Capítulo 67

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Caminho pela alcatéia com um meio sorriso nos lábios, respiro fundo, sentindo o cheiro de uma nostalgia. Por mais que eu tente negar, é bom estar de volta ao tempo e lugar que um dia pude me sentir bem, ainda mais com a mulher que amo, sorri levemente ao pensar na vampira deitada na cama, Hadassa se tornou algo preciso, assim como sua irmã barulhenta.
Duas crianças passam correndo em minha frente, quase se trombando em minhas pernas, apenas balanço a cabeça rindo. Sem perceber, caminho rumo a cabana onde está Emanuelle, ainda sinto ódio de tudo o que aconteceu com a mesma, mas infelizmente não a nada que eu possa fazer. Antes de entrar, franzo o cenho, ao sentir que algo não estar certo.
— Emanuelle? Elle? Estou entrando! — Falo e abro a porta, apenas para vê o lugar vazio. — Elle?

A chamo mais algumas vezes, enquanto caminho pelos cômodos a sua procura. Começo a olhar para os lados de maneira preocupada. "Ela não iria sair a essa hora da noite pra dar uma caminhada, Elle sua tonta!" A xingo enquanto fecho meus olhos, para sentir seu cheiro e descobrir para onde foi.
Faço uma careta, ao sentir um cheiro diferente, que se mistura ao da bruxa.
— Mas que merda! — Xingo por não conseguir indentificar, há dois perfumes, um totalmente delicado, como se estivesse sido usado por alguém da realeza, e outro rústico, o que não seria surpresa já que lobos andam por todo canto. — Mais que porra... Se o Drácula foi louco o suficiente pra fazer merda outra vez, Emanuelle que me desculpe, mas vou mata-lo!  — Saio pela porta e dou de cara com uma das curandeiras da Alcatéia. Em suas mãos algumas ervas, a encaro.
— Perdão, minha senhora pediu para vim ver a bruxa! — Diz.
— Sabe de algo? Ela não está e senti um cheiro diferente na cabana... — Falo.
— Não ela não pode ter saido! Vim aqui para vê-la, a lua mostra que a hora está chegando, por isso vim monitora-la! Deus, ela saiu? Isso é muito arriscado, a criança pode nascer a qualquer momento!
— Merda! — Deixo a curandeira parada em frente a cabana e corro floresta adentro, sem tempo para acordar ninguém, decido ir sozinho. Corro em velocidade sobre humana, porém algo me atinge, não me permitindo chegar mais longe, perdendo a trilha do maldito perfume.
— Ora ora ora, eu acho que devia estar protegendo minha mulher, não fazendo caminhada no meio da noite, acha certo correr, enquanto Emanuelle carrega aquele barrigão? — Encaro o maldito Drácula que sorrir levemente como se estivesse vencido mais uma batalha, Karmin e Yanko continuam petrificados com sorrisos presunçosos em ambos os rostos.
— Devia saber que ela não está conosco, já que você a sequestrou.
— Mas que porra vocês fizeram? — O lorde me pega pelo pescoço me pressionando contra uma árvore, aperto seu pulso ao ponto de fazê-lo me soltar, me afasto dele assim que piso os pés no chão. — Eu a deixo um dia com vocês, e alguém entra em sua alcatéia e a sequestra? Acham que tenho cara de idiota? O que fizeram com ela?
— Ela simplesmente sumiu, eu não pude fazer nada... — Por mais que eu adoraria ver o lorde das trevas morrendo de remorso por tal acontecimento, sabia que quem mais estava a sentir remorso era eu mesmo.
— Eu vou matar cada um de vocês, mas primeiro tenho que encontrar minha nova rainha... Vamos, você será o primeiro a morrer assim que eu a tiver novamente em meus braços.
— Morreremos os dois meu caro, eu arrancarei sua cabeça assim que tiver a chance.
— Matará seu próprio pai amado filho?
— Seu sarcasmo me enoja.
— Logo adorará meu sarcasmo, verá que somos mais parecidos do que imagina, agora vamos em silêncio, não quero ser pego em uma tocaia, nem ser mordido por um de vocês.

   O lorde caminha em nossa frente irado, o mesmo queria silêncio mas faz questão de derrubar cada árvore de seu caminho, quando tudo isso acabar teremos que procurar outro lugar para a alcatéia.
— Connooor... Como ousa permitir que levem Emanuelle? — O mesmo grita batendo em cada porta de cada cabana, as abrindo e forçando mulheres e crianças sairem de seus leitos, eu estava a ponto de fazer o mesmo. — Ah, sinto muito minha cara, não sabia que estava a dormir com o Beta.
— Dandara... — Falo encarando minha irmã quase nua na cama de Gustav.
— Vejo que não deu tempo para Romuel se redimir, onde está Emanuelle ruiva?
— Na cabana dela, eu não a vi, meu irmão foi bastante persuasivo ao me dizer para não me aproximar dela.
— Ela é falsa mas não chega a tanto híbrido, Karmin, Yanko, achem a Dhampir, não quero que ela se revolte e tente me matar antes do tempo, e Domenico, vá procurar o Connor menino, eu sou seu pai e estou angustiado, não ver? Dandara vista-se, fui seu padrasto e não é de bom grado que eu a veja nua. — O lorde pega uma cadeira e se senta, enquanto todos nós nos mexemos como se ele fosse o soberano, mesmo irritado faço o que ele manda.

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