Capítulo 17

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Acordo assustada e sinto um braço sobre minha barriga, me sento em um pulo acordando Joseph. Me levanto quase que correndo de sua cama, ao olhar para fora e ver o céu limpo e o sol alto.
— Merda! — Falo olhando para os lados a procura de minhas coisas. Encaro Joseph que parece pensativo.
— Na sala! — É tudo o que diz. — É melhor se arrumar e sair logo, devem estar preocupados com você. — Diz se levantando completamente nu, ele pega uma muda de roupas em seu guarda roupa e começa a se vestir, ainda o encaro.
— Não vai dizer nada? — Pergunto, esperando algo dele. Ele suspira e se vira para mim.
— Minha filha, não deve saber que isso aconteceu, nunca. Entendeu?
— Você não conta e eu também não! — Falo. Pois ambos concordam que ela nunca deve saber disso.
— E isso nunca mais vai se repetir...
— Por que? Foi um erro? — Pergunto. Ele me olha incrédulo.
— Óbvio garota! Você é amiga da minha filha e namorada do meu afilhado! — Fala quase gritando. — Você não tem a noção do quão errado isso foi.
— Sei bem disso, mas você estava ciente quando me beijou na sua sala, e estava ciente ontem à noite, estava tão ciente que a preocupação com sua filha se foi ao me ver nua. — Falo por impulso, o fazendo balançar a cabeça e se aproximar de mim.
— Senhorita Greco, eu realmente estava ciente, porém és jovem, bonita, deve saber que homens como eu não podem se envolver com meninas como você.
— Como eu?
— És jovem, tem uma vida pela frente, um namorado, o que aconteceu foi um vacilo, não pode se repetir.
— Idiota, vai me dizer que não foi bom pra você? — Pergunto quase gritando.
- Sim, você é gostosa pra caralho, mas já foi, preciso que vá embora e esqueça do que aconteceu, ah, me manda notícias da Elle, hoje a tarde à buscarei. — Não fico para responder desço as escadas correndo e nua, pego minhas roupas, me visto e abro a porta para sair, me deparando com o Miguel que me olha assustado.
— Miguel? — Falo e percebo alguém atrás de mim.
— Oi Dassa, sua bênção padrinho, como estão? — Olho para o Joseph, que sorri amarelo. — O que você faz aqui tão cedo amor?
— Estamos bem, eu vim dar notícias da Elle, mas já estou de saída, por favor você pode me levar pra casa?
— Querida eu tenho que falar com o padrinho, o que aconteceu com a Elle?
— Inúteis... — Falo os encarando e saio, entro no carro dou a partida e vou embora, sem responder a sua pergunta.
— Aaahhhh como é longe... — Falo entrando na mansão.
— Tava trepando com o seu namoradinho ou com o pai da sua amiga? Não acha feio fazer isso enquanto sua amiga queima de febre em cima de uma cama?
— De onde você tirou isso Domenico?
— Não tirei de lugar nenhum, eu sei muito bem onde você passou a noite, devia se envergonhar. — Fala estridente.
— Hadassa, a Elle está muito mal, está se recusando a comer, e você pra completar a carga dorme com o pai dela.
— Dandara, eu não... — Olho para baixo, o maldito do Domenico sempre sabe de tudo, vive pelos cantos observando a vida de todo mundo. — Eu não pude evitar, aconteceu, mas agora temos que cuidar da Elle.
— Ela vai ficar bem, mas você vai ficar longe dela.
— Domenico eu não vou ficar longe da Elle... — Retruco o fazendo esmurrar a parede, dou um passo para trás, porém ele se aproxima, olho pra Dandara que vira as costas para mim, nos deixando a sós, engulo seco, Domenico toca em meu rosto, seus olhos brilham com a lágrima que se forma nos mesmos.
— Você vai ficar longe da pequena Elle, até ela desejar a sua presença, eu não vou permitir que a magoe nunca mais.
— Porque ama tanto a Elle?
Porque ela transmite pureza, inocência, coisa que eu não vi em ninguém até hoje.
— Eu era inocente quando me conheceu, e mesmo assim me odeia.
— Você é inocente vampira, mas eu não posso... — Respira fundo sem terminar a frase, tira sua mão que estava em meu rosto, se virando para sair, porém seguro em seu braço.
— Porque me odeia tanto?
— Eu não odeio você Hadassa, me deixa ir. — Fala me encarando, o solto, que logo se afasta sem demonstrar reação alguma.

♧♧♧

Vejo o mestre inquieto, andando de um lado para o outro em silêncio, me mantenho calada, vejo Zella se aproximar, ela passa por mim indo até ele.
— O que te incomoda, meu amor? — Pergunta e faço um grande esforço para não revirar meus olhos.
— Karmin... — Fala sem olhar para nenhuma de nós. — Aproxime-se. — Faço rapidamente.
— Sim mestre? — Me curvo levemente ao direcionar-me à ele, um leve sorriso sai de meus lábios ao encarar Zella, que envermelha o rosto em sinal de raiva.
— Prepare-se, iremos nos mudar, se a ratinha quer brincar, iremos brincar, estará pronta até ao amanhecer? — Diz mantendo sua postura ereta.
— Sim mestre, estarei pronta.
— E você querida esposa? — Fala de forma irônica. — Estará pronta?
— Sim meu amado marido. — Zella responde no mesmo tom, o fazendo se virar diretamente para ela, sua expressão muda, um grito estridente saí de seus lábios, uma pequena deformação se faz em seu rosto, sua boca com mais dentes que posso contar, seus olhos negros como a noite, Zella treme e se afasta do mestre, o fazendo voltar em si.
— Estejam prontas ao amanhecer. — Se retira ao dizer suas últimas palavras, Zella o acompanha como a cadela que é, eu sigo pelos corredores, a animação de me divertir com os Greco's está estampada em meu rosto, nem mesmo a Zella tira a minha alegria no momento.

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