Capítulo 45

24 3 8
                                    

Desço as escadas apreensivo, talvez por medo de encontra-la novamente, ou pelo estrago que ela irá causar, depois de tantos anos, logo agora que eu finalmente estou com a Hadassa.
Ela parece sentir minha inquietação, segurando minha mão, a apertando.
— Connor Tonnel, há quanto tempo? Não esperava vê-lo tão cedo. — Falo assim que me aproximo dele.
— Domenico, vejo que está vivo, quem diria que o seguidor mais fiel do amaldiçoado Drácula fosse traí-lo, soube da dhampir.
— Por isso veio? Ao que todos sabem o Romuel a transformou.
— Sabemos que ele não faria isso, não tem tanto poder em si, isso foi coisa sua Domenico, só você seria capaz de uma obra tão... Não consigo achar palavras para isso...
— Eu o traí por ...
— Amor? — Connor me interrompe, aperto minha mão para não amassar a cara dele. — Não seja tolo, pessoas como você só amam a si mesmos...
— Connor, vejo que continua atraente, não mudou nada nesses anos todos, o tempo foi bom para você. — Dandara aparece na porta de entrada, ela sempre fora fascinada pelo maldito lobo.
— E você continua linda, minha querida, o tempo lhe beijou levemente na face, presumo que esses anos lhe caíram bem. —O lobo se aproxima de minha irmã, pegando em sua mão à beijando.
— Tão galanteador. — Encaro Romuel, que finge não se importar de sua mulher estar se insinuando para o lobo em sua frente.
— O que realmente veio fazer aqui Connor? — Perco a paciência ao vê-lo cortejar a minha irmã descaradamente.
— Calma, vim tratar de negócios, presumo que já conhecem meu beta Gustav, e minha ômega Briana? — O lobo me olha de forma cínica dando um sorriso enigmático, enquanto Hadassa agarra meu braço. — Não vai nos apresentar a dhampir Romuel? Creio que ainda seja o lider dos Greco's?
— Na nossa família não existe lider, todos nós tomamos decisões igualmente. — Romuel parece aborrecido.
— Então serão sensatos o suficiente para se aliarem a nós.
— Não vivemos de aliança, somos uma família, como eu já disse, a Hadassa... — Romuel leva sua mão em direção a Dassa. — Ela se juntou a nós, se tornando parte de nossa família.
— Ela se juntou assim que o inconsequente do Domenico à transformou, e você também fora inconsequente Romuel, fazia um bom tempo que estava tentando criar um dhampir.
— Eu queria ajudar aquelas pessoas.
— Criando um monstro maior que nós mesmos. — O jovem Gustav se adianta, quebrando a tensão do local, todos o encaram. — Não é a hora, nem o momento de brigarmos, criamos uma aliança há séculos, por motivos aos quais todos conhecem, então é o momento de fazer valer essa aliança não é mesmo Romuel? — Um silêncio profundo toma conta do ambiente.

Briana encara Hadassa como se ela realmente fosse um monstro, enquanto Connor parece pensar no que o jovem beta acabara de falar. Pego levemente na mão da monstrinha, enquanto os olhos da ômega acompanha minha mão, me deixando desconcertado.
— Gustav tem razão... — Connor quebra o silêncio. — Estamos aqui para fazer valer nossa antiga aliança, não para fazer uma nova, estamos do mesmo lado, nosso único desejo é derrotar o lord vampiro dos infernos, soube também que estão sem parceiros, já que os Mazu's fizeram sacanagem com vocês, além do Drácula em seus encalço, ele trouxeram também os caçadores, o que ferra com a vida de vocês.
— Não podemos evitar os erros dos outros meu caro. — Falo. — Mal conseguimos evitar os nossos não é mesmo?
— Por falar em erro, quando vinhamos pela floresta, encontramos uma nobre bruxa caminhando com o verme guarda costas do Drácula.
— Fizeram mal à ela? — Uma inquietude toma conta de mim.
— O alfa não nos permitiu. — Briana responde com tom desdenhoso.
— Não era preciso, ela estava totalmente indefesa, agora se puderem nos fornecer aposentos que possamos descansar da viagem, agradecemos.
— Me acompanhem por favor, os deixarei confortáveis. — Minha irmã os leva para a ala de cima, deixando Romuel, Hadassa e eu sozinhos na sala.
— Porque a loba te encara tanto Domenico?
— Pelo que posso ver vocês se entenderam, finalmente declarou seu amor Domenico? — Romuel fala animado, afinal ele esperou muito por esse momento, não mais que eu.
— Só falta a Hadassa dizer que sim e estamos oficialmente namorando.
— Eu gostaria de um casamento em meio aos anciãos. — Romuel se empolga como um verdadeiro pai.
— No momento só dela se mudar para o meu quarto já me deixa exatamente feliz. — Entro na onda, a animação de Romuel me contagia.
— Então eu mesmo farei a cerimônia.
— Eu estou aqui Romuel... —O tom de sua voz é trêmula, porém demonstra estar chateada, triste, não consigo distinguir. — Presumo que eu devo decidir, e no momento quero saber sobre a tal Briana, ela representa perigo para mim Domenico?
— Não meu amor, ela é só esquisita, e quanto ao nosso casamento, você aceita? — Tento tirar sua atenção de Briana, aliás o passado não é algo de que precisamos estar lembrando com freqüência.
— Irei aceitar, assim que for honesto comigo... Não acha que já me escondeu coisa o suficiente? Eu tenho mil razões para odiá-lo, e mesmo não sim estou lhe dando uma chance, mas se continuar mentindo para mim, nunca terá o meu amor. — Suas palavras soam como facas cortando meu ser, porém não consigo falar nada para ela, nem se quer me explicar, ou me defender, não sai nada de minha boca, fico totalmente em silêncio. — Romuel, vamos comigo até a floresta, talvez possamos encontrar o rastro da Elle.
— Hadassa... — Seguro em seu braço antes que ela saía, a mesma deposita um beijo em meus lábios se afastando de mim, enquanto uma lágrima solitária rola pelo meu rosto, caindo no chão.

Afterlife Onde histórias criam vida. Descubra agora