Capítulo 55

19 3 15
                                    

Eu poderia contar como os dias tem sido turbulentos, que algo inusitado aconteceu, mas não, a mansão Greco está calma ao ponto de ser assustadora, a Elle anda de um lado para o outro com o Connor, tentamos o máximo possível para não deixar escapar a gravidez, mesmo sendo quase impossível, já que a barriga começa a aparecer. Dandara está fazendo de um tudo para se acertar com Romuel, que ainda não nos contou o motivo de tantas brigas, o que nos faz pensar ser apenas um desentendimento conjugal. Domenico anda distante de todos, fica horas encarando a floresta, como se algo fosse sair de lá a qualquer momento, algumas vezes me aproximo dele, que me recebe carinhoso, seu beijo quente acalenta meu ser apreensivo.
  Ando pelo quarto, procurando entender o que causou tanto estranhamento em meio a nós Greco's, sempre fomos tão unidos, eles três mudaram a vida toda para me permitir realizar o sonho de me sentir um pouco humana novamente.
— Hadassa, porque você pensa tanto? Devia apenas viver. — Elle entra sorrindo em meu quarto. — Vim te dá um beijo antes de sair.
— Vai onde?
— Connor não me disse onde vamos, só que vamos sair.
— Isso vai longe ... — Falo rindo...
— Mas o que te aflige? — Elle senta na minha frente, aos pés da cama, me ajeito, respiro fundo, antes de falar qualquer coisa.
— Estou preocupada com o Domenico, ele anda muito distante.
— Hadassa, o Domenico sempre foi estranho, mas olha, ele ama você, guardou esse amor durante séculos, ela não à traíria.
— Não é o caso Elle, algo maior acontece com ele, sei que me ama, e que não me traíria, mas há algo errado, ele fica horas e horas olhando para a floresta, como se estivesse esperando por algo.
— Talvez seja coisa dessa sua cabecinha, talvez ele esteja lendo demais os grimórios, lembrando da mãe dele, ou tentando lembrar de seu passado.
— Elle pelo amor de Deus, tudo na mansão está normal demais, o Drácula ainda não te procurou, a Zella não tentou te matar, nem a Karmin procurou notícias suas.
— Credo Dassa, quer o meu mal? Me odeia tanto assim? — Pergunta dramática.
— Não Elle, o fato é que nossa vida está normal demais, desde que nos conhecemos, não teve um dia sequer que alguém não tenha tantado matar uma de nós. — Elle encara as mãos, as apertando. — E a propósito, essas suas roupas são feias, cadê sua jaqueta de couro e aquelas roupas legais que comprou? Elas marcavam seu corpo e te deixavam mais atraente. — Mudo o assunto, ela já tem problemas demais para se preocupar com minhas angústias.
— Mas agora elas marcam minha barriga, ela está crescendo muito rápido.
— Foda-se, é seu filho, e de mais ninguém, não vai sair com o Connor, vestida como uma velha.
— Eu me sinto magra Dassa, parece que só a barriga cresce, às vezes sinto fraqueza.
— Magra e fraca estará daqui uns dias, quando essa coisa começar a sugar sua energia e seu sangue, seu útero vai se contrair, tentando se livrar desse ser, mas ele vai continuar lá, sugando seus nutrientes até está pronto para nascer... Porque não me contou que estava grávida? — Dandara caminha até a Elle, tocando em sua barriga, estreito os olhos, enquanto a mesma me ancara, vejo que suas palavras causaram preocupação no olhar de Elle.
— Dandara é feio ouvir de trás da porta, devia bater antes de entrar.
- Hadassa, somos uma família, devemos contar um com o outro.
— Dandara, eu que não quis contar, é tanta coisa, tive medo que algo viesse a acontecer.
— Elle o Drácula obrigou você, ele a violentou? — Dandara parece preocupada, o que me faz confusa.
— Dandara, a Elle não deve nada a você, agora por favor, segue seu caminho.
— Eu tenho que ir, Dandara quando eu voltar conversamos, vou trocar essa roupa, o Connor me espera.
— Esse filho é do Connor então?
— Dandara, vamos ter tempo de conversar, prometo que contarei a verdade para todos vocês, mas estou realmente apressada.
— Ok... — Emanuelle me beija na testa e sai apressada, Dandara me encara, sentando ao meu lado na cama.
— Nem vem, quem vai contar é a Elle, eu não tenho nada a ver com isso, quero ficar longe.
— Hadassa, não seja egoísta, a Elle precisará de nossa ajuda, se for filho do Drácula, ela não vai aguentar.
— O que você e o Romuel podem fazer por ela? Mais fofoca, mais brigas, Romuel nunca aceitará essa criança, a Elle é muito poderosa, essa criança herda por si só todo o seu poder.
— Você não herdou o poder de sua mãe.
— Mas a Elle sim, o que me faz acreditar que essa criança será tão forte e poderosa quanto a Elle é, ou até mais.
— Mas mesmo assim vou falar com o Romuel...
— Dandara, o filho é da Elle, não temos nada a contar a ninguém, agora saía do meu quarto, Domenico está na biblioteca aqui ao lado, se ele souber que anda escutando atrás das portas ele ficará furioso...
— Escuta aqui garota... — Dandara se excede, agarrando em meu braço, olho para sua mão que me aperta.
— Olha aqui você, ponha-se no seu lugar, eu nunca lhe devi satisfação, não vai ser agora que vou dever, a Elle tem vida própria, e ela é dona dos seus atos. — Dandara aperta meu braço cada vez mais forte. — Surgiro que solte meu braço.
— Hadassa, só quero cuidar de vocês.
— Então me solte, e segue seu caminho.
— Me desculpe... — Fala soltando meu braço, aponto em direção a porta, para que ela saia, a mesma caminha em direção a saída.

Afterlife Onde histórias criam vida. Descubra agora