Capítulo 71

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Enquanto luto contra o lobo, me desespero para encontrar a pequena bruxa, que nesse momento se encontra desesperada em algum lugar do castelo ao qual a rainha a mantém presa, assim que Angèle nos deu o local de seu paradeiro corremos para salvá-la, afinal todos nós sabíamos que a nossa pequena não teria muito tempo de vida, a lua começara a surgir por trás da montanha, e em poucas horas encontraria seu ápice, e por mais que tenha me doído deixar Hadassa sozinha, eu sabia que naquele momento, a Elle precisava mais de mim, sei que minha amada iria preferir que eu fizesse isso, então eu fiz, por amor a Hadassa e a Elle deixei meu orgulho e rancor de lado e me uni ao Drácula, para um bem maior.

Befana e Ágata ficaram com Hadassa, enquanto corremos contra o tempo para salvar a pequena teimosa, o lorde Drácula parecia sentir seu cheiro e algo o ligava à ela por todo o tempo, o que me deixa um pouco mais tranquilo, sei que ele jamais a machucaria, talvez seja realmente amor o que ele sente por ela.

Tento me esquivar para correr até a bruxinha, mas Zella tem muitos aliados, o que me mantém ocupado o tempo todo, enquanto a mesma luta contra Karmin, e Yanko ajuda a vampira como se sua existência dependesse da mesma, talvez Karmin finalmente tenha encontrado o amor, tão rancorosa e presa no passado, acabara de obrigando a viver sozinha por séculos, focando apenas em uma vingança que para muitos parece impossível, mas para ela é só questão de tempo e paciência.

    Atlas tenta me atingir com uma flecha, Dandara me empurra, sendo atingida no braço, corro até ela, enquanto Zella me puxa pelo braço me arremessando em uma parede íngreme, o que nos faz perceber estarmos totalmente indefesos nesse maldito castelo, respiro com dificuldade, sei que estou a ponto de perder tudo o que mais amo nesse mundo, minha mulher ficara desacordada nas mãos de pessoas as quais não confio, Emanuelle está em algum lugar nesse castelo correndo risco de morrer, e Dandara acabara de ser atingida por uma flecha que chego a pensar conter veneno.

A vejo arrancar a flecha e enfia-la na garganta de um dos caçadores. Desvio meus olhos para Zella, que olha de um lado para o outro, como se estivesse procurando algo, ou melhor, alguém. Ouço gritos vindos da parte mais alta do castelo, desvio meus olhos da rainha, os guiando em direção ao barulho, não preciso de muito para perceber que se trata da Elle, porém não sou o único a perceber isso.
— Merda... — Ouço a vampira lastimar sua atual situação, deixo um sorriso de lado escapar de meus lábios, algo dentro de mim me diz que o lorde das trevas já tenha encontrado a bruxa, meu sorriso enlarguesse mais ao ver a cabeça de Claud quicar em uma escada e cair aos pés da rainha de conto de fadas, a mesma corre em direção aos gritos, faço o mesmo correndo atrás dela, segurando em seus cabelos, a arremessando de volta.
— Você pensou que ia vencer rainha? Logo o lorde Drácula, devia procurar um adversário mais a sua altura, ou talvez uma criança seria o adversário ideal não acha? — Zombo com um sorriso maldoso.
— Eu já venci meu caro.
— Domenico deixe a rainha comigo, encontre a Elle...
— Karmin, você nem conseguiu me atingir, nem mesmo com a ajuda do seu cachorrinho de estimação, imagine sozinha.
— Ela não está sozinha minha cara esposa. — O Drácula aparece atrás da rainha, sem ao menos deixá-la se defender a segura pelo pescoço e a puxa pelas escadas, com apenas um movimento de mãos ele faz com que todos os vampiros aliados de Zella cessem os ataques, deixando apenas os caçadores nos atacarem, arqueio uma sobrancelha, me preparando para continuar a lutar. — Domenico, a Emanuelle quer estar com você, é teimosa demais para ter a criança sem você.
— O que fará comigo meu doce marido? — Zella pergunta, enquanto o lorde revira os olhos.
— Karmin, mate o último Oberon, que terá tudo o que desejar. — Fala olhando diretamente para Atlas, enquanto a rainha arfa quase que sem ar. Karmin assente com a cabeça, indo em direção ao caçador.

   Sigo o lorde apressado, Elle entrou em trabalho de parto e precisamos cuidar para que ela não sofra tanto.
— Domenico... — A pequena me olha quase que sem vida, seu vestido branco sujo pelo sangue que a mesma começa a perder. Corro ao seu encontro, segurando sua mão, o Drácula amarra a esposa à cadeira de tortura, caminhando até nós.
— Minha querida, aperte a mão do Domenico com bastante força e empurra o bebê, nosso filho terá que nascer aqui mesmo, não vou correr o risco de perder nenhum de vocês, ah não se preocupe em quebrar a mão dele, ele merece sofrer, você não meu amor. — Olho para Elle que sorrir amarelo, Drácula dá de ombros, ajeitando suas pernas, para que fique em uma posição o mais confortável possível, por um lado ele tem razão, a pequena é a única pessoa que não merece tal sofrimento.
— Elle, estamos aqui, precisa ser forte, pelo bebê. — Ela assente com a cabeça, apertando minha mão.
— Eu não acredito que vou ser obrigada a ver isso. — Zella esbraveja chateada, porém confiante, talvez a mesma espera que algum de seus lacaios à salve, o que será impossível.
— Essa será a última coisa que verá em sua vida minha amada esposa, depois que o meu filho nascer, arrancarei sua cabeça fora e darei seu corpo para os cães comerem.
— Não seria louco... — Fala e Elle grita, o bebê luta para deixar o ventre de sua mãe, que mesmo sem forças insiste em continuar a lutar... Drácula desvia o olhar de Zella para a pequena bruxa.
— Preciso de água e panos limpos, vou buscar, meu amor, continue pondo força. —  Fala e desaparece de nosso campo de visão.
— Desiste Emanuelle, eu a verei morrer essa noite, de um jeito ou de outro.
— Cale-se Zella, a Elle não vai morrer, você sim. — Falo segurando a mão da bruxinha.

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