Entro no banheiro incrédula com o que acabara de acontecer, meu coração chega a errar as batidas algumas vezes, ligo o chuveiro e mesmo vestida entro de baixo, a água gelada se mistura com minhas lágrimas, me sento no canto do banheiro, me encolhendo em seguida, sinto um desespero tão grande, é como se o que acabara de acontecer fosse a pior coisa do mundo, ou talvez seja.
Em seguida controlo meus impulsos nervosos, tomo meu banho, me olho no espelho, a maldita marca da mordida está lá, demonstrando que não foi uma miragem, aquilo realmente aconteceu.
A mordida dói, mas ao menos o sangue parou de escorrer, caminho para fora do banheiro e vejo um vestido branco e rendando sobre a bela cama, mas não a nada além dele, nem uma peça íntima.
— Tá de sacanagem com a minha cara! — Falo e tiro a toalha do meu corpo, vestindo o vestido logo em seguida.
Ele marca minha cintura e tem um decote generoso, deixando meus seios quase a mostra, longo porém com duas fendas de cada lado, que deixam a laterais do meu corpo a mostra, demonstrando a falta da calcinha. Bufo enquanto me encaminho até o espelho no banheiro, escovo meus cabelos o deixando solto, escondendo a maldita mordida. Assim que volto para o quarto, dou de cara com quem eu menos queria ver.
— Vou virar uma coisa igual a você e sua trupe? — Pergunto parada na porta do banheiro enquanto ele está escorado na porta do quarto. Ele me analisa da cabeça aos pés desnudos, avaliando meu corpo.
— A imortalidade lhe cairia bem, mas não. Não usei veneno! E para isso eu teria que mata-la, o que não seria nada agradável. — Fala sem tirar os olhos do meu corpo.
— Essa coisa dói, sabia? — Falo andando até a cama.
— Hum, não tanto quanto o fogo do inferno, ratinha! — Fala e cruza seus braços fortes. Maldito seja ele que me deixara sozinha após ser quase engolida por ele mesmo.
— Você é tão antigo ao ponto de não conhecer uma calcinha? — Pergunto o fazendo se aproximar de mim, que toca em meus cabelos, os tirando de meus ombros, seus olhos seguem em direção a marca.
— Bem melhor assim... — Diz deixando a maldita marca a mostra.
— Além de tentar me matar, quer deixar exposta a sua tentativa?
— Não seja tola ratinha, eu não tentei matar você, vamos, temos um jantar a nossa espera. — Fala estirando sua mão para que eu a pegue, faço.♧♧♧
A mesa está posta, adentro a sala de jantar segurando sua mão, macia e gelada, Zella e Karmin nos encara, um de seus lacaios puxa uma cadeira para que eu me sente, faço imediatamente, a intenção é me afastar do lord o mais rápido que conseguir.
— Agora terá 2 concubinas meu amado marido? — Zella pergunta o fazendo encara-la, o mesmo ajeita sua capa negra e se senta na cabeceira da mesa antes de responde-la.
— Pobre esposa, não tenho concubinas, porém sabes que não é insubstituível, mas não vou fazer tal coisa com essa pobre criança, tão rosada e fedida.
— Querido, vejo que já provou seu sangue. — Comenta olhando para a tal marca.
— Seu sangue é tão podre quanto o seu cheiro querida. — Começo a me irritar com tais comentários.
— Devia ter nos convidado para o lanche meu marido. — Levanto da mesa, dando um soco na mesma, o lord olha para Karmin que se levanta, se aproximando de mim.
— Não toque em mim... — Esbravejo quando seu corpo cola no meu.
— Não precisa ser minha amiga, apenas me ouve, venha comigo, ou acabará aqui nesse chão pálida e sem vida, me acompanha agora. — Fala, olho novamente para o Vlad, que me encara inexpressivo, a acompanho.Andamos as duas em silêncio pelo vasto corredor, Karmin abre uma porta, a qual desconheço, a mesma faz um gesto com a mão para que eu entre, fico apreensiva, mas mesmo assim faço, depois da porta há uma escadaria, tão escura quanto o olhar da mulher que me acompanha.
Há algumas luzes acesas, mas não param, elas apagam e acendem de forma estranha, como se fossem programadas para fazerem aquilo, após a escadaria há algumas celas, então me lembro que eu estava presa nesse maldito lugar, tento conter o acelerar de meu coração, porém em vão, como posso controlar ao lado do lord, e não consigo controlar longe dele? Me pergunto a todo momento.
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Afterlife
VampireHá séculos a minha raça vaga em meio aos humanos, alimentando-se de seu sangue doce. Eu repudio essa sede de matança, sede que faz minha garganta doer, como o fogo do inferno. Inferno... É para lá que eu e meu povo iremos, graças ao nosso criador, a...