Miguel, Elle está bem você mesmo viu, agora me prometa que não vai ficar tocando nesse assunto?
— Por que? Tem algo acontecendo?
— Miguel pelo amor do que é mais sagrado nesse mundo, cala a boca e faz o que eu tô te pedindo ok!? — A criatura beija o garoto e entra no carro, triste realidade, ter que usar um automóvel para se locomover ao invés de usar as asas, fico intediada e volto para o Castelo.

♧♧♧

Me aproximo do quarto da humana, ao perceber que está sozinha e chorando evito de entrar, não quero arruinar as coisas nesse momento, cautela é o que mais preciso usar para a ocasião.

Encontro meu marido no corredor seus olhos azuis caem sobre mim, ele arqueia uma de suas sobrancelhas, penso em me aproximar dele, mas é ele quem vem até a mim.
— O que faz aqui, querida? — Pergunta e sinto um pingo de ironia ao ser chamada de querida.
— Só estou andando, afinal está também é minha casa, não?! — Falo e ele revira os olhos.
— Não venha dá uma de coitada Zella, sabe que não tenho paciência, se continuar assim acho que terei de encontrar uma outra noiva, não acha? — Diz com um sorriso presunçoso e olha para a porta do quarto onde a humana está. "Ele não ousaria?"
— Pretende me trocar por aquela coisinha insignificante e que não passa de um verme? — Falo e sinto meu corpo tremer de ódio, fecho minhas mãos em punho, minhas unhas se afundam em minha carne.
Ele se aproxima e segura em meu rosto, sinto uma pressão quando ele começa a pertar o local.
— Eu, foi a mim quem você escolheu para ser sua companheira, acha que pode me trocar assim? Não sou um objeto que você pode trocar a qualquer instante... — Falo com ira e mágoa.
— Hum, talvez... Isso fosse diferente no passado, eu amei você... — Diz e meu interior se esquenta. — Não, amor é algo que eu não sinto e nunca sentirei, não tenho um coração para ter esse tipo de sentimento! — Fala e aperta ainda mais meu rosto, suas garras começam a afundar em minha carne. — Entretanto eu me importava com você o suficiente para não te trocar!
— Eu... Eu ainda sou a mesma Vlad! — Falo e me lanço em seus braços, ele demora coloca-los em torno do meu corpo, mas me alegro a sentir seu toque. — Você é meu Vlad, e eu sempre serei sua. Será só nós dois, como sempre deveria ter sido desde o começo... — Falo e coloco meu rosto em seu peito, inalo seu perfume.
— Bem... Não é como se fosse possível voltar ao passado. — Diz e me afasta de seu toque. O encaro confusa. — Se ainda quer permanecer ao meu lado Zella, é só não me desapontar... — Diz e começa a me dar as costas, mas antes de sumir, ele se vira um pouco de lado para me olhar. — Seja uma boa menina e me livre dos problemas sim!? Não queremos que o passado se faça presente.
— Eu errei... — Falo indo em sua direção, ele dá dois passos à frente e para novamente. — Eu sinto muito.
— Não sentiu quando acabou com a minha família. — Ele se vira para mim.
— Você não os amava.
— Zella, eram a nossa família, foram os primeiros, éramos deuses para eles.
— Mas você se enfiou na cama de uma delas.
— Eu era o porto seguro dela, tão perdida, mal sabia controlar suas ações.
— Eu fiz por amor à você.
— Se me amasse não teria destruído os meus, agora me deixe ir. — Fala se aproximando de mim. — Cuide-se, fique linda, essa noite teremos um jantar especial. — Ele segura novamente em meu rosto, porém dessa vez me transmite calmaria, me deposita um beijo na testa e sai, volto a olhar para o quarto, percebo uma pequena abertura na porta, abertura à qual não estava ali antes, vejo os olhos da pequena humana através da abertura, sorrio para ela e sigo meu caminho.

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