Capítulo 32

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Pego o maldito diário, encarando o velho ao meu lado.
— É só isso? — Pergunto.
— Creio que sim! — Diz.
— Ótimo, não fico mais nenhum minuto nesse inferno. — Falo e ele abre a boca para dizer algo. — Nem venha me dizer para Hadassa ficar, aqui é o purgatório velho, ela já tá presa na eternidade! — Falo, e ele me encara. — Hadassa vamos embora daqui! — O velho agarra no braço da vampira que por sinal está fraca e sem cor.
— Senhor, eu não pertenço mais a esse lugar, eu realmente tenho que ir, foi bom descobrir que tenho um irmão.
— Velho já pode descansar, sua missão foi cumprida.
— A de todos nós que pertencemos à esse lugar foi cumprida. — Um leve sorriso sai dos lábios do velho decrépito, que deposita um beijo no rosto da pequena vampira, logo pego em sua mão e vamos em direção a saída da cidade rumo a barreira.
Ela olha para trás, dando uma última olhada para a antiga cidade.
— Vamos embora! — Falo e atravessamos a barreira.
— Que sensação estranha, quando passa por essa coisa. — Diz.
— Vamos para casa, ler o que tem nesse diário, espero que tenha algo de utilidade! — Falo e ela acena em confirmação.
Nos transformamos, e voamos sobre as árvores, indo para nossa casa.
— Meu Deus, que bom que vocês voltaram, eu já estava preocupada.
— Confessa que você queria muito que ficássemos naquela cidadela, para nos tornarmos mongolóides iguaizinhos a eles. — Falo e Dandara revira os olhos, se aproximando da Hadassa.
— Querida meu irmão te machucou? Você está pálida.
— Ela viu alguma coisa, e depois disso tá assim parecendo uma bocó. — Olho para Hadassa que parece perdida, seu olhar distante.
— Domenico, o que vocês descobriram?
— Romuel, os coreanos onde estão?
— Saíram em missão.
— Eles deveriam ficarem quietos, graças a eles logo os caçadores estarão por essas bandas! — Falo e Romuel me fuzila, dou de ombros, no fim só estou dizendo a verdade. — Enfim, achamos o diário da amante do pai dessa daí. — Falo apontando para Hadassa.
— E o que isso vai nos ajudar? — Pergunta ele já se irritando.
— Bem, ao que parece... Ela conhecia a nossa querida bruxinha perdida!
— Okei, vão descansar, ao que parece a Hadassa realmente está muito mal, amanhã falaremos no assunto.
— Aahhh essa garota é muito frágil para o meu gosto, eu quero resolver isso logo, quero tirar a humana tola dos braços do mestre, e quero poder ter paz.
— Domenico, já chega. — Brada Dandara irritada. — A Hadassa realmente está mal, tenha um pouquinho de compaixão e deixa esse assunto para depois, agora temos que cuidar dela.
— Tá, foda-se.
— Domenico, eu vou ficar bem? — As palavras da monstrinha doem em meu ser.
— Você vai sim, se não melhorar eu a mato com minhas próprias mãos.

Ela sorrir amarelo para mim e segura em minha mão, a levo até meus lábios a beijando, a palidez em seu rosto me deixa inquieto, Dandara segura em seu braço a levando para o quarto.
— Aaahhh !!! — Grito antes de sair pela porta em direção ao jardim, Romuel me acompanha, sentamos os dois em silêncio em um banco localizado ao meio, aperto minhas mãos.
— O que aconteceu com ela?
— Eu não sei, ela viu alguma coisa.
— E você?
— Eu não vi nada merda. — Brado irritado.
— Como se sente a vendo nessas condições? — Romuel me responde na maior calmaria, o que me deixa mais irritado.
— Eu to me fudendo pro que ela está sentindo, daqui a pouco ela melhora e vai sentar na pica do Bozo, que por sinal anda meio sumido.
— O Miguel tem uma vida Domenico.
— Mas devia se importar mais com a monstrinha, ele tá me saindo um belo de um babaca.
— Vá descansar garoto, amanhã será um novo dia, e falaremos de suas descobertas, mas por hoje você precisa se controlar.
— Vá se fuder, eu não sou mais um garoto, sou um homem.
— Mas existe um garoto aí dentro doido pra sair e gritar para o mundo o que sente.
— Eu odeio você Romuel. — Esmurro o banco ao qual estou sentado, e saio, volto para a mansão, me trancando em minha biblioteca, com pensamentos à mil, talvez o que realmente sente as coisas, guarda sentimentos seja o cérebro e não o coração como todos insistem em dizer.

♧♧♧

Caminho até o banheiro que há no quarto, mas antes me encaro no grande espelho. Meu rosto está corado e minha respiração ofegante, como se eu tivesse corrido uma maratona inteira. Tiro meus olhos do meu reflexo e analiso o cômodo, uma banheira de cor preta bastante reluzente. Coloco ela para encher, e vejo algumas coisas para usar, e por incrível que pareça é exatamente da fragrância que eu mais gosto.
— Esse quarto, foi mesmo feito pra ele? — Me pergunto.

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