Capítulo 42

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Ando de um lado para o outro, enquanto observo todos os livros espalhados pelo chão e pela mesa em meio a biblioteca, não me conformo com os acontecimentos que antecedem nossos dias, éramos apenas uma família que vivia mudando de cidade, para não sermos descobertos pelos humanos, e do nada o próprio criador nos descobre, por uma falha do Romuel, ele deveria apenas ter dito não para a Dassa, e continuariamos com nossas vidas pacatas, em uma cidade qualquer.

Em um ataque de fúria derrubo todos os livros que estão sobre a mesa, gritando para extravasar minha raiva.
— Eu posso entrar? — Romuel aponta a maldita cara na porta. — Vejo que não está em um bom momento, mas preciso falar com você, pensei estar descansando em seu quarto, mas antes que eu batesse na porta ouvi seus gritos.
— Era só falar não Romuel, a Hadassa ia entender.
— Se eu estivesse falado não, você nunca teria declarado o seu amor por ela. — Dá de ombros.
— Não seja cínico Romuel, a Dassa nem se importou com meu sentimento por ela, está mais preocupada em ler o maldito diário e derrotar o Dracula, sendo que ninguém jamais ousou em ataca-lo, olha o fim de Van Hellsing, ele foi morto e secou no próprio castelo do lorde.
— Você deve insistir nesse amor, se a ama, a convença de desistir dessa insanidade.
— Eu preciso ver a Elle, tenho assuntos melhores a tratar com a bruxinha.
— Vai desistir da Hadassa? — Encaro Romuel que está com semblante de cupido, o que me deixa mais furioso ainda. — Vi que vocês estavam abraçados quando entramos no quarto.
— Estávamos quase nos entendendo, mas você e a pirua da minha irmã, acabaram atrapalhando tudo, e agora sabe se lá quando vou ter outra chance dessas. — Saio da biblioteca batendo a porta, sento na poltrona que se encontra em meio há uma pequena sala entre meu quarto e a biblioteca.
— A ocasião somos nós quem fazemos Domenico. — Romuel também saí da biblioteca. — Não existe isso de esperar o momento certo, vá lá e faça seu momento, a Hadassa precisa descansar, precisa de um tempo para organizar as idéias, em algum momento ela falou que não ia ficar com você?
— Não, mas eu não sei que porra de sentimento é esse que toma conta de mim só de pensar na possibilidade dela me rejeitar, é como se eu estivesse com medo dela parar pra pensar e ver o merda que fui com ela esse tempo todo e não querer mais me ter por perto.
— Isso é insegurança meu caro, mas não precisa se preocupar com isso, a Hadassa sempre foi uma garota boa, a inocência dela te chamou a atenção, tanto que ela acabou sendo atacada pelo William.
— Ela era tão pura, chegava a ser boba, estava na cara que o William estava planejando algo ruim contra ela.
— Domenico, dessa maneira você não vai conquistar nenhuma porca, que dirá uma mulher, se tudo o que você fala é pra criticar a pobre. — Olho de esguela para Romuel que me encara.
— Uma porca? — Pergunto sem entender nada.
— Sim, a Hadassa precisa de alguém que a compreenda e não que a critique.
— Logo se ver porque está há tantos anos casado com a lambisgóia da minha irmã, com esse discurso aí qualquer um vive séculos com você.
— E você com esse seu jeito aí ninguém viverá nenhum dia ao seu lado quem dirá um século.
— Ta Romuel, eu também preciso esfriar a cabeça, me deixa sozinho. — Entro em meu quarto fechando a porta atrás de mim.
— Pense bem, arrume uma forma para conquistar a Hadassa, ela não é mais aquela garota inocente e boba de séculos atrás. — Romuel grita do outro lado da porta, reviro os olhos, tirando a roupa e entrando para o banheiro, talvez um banho gelado tire esse sufoco em minha mente.

♧♧♧

A água gélida caí sobre meu rosto, estou há horas embaixo do chuveiro tentando conter esse medo dentro de mim, penso na Elle, a bruxinha poderia me dar algum conselho, me amaldiçoou por ter deixado ela me controlar, eu devia ter sido forte o bastante para evitar ser pego de surpresa, e agora eu nem sei onde e com quem ela está.

Passo as mãos sobre meu rosto e cabelos, tirando a água que caí incessante, pego a toalha, à enrolando em minha cintura e vou para o quarto.
— Pensei que ia gastar a água da casa inteira. — Um sorriso se forma em meus lábios ao vê-la sentada em minha cama.
— Eu... Não... Hadassa, eu...
— Já que não me odeia tanto quanto demonstrava pensei que eu pudesse entrar em seu quarto, mas se quiser eu saio. — Se levanta vindo em minha direção, encarando meu peito nu.
— Não, eu... Você... Você está bem?... Não conseguiu dormir?... Ou demorei mesmo tanto assim no banheiro? — As palavras fogem de minha boca, e as que saem se embaralham.
— Assim que a Dandara saiu do meu quarto eu fugi, queria ver você, terminar a nossa conversa. — Nossos corpos estão tão pertos que os nossos perfumes chegam a se misturar, estamos quase que colados um no outro, minha respiração ofegante pela simples aproximação.
— O que estávamos fazendo quando eles entraram no quarto? — Um sorriso indecente se forma em meus lábios, à puxo para mim, a beijando lentamente nos lábios, aos poucos aumentando a intensidade, minhas mãos dançam sobre seu corpo, parando em suas nadegas, as apertando, enquanto meus lábios a devoram que se entrega sem hesitar.

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