Encaro a humana que se contorce na cama, por alguns segundos parece estar em transe, seus gritos de dor ecoam por toda casa, por mais que tenho que controlar meus impulsos levanto a procura de algum guento que possa amenizar sua dor.
— Talvez isso pode ajudar.
— Não Karmin, ela está em fase de transformação, ela tem que passar por isso. — Dou de ombros.
— Amélia ela não está se transformando em porra nenhuma, ela é o que é e pronto, não é como se ela tivesse sido mordida por um lobo ou vampiro, ninguém se transforma em bruxa, e ninguém mais que você saberia disso.
— Karmin, eu não sou uma bruxa.
— É sim, olha isso aqui. — Mecho em um de seus frascos, pescebo que seus olhos os acompanha, o medo do tal frasco quebrar está visível em seus olhos.
— Karmin me deixa a sós com a garota.
— Eu por mim arrancaria a cabeça dela agora e acabava com a sua tormenta.
— Faça isso e eu mato você.
— Mestre eu...
— Karmin, sabes que tenho muito apresso por sua pessoa, mas não abuse.
— Me desculpa, só queria...
— Amélia é apenas uma curandeira, nada além disso, e não tente desvendar meus mistérios, seu trabalho é cuidar de meus interesses.
— Sim mestre... — Reviro os olhos e caminho até a porta.
— Karmin, não revire os olhos para mim, posso ver mais do que imagina.
— Sei disso mestre, mas é mais forte que eu. — Dou-lhe um leve sorriso e saio...♧♧♧
Ando pelos corredores da mansão, mil coisas em minha cabeça, as lembranças encoam em meu cérebro, os gritos de meu pequeno irmão se faz presente em minha mente, tento manter-me controlada, mas os gritos da pequena humana me fizeram lembrar das coisas escondidas na parte mais obscura em meu cérebro.
— Ah, a bela rainha ainda desfila pelo castelo do medo sem se preocupar com o que fez... — Falo ao ver Zella subindo as escadas.
— Não Karmin, eu não fiz nada, apenas tomo o que é meu por direito, aquela maldita bruxa irá sofrer assim como sofreu.
— Você conseguiu o mestre de volta para si, não porque ele era seu, mas porque nunca foi meu.
— Você nunca o amou vampira, eu o amei, eu o amo.
— Eu amava o lord Vlad Zella, com toda a minha alma, mas você matou o que havia de mais belo em mim, você.
— Eu te tornei forte, agradeça-me.
— Nunca... — Avanço em sua direção, mas algo, ou alguém me arremessa na parede, a maldita sorrir vitoriosa, enquanto o lobo se aproxima de mim, olho em seus olhos, não vejo um predador, mas um homem, ele rapidamente volta em sua forma humana, deixando Zella seguir seu caminho, a mesma toca levemente no rosto dele.
— Yanco, agora virou o animalzinho de estimação da Zella? — Sorrio debochada.
— Fiz para proteger você.
— Até ontem você estava preso na jaula do mestre, em sua forma de lobo, agora está livre, e vem me proteger, ah conta outra, você sempre vai ser aquele lobo solitário preso em uma jaula, um lobo sem alcatéia, eu ia mata-la.
— Karmin, já está na hora de parar de se meter em encrenca, eu pedi para o Yanco cuidar de você, Zella já te fez mal uma vez, e vai te fazer de novo, ouça, só vou falar uma única vez, Zella é problema meu, só meu. — O lord Vlad me encara, seus olhos estão vermelhos pela raiva, algo dentro dele tem mudado, talvez esteja aprendendo a amar.Assinto com a cabeça, e desço as escadas furiosa, ouço os passos apressados do lobo atrás de mim, me apresso para que ele não me alcance.
— Vampira...
— Me deixa em paz... — Em velocidade sobre humana saio da mansão, o lobo não me acompanha.♧♧♧
— Elle querida, acorde... — Entre um devaneio e outro ouço sua voz me chamar, enquanto meu corpo e mente queimam como se estivessem em meio ao fogo.
Me concentro em meus sentidos, até abrir meus olhos, que ardem um pouco. Ao abri-los totalmente, me deparo com Vlad ao pé da cama e Amélia ao meu lado, segurando minha mão com a sua, e a outra sobre minha testa, sinto um pano sobre o local.
— Há céus, você acordou querida! — Diz Amélia.
— O que aconteceu? — Pergunto confusa.
— Querida você desmaiou. — Percebo melancolia na voz.
— Amélia, deixe-me a sós com a ratinha.
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Afterlife
VampireHá séculos a minha raça vaga em meio aos humanos, alimentando-se de seu sangue doce. Eu repudio essa sede de matança, sede que faz minha garganta doer, como o fogo do inferno. Inferno... É para lá que eu e meu povo iremos, graças ao nosso criador, a...