Capítulo 41

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A confusão em minha cabeça é algo ao qual não consigo conter, encaro o vômito no chão, uma gosma verde para ser mais exata, lembranças do que acabara de acontecer faz com que tudo o que eu acreditei até hoje se torne nada, perto do que vi.
— Hadassa... — Romuel se aproxima tentando me segurar, Dandara permanece imóvel. — Calma vai ficar tudo bem. — Domenico ultrapassa a porta indo atrás da Elle, mal consigo ve-los.

   Fico na mesma posição por alguns instantes, enquanto Romuel grita com Dandara sem parar, estou tão confusa que não consigo compreender o que acontece ao meu redor, muito menos o que eles estão falando, tudo gira ao meu redor, tento levantar mas me parece impossível, respiro e bato as mãos na cama.
— Calma Hadassa, Dandara vai fazer o que eu mandei e rápido. — Dandara corre para o banheiro, ouço um barulho como se ela também estivesse vomitando, Romuel se lavanta e saí do quarto, me deixando sozinha.
— Dan... Dandara... — Falo com dificuldade.
— Dassa me desculpa, eu não consegui segurar, eu sinto muito. — Grita do banheiro.
— Por favor, me ajuda. — Começo a perder os sentidos novamente, tento evitar o máximo possível, mas a fraqueza toma conta de mim de forma a me levar à um desmaio.

♧♧♧

  Horas se passam desde que Elle acordara Hadassa, porém não consigo consigo lembrar do que aconteceu nesse meio tempo, me lembro de ver a Dassa acordando e de eu ir acompanhar a Elle até a mansão do mestre, depois disso tudo fica embasado, quando volto em mim estou no meu quarto, sentado na poltrona, pulo com o susto, e corro para o quarto da Hadassa, a qual está dormindo, seu corpo magro e sem vida, seus cabelos secos a ponto de quebrarem só com um leve toque, seus lábios tão secos quanto os cabelos, sua respiração fraca, toco levemente em seu rosto a fazendo acordar.
— Domenico... — Chama por mim quase que sem voz, uma lágrima percorre meu rosto, eu já vi a Dassa em diversas situações entristecedoras, porém essa é uma das piores, permaneço em silêncio enquanto ela toca em meu rosto com dificuldade.
— Dassa, não faz esforço, o que aconteceu?
— Depois que você saiu, ela desmaiou, mas o Romuel deu-lhe um pouco de seu sangue para que ela acordasse novamente.
— Domenico, eu vi, eu vi algo lá.
— Hadassa, o Romuel pediu para você não fazer esforço, onde você estava Domenico? — Dandara me parece preocupada, arqueio a sobrancelha com seu tom autoritário.
— Dandara eu não sei onde eu estava, eu quero saber o porque ainda não alimentaram a Dassa, nem cuidaram devidamente dela, ela precisa de um banho.
— Ela desmaiou assim que você saiu Domenico.
— Sim, mas não foi você mesma quem disse que o Romuel a acordou com seu sangue? Onde está ele agora?
— Ela precisa de sangue humano Domenico, e aqui entre nós somente você continuou se alimentando de sangue humano.
— E as bolsas de sangue que estavam no freezer?
— Eles levaram, pensávamos que você poderia arrumar sangue humano para ela.
— Quem levou? — Pergunto irritado.
— Os Mazu's, eles nos roubaram e fugiram assim que souberam que os caçadores estavam na cidade.
— Desgraçados, filhos de uma puta, porque você e Romuel se aliaram à pessoas sem honra?
— Calma Domenico, eles nos forneciam informações importantes, eram de confiança, o medo de serem pegos os fez fazerem isso.
— Defende esses porcos Romuel, fica contra os seus por causa deles?
— Não estou contra você pombas, só quero que pare de gritar e cuide da Hadassa, você sabe onde encontrar sangue humano e você vai buscar, o sangue de animais não à ajudará nesse momento, nosso sangue vai mantê-la viva, mas não a ajudará voltar a ser como antes.
— Dandara cuida dela, você vai comigo Romuel, e muito me admira um lider como você nos sujeitar a nos alimentarmos de sangue de animais, você já foi melhor Romuel. — Romuel me encara raivoso, fecho o semblante ainda mais para ele, me volto para Hadassa, que sorrir amarelo para mim, toco em seu rosto e lhe deposito um beijo em sua testa.

♧♧♧

   Algumas horas depois voltamos para a mansão com o sangue humano, tenho alguns contatos em um hospital próximo, que me fornecem o sangue humano, um médico que virou vampiro e não quis largar a profissão, o qual eu ajudei a aprender a controlar seus instintos e não ferir ninguém, mesmo lidando com sangue o dia todo, e ele tem se saído bem, até hoje não aconteceu nada com seus pacientes, a não ser a cura de diversos deles, depois de séculos trocando de hospital para não ser reconhecido por nunca envelhecer ele se fixou na cidade, talvez por alguns anos, assim como nós, se não formos descobertos ficaremos por uns bons anos por aqui, até termos que partir novamente.

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