" Me encontro jogada em uma cela escura e nojenta, a qual é clareada apenas por uma luz que pisca a todo momento, a cada piscada da mesma vejo os arredores da cela, vejo baratas e ratos andando pelo chão, em um canto da maldita cela há restos mortais, tapo o nariz e a boca ao mesmo tempo, um desespero toma conta de mim ao notar que estou presa, faço um esforço para lembrar o que me aconteceu, porém a dor aguda na nuca me faz gemer, além do fedor e da dor de cabeça, sinto ânsia de vômito, coloco uma mão na posição da barriga a apertando, pois a dor é tanta que me encolho no canto da parede.
No intervalo de uma dor e outra ouço passos vindo em minha direção, me desespero ao ver uma sombra, que se aproxima da cela.
- Oh pequena criança, não é dessa forma que tratamos os nossos convidados. - Arregalo meus olhos, a única coisa que consigo pensar é em como controlar meus impulsos de medo."♧♧♧
Alguns dias antes...
Sou despertada por alguns raios solares que insistem em entrar pela grande janela de madeira, passo a mão em meu rosto, graças à alguém que deixou a cortina aberta estou acordada, um leve bocejo sai de minha boca, viro para o outro lado no intuito de dormir mais um pouco, sinto um peso tão grande dentro de mim, minha melhor amiga me trai, colocando minha vida em perigo, ainda não acredito que ela tenha olhado nos meus olhos e me enganado esse tempo todo.
— Nana nina não, a senhorita não vai dormir mais nenhum segundo. - Me assusto com Domenico sentado em uma poltrona, esta então localizada em um canto do quarto.
— Não tenho o que fazer, vou resolver meus problemas dormindo.
— Negativo, você vai resolver seus problemas encarando-os de frente, não tem como mudar o que aconteceu Peppa Pig, mas tem como você ver que não somos os monstros aos quais taxou naquela noite.
— Naquela noite?
— Sim querida, naquela noite, já tem dias que está trancada nesse quarto, você abria os olhos de vez enquanto, mas a febre era tanta que te fazia delirar, sejamos reais, você tá nesse quarto há uma semana.
— Está mentindo, eu nunca fui doente, nunca tive febre.
— Mas teve, e foi tão forte ao ponto de sair de si, o seu corpo esteve aqui esse tempo todo, mas sua alma estava vagando por aí.
— Está louco? Não é possível isso acontecer.
— Mas aconteceu, agora vamos levantar, tomar um banho decente, porque esses últimos dias eram apenas lenços umedecidos.
— Vai me dizer que você..?
— Credo, não... — Fala antes que eu termine a frase, gargalho o fazendo sorrir também, por trás de toda a arrogância Domenico tem um ar angelical. — A Dandara e a Hadassa cuidaram de sua higiene, anda mocinha vai tomar seu banho, seu cheiro horrível dá pra ser sentido há quilômetros de distância.Jogo o travesseiro em seu rosto, eu não estou tão fétida assim, pelo menos creio que não, mas não me arrisco a duvidar, resmungo quando ele sorri.
— Não começa a jogar seus charme pra cima de mim não! — Falo saindo da cama. O cretino sorri mais ainda.
— Sei que você me ama!
— Vou deixar você sonhar, morcegão.Ele vem em minha direção me fazendo correr para o banheiro gargalhando, fecho a porta, em seguida ouço o barulho dos seus passos andando de um lado para o outro do quarto, reviro os olhos e tomo meu banho, aproveito para ficar algumas horas embaixo do chuveiro, respiro aliviada ao finalmente estar limpa.
— Domenico tenha modos, a gente não faz barulho quando anda, me admira muito você ser um vampiro e não ter passos leves. — Falo saindo do banheiro secando o cabelo com a toalha.
— Toquinho veste suas roupas que precisamos ir. — Responde sem dar moral no que falei.
— E meu pai? Ele sabe o que aconteceu comigo?
— Não, o Romuel cuidou para que seu pai não descobrisse nada, ele nem lembra que você sumiu, ele acha que você apenas dormiu aqui, ontem, e hoje está indo pra casa.
— O que vocês fizeram com meu pai?
— Nada pequena, vamos, se veste logo, vou te levar.
— Ata, depois de tudo o que aconteceu, eu tenho que sair por aí fingindo naturalidade?
— Isso mesmo, vejo que é inteligente, e quanto sua amizade com a Hadassa vocês duas resolvem, só não quero que por birra conte ao mundo sobre nossa existência.
— Foda-se todos vocês, só quero esquecer que existem... — Falo sem perceber que iria magoa-lo, que tenta achar palavras para falar algo, porém não consegue.
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Afterlife
VampireHá séculos a minha raça vaga em meio aos humanos, alimentando-se de seu sangue doce. Eu repudio essa sede de matança, sede que faz minha garganta doer, como o fogo do inferno. Inferno... É para lá que eu e meu povo iremos, graças ao nosso criador, a...