Capítulo 15

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Encaro meu mestre ao lado da humana, é notável o descontentamento de Zella, para a minha diversão é claro, o sino soa para nos alertar do nascer do Sol, muitos de nós corre para a escuridão, nem todos tem a sorte de terem sidos agraciados com os anéis, me aproximo do mestre quando o próprio faz um pequeno sinal com sua mão, ele sem dizer qualquer coisa me entrega a mão da humana, que o encara por um curto momento, então ele se encaminha até sua companheira que o espera como uma cadelinha de estimação.

   Antes que a humana perceba lhe acerto com um golpe certeiro na nuca, para que ela fique desacordada por alguns minutos, também para que os Grecos percebam o perigo que a tal humana correu dentro do Castelo do mestre, loucura deles trazerem ela até o mestre, o clã me encara e sem demora, Romuel pega a humana desacordada, os encaro maldosa.
— Sabem que estão em perigo, não sabem? — Comento.
— Obrigada por nos avisar, Karmin. Sendo que a culpada disso tudo é você mesma. — Rosna Dandara.
— Diferente de você e Romuel, eu dou valor a minha vida e sou leal ao meu mestre, se eu fosse vocês eu iria embora agora mesmo. — Sorrio e saio, indo em direção ao local onde o mestre desapareceu, olho para trás e os vejo saindo apressados do castelo.
— Fez amizade Karmin? — A maldita da Zella aparece atrás de mim.
— Ouça, não quero comentário nenhum sobre a noite de hoje. — Fala o mestre apertando seu bico mal feito.
— Sim querido... — Responde com dificuldade, sorrio discretamente para que o mestre não perceba.
— Vão, Zella, espero que não me traga problemas, nem reclamações, estou cheio das suas malcriações. — Fala antes de sumir, seguimos as duas pelo corredor, asas começam a surgir sobre nossos corpos, o que antes era roupa se transformou em nudez, nossos rostos perfeitos se deformam com a transformação, nos tornamos uma espécie de morcego, seguimos voando em direção às montanhas.

♧♧♧

   Deixo minha companheira nas mãos da pessoa que mais confio no mundo, e volto para o salão onde estive em contato com a humana, seu perfume está impregnado nos quatro cantos do salão, à vejo dançando ao meu lado, seu brilho e implicancia ainda fazem parte do lugar, é como se a peste ainda estivesse ali, seu sorriso debochado não sai de minha mente, lembro-me do homem que estava ao seu lado, sei que Dandara é cria de Befana, mas o homem, me deixa cheio de dúvida, seu cheiro não é dos meus, seu olhar é intrigante.

   Meus pensamentos e devaneios voltam para a tal humana, uma raça a qual abomino, um sorriso presunçoso surge em meus lábios, meus olhos mudão de cor e minhas presas crescem, olho em volta do salão, vejo algo o qual me chama atenção, há um sapato jogado na porta de saída, vou até ele, rosno ao sentir o cheiro da coisa com o qual dancei essa noite.
— Argh, maldita humana, se ela quer brincar, iremos brincar, porém não serei o príncipe de contos de fadas que ela tanto espera.

   Encaro o sapato e o aperto em minha mão, hora de brincar com os Grecos e sua mascote de língua afiada.

♧♧♧

   Fico desesperada ao ver Elle desacordada, Domenico a agarra nos braços, asas crescem eu seu corpo, ele voa com ela em seus braços, os seguimos, a única coisa pior que a Elle desacordada será ela acordar e ver que está voando nos braços de um ser totalmente deformado, sim, somos literalmente monstros com asas.

   Ao chegar na mansão, Domenico rapidamente à coloca na cama, Dandara e Romuel permanecem em silêncio, enquanto ele vela seu sono profundo.
— A Elle tem que acordar... — Falo andando de um lado para o outro.
— Ela está nessas condições por sua causa Hadassa, e não espere que ela acorde com um beijo encantado, isso não vai funcionar, e eu não vou beijar essa coisa irritante, nem se ela me pedisse.
— Eu jamais pediria um beijo seu Domenico, ainda mais que você já comeu mais puta que...
— Além de tonta é burra, eu nunca comi puta, aliás à séculos não sei o que é uma mulher.
— E por isso se acha no direito de me beijar?
— Eu não ia te beijar coisa irritante, mas você estava desacordada. — Ele toca levemente no rosto dela, fazendo desabrochar um leve sorriso, sorriso esse que foi desaparecendo lentamente, até sumir por completo, ela se afasta dele desesperada.
— Eu não acredito que vocês mentiram para mim, vocês são, são, monstros ...

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