A noite assombra o temeroso castelo do lorde Drácula, desde o momento em que Emanuelle deixou a mansão, o lorde ordenou que voltassemos para o Castelo escondido em meio as montanhas.
Mesmo contra minha vontade, tive que acompanha-lo, sei que o lorde guarda um apreço grandioso pela bruxa, mas não aceita tais sentimentos, seu orgulho fala mais alto, que seus sentimentos, e para o descontentamento de todos, o lorde volta a dividir o quarto com a Zella, ela nem esperou o perfume da Emanuelle sair do corpo do lorde e já se agarrou a ele, maldita seja ela e suas artimanhas.
Temo pela segurança da bruxa, e de todos que circulam ao seu redor, ainda mais como os Tonnel's rondando a floresta, a maldade do lorde e de todos nós colocam a inocente bruxa em perigo, até os Greco's guardam segredos obscuros demais para ela ingerir, a bruxaria feita com Domenico, vai muito além de um simples ritual, pessoas morreram para ele chegar onde chegou, Dandara é a mais suja de todos, guardando cada segredo, Connor, aquele maldito vingativo e sem coração, capaz de tudo para conseguir o que quer, vi como olhou para a bruxa na floresta, depois que o seu lobo escolheu a Elle, ele será capaz de tudo para conseguir o tal romance.
Ando pelos corredores, procurando uma falha em toda essa sujeira, procurando uma forma de acabar com a Zella, tirar essa mágoa de dentro de mim, e seguir o meu caminho longe de tudo isso, apesar de eu estar atolada até o fim dessa lama toda, foi tanto sangue derramado que nunca mais serei quem um dia fui.
— A bruxa não voltará mais para o conde não é mesmo?
— Ah, meu caro lobo, a profecia nunca irá se cumprir.
— Você fala como se não se importasse.
— Se formos nos importar, não viveremos nossas próprias vidas.
— De nada adianta, já que estaremos mortos o mais breve possível.
— Teme por sua vida, lobo?
— Sim, se a profecia não se cumprir, iremos morrer.
— Apenas os vampiros morreram nas mãos da dhampir, e há duas profecias, uma que o mestre morre nas mãos da dhampir, a outra, que o seu grande amor lhe salvará, só nos resta esperar pra ver qual irá se cumprir, não se preocupe, a Hadassa não vai matar você.
— Mas o Connor sim.
— Viver anos solitário lhe fez criar paranóias, morrerá porque fez besteira e traiu a alcatéia.
— E você foi tola não se aliando a eles como fez Romuel.
— Ele é um grande idiota, se deixou levar por uma paixão, nem coração ele tem, como se apaixonou?
— O que falam sobre você é verdade, não tem sentimentos por ninguém vampira, vive por si só, e por sua maldita lealdade ao Drácula.
— Você fala como se não fosse leal à ele, age como seu cachorrinho de estimação. — O lobo revira os olhos, me deixando a falar sozinha, penso em ir atrás dele, arrancar sua cabeça, e fingir que nada aconteceu, porém deixo que ele segue o seu caminho e volto para meu martírio, ao cair da noite as lembranças de meu amado irmão retornam, me fazendo sofrer como se fosse o primeiro dia, o ódio da Zella cresce a cada dia mais dentro de mim.♧♧♧
Connor consegue encontrar uma caverna no meio da floresta para que possamos nos abrigar, o observo enquanto acende uma fogueira utilizando galhos secos de árvores e duas pedras, um verdadeiro homem das cavernas.
— Você deveria me ajudar.
— Quem vive no meio do mato é você, não eu.
— Não vivo em meio ao mato, um dia a levarei a minha mansão em Dallas.
— É um lobo sofisticado, sabe acender fogueira e vive em uma mansão, é impressionante.
— O que é mesmo impressionante é uma pessoa ser tão bela e tão irritante ao mesmo tempo. — Nem revido, sei que ele irá me maldizer novamente, me encolho em um canto qualquer da caverna, o frio parece cortar minha pele. — Não precisa ficar chateada, venha para perto da fogueira, irá se aquecer, não precisa temer, não irei lhe fazer mal, não se preocupe. — Me aproximo do lobo em silêncio, me sento no chão ao seu lado, o mesmo coloca seu braço envolta de meu pescoço, seu corpo é quente, no começo me incomodo, mas acabo me aconchegando em seus braços, o frio me castiga ao ponto de não me importar com o que, ou quem me aquece.
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Afterlife
VampirgeschichtenHá séculos a minha raça vaga em meio aos humanos, alimentando-se de seu sangue doce. Eu repudio essa sede de matança, sede que faz minha garganta doer, como o fogo do inferno. Inferno... É para lá que eu e meu povo iremos, graças ao nosso criador, a...