Uma semana após o início das férias se passa, há exatamente uma semana que estamos com o convite do Lord Vlad em mãos, estamos cada vez mais próximos do temido baile real, vejo todos na mansão Greco apreensivos, Domenico que já não falava muito está mais calado que o normal, Romuel está cada vez mais pensativo, e Dandara que sempre foi tagarela se calou de vez, não troca uma palavra com ninguém, eu ligo para meus amigos todos os dias, Miguel viajou com a mãe, viagem curta, Elle foi com o pai à uma casa de fazenda, mas já está de volta, ela sempre fala que o pai não sai da casa pra nada, sempre enfurnado em uma biblioteca olhando os livros, ele assim como Domenico não aceita que ninguém entre em sua biblioteca.Olho o celular e vejo uma mensagem da Elle dizendo que está vindo para a mansão junto com o senhor Norton, pulo da cama e corro para o banheiro, devo me arrumar o mais rápido possível para não dá uma má impressão à ele, me apronto com um vestido azul escuro, solto na saia porém um pouco mais colado na cintura. Saio do quarto a procura de Dandara, ando pelos corredores da mansão, paro em frente a escada que dá a biblioteca de Domenico, ouço a voz dele, que me parece está conversando com alguém, subo as escadas cautelosa, antes de chegar no final dela ouço a voz da Dandara, então percebo que os dois estão juntos, me encosto na parede de forma que posso ver ele, mas não vejo a Dandara.
— Ela corre perigo Dandara.
— Mas irmão, não podemos esconder ela do mundo.
— Ele já sabe da existência dela, a Karmin não podia te-la visto.
— Não podemos fugir da realidade querido, já aconteceu, ele já sabe.
— O que não podemos é faltar ao baile real, aquilo não era um convite, era uma intimação. — Ouço a voz de Romuel, que está sentado na poltrona, que fica no corredor, de frente para as duas portas pertencentes ao Domenico, me assusto, pois eu não tinha o visto, seguro a respiração para não ser vista.
— Romuel, não podemos ir, ela é uma dhampir, a única existente até hoje, é um risco grandioso.
— Domenico, risco grandioso corremos se não formos à esse maldito baile.
— Irmão!!!
— Já chega Domenico. — Romuel vem em minha direção, tento sair, mas é em vão, ele se aproxima rapidamente de mim e me puxa escada a baixo.
— Hadassa, você não pode está tão perto assim do quarto do Domenico.
— Eu sinto muito, ouvi vocês conversando e fui ver.
— Você não sabe o perigo que correu ali.
— Do que estavam falando?
— Não seja sonsa Hadassa, você ouviu muito bem.
— Mas do que tem medo?
— O Lord Vlad não é só um vampiro, sabes disso, ele pode nos matar sem precisar de esforço.Arregalo meus olhos, penso em alguma maneira de nos mantermos seguros, sei que tudo o que eu disser não fará muita diferença pra mim, vejo que Romuel está preocupado, e totalmente zangado por eu estar ouvindo atrás das portas.
— Eu não vejo saída que não seja levar a Elle. — Emanuelle veio em minha mente, ela pode muito bem nos proteger, por ser humana, e a nossa tradição não aplica matar humanos em nossas casas, não matamos convidados.
— Você está louca? Levar uma humana para dentro do castelo do Lord Vlad?
— Sim, não foi ele quem criou a lei de sermos cortêses com humanos?
— Sim, mas é arriscado.
— Ele não vai matar a Elle, muito menos permitir que um dos seus mate, então estaremos seguros, ele não vai nos atacar com a Elle ao nosso lado.
— Hadassa, é muito perigoso; sabemos histórias sobre o Lord Vlad, mas não sabemos a realidade, quem é ele, do que ele é capaz, ele sempre manda a Karmin fazer seu trabalho sujo.
— Mas não funcionou comigo, ela não me matou.
— Graças ao Domenico, que por intuito te seguiu até o lago.
— Mesmo assim, estaremos seguros com a Elle.
— Saiba que estou inseguro sobre isso, mas irei ver o que Domenico e Dandara falam sobre isso.
— É a única solução, se tiver outra melhor, use, mas você ferrou toda a família me transformando em vampira, devia ter me deixado morrer aquela noite. — Romuel esmurra a parede me assustando, essa reação seria algo vindo do Domenico, mas do Romuel é a primeira vez que vejo.
— Nunca mais repita isso, essa decisão foi tomada à séculos, não tem como voltar atrás, você é uma dhampir e ponto final, a única existente, por isso causa tanto medo à todos da nossa raça, portanto agradeça por ainda estar viva, e não me venha cheia de si, dizendo isso ou aquilo, e outra tem muita coisa que você não sabe, antes de falar asneira, pense bem, porque você não sabe quem.... — Ele se cala.
— Eu não sei o que? — Pergunto já nervosa, antes que ele me responda, Domenico e Dandara entram no cômodo em que estamos, no escritório de Romuel, os dois me parecem assustados.
— Romuel querido, o que está havendo?
— A Hadassa, estava ouvindo por trás das portas.
— Essa monstrinha não vai aprender nunca, será que teremos que deixa-la uns dias trancada no quarto?
— Eu não sou monstrinha, e outra, estavam se tratando de minha pessoa, portanto eu merecia estar lá.
— Querida, há coisas que você não deve saber.
— Ah Dandara faça me o favor, eu já sou grandinha e posso muito bem ajudar a resolver situações que eu mesma causei.
— E como você quer resolver o fato de irmos ao baile e perdermos nossas cabeças em monstrinha? — Demoro um pouco para dizer oque tenho em mente.
— Nesses quatrocentos anos que vivi, sei muito bem que qualquer vampiro se mantém recluso em companhia dos humanos...
— O que esta querendo dizer com isso? — Pergunta Domenico. Ignoro sua pergunta.
— Hadassa? — Pergunta Dandara.
— E se tivermos um humano como nosso escudo? — Pergunto.
— Dandara, Domenico, a Hadassa teve a maldita idéia de levar a Emanuelle para o baile.
— Aquela coisinha ao nosso lado no baile real? Você só pode tá ficando louca monstrinha, ela será morta assim que adentrar o castelo do mestre.
— Você sabe melhor que ninguém aqui, que nenhum de nós tem permissão para matar um humano em nossa casa.
— Querida, ele é o mestre; quem fez as leis foi ele, e ninguém além dele pode mudar, estaremos levando o cordeiro para os lobos.
— Não Dandara, a Hadassa tem razão.
— Romuel você não está falando sério, está? — Domenico pergunta indignado para Romuel, posso perceber sua garganta secar, suas pupilas dilatarem, ele aperta suas mãos com brutalidade, dou um passo para trás, não sei se ele é capaz de me atacar ao lado de Romuel, porém me previno.
— Sim, o mestre não vai por sua reputação a perder por causa de uma humana, e ele não vai deixar que ela perceba quem somos.
— Ou o que somos né irmão? Aquela coisinha surtaria ao saber que somos monstros.
— Romuel eu amo você, sabe disso, mas não acho certo seguirmos a idéia da Hadassa, querido colocaremos a pequena Elle em risco, ela é tão boazinha, se fosse outra eu já teria me alimentado dela, mas ela é fofinha ao ponto de eu querer aperta-la.
— Dandara não seja tola, aquela coisinha não é nada fofa.
— Já chega! — Grita Romuel.
Todos nós olhamos para ele, é a primeira vez em séculos que ele perde a paciência. — Domenico, tenho tanto medo quanto você, entretanto, não temos muitas opções.
— Mas querido...
— Basta Dandara, tanto eu quanto você e Domenico seremos capazes de protegermos a pequena humana.
— E se ela descobrir o que somos? — Pergunta Domenico.
Penso nessa possibilidade, tomara que minha amiga não descubra, mas se isso acontecer que me perdoe por esta pondo sua vida em perigo.
— Faremos o possível para que ela não diga nada a ninguém. — Diz Romuel.
Domenico me olha com ódio.
— Escute o que vou te dizer Hadassa. — Começa a falar e me espanto ao ouvir meu nome saindo de sua boca. — Você vai se arrepender amargamente de sua tolice, tenho pena da humana, grande amiga ela foi arranjar.
— Domenico deixa a Hadassa quieta, não temos muita escolha, ou temos?
— Eu não vou me responsabilizar pela vida da criança.
— Domenico, eu cuido de tudo, não se preocupe. — Diz Romuel saindo do escritório, Domenico me olha com raiva e saí sendo seguido pro Dandara, engulo seco, tento segurar as lágrimas, que insistiram em cair.
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Afterlife
VampireHá séculos a minha raça vaga em meio aos humanos, alimentando-se de seu sangue doce. Eu repudio essa sede de matança, sede que faz minha garganta doer, como o fogo do inferno. Inferno... É para lá que eu e meu povo iremos, graças ao nosso criador, a...